Namjoon
Foi dia 7 de Outubro que a história começou para ele.
E um fato inegável sobre ele é que, não importava qual horário, Namjoon quase sempre estava com um copo de café na mão.
Era viciado. Sabia diferenciar as diversas marcas, tipos, às vezes só pelo cheiro. Sabia que cada cafeteria do centro o dava um expresso com gosto diferente, e tinha suas preferências. E mesmo que quando estivesse fazendo ronda raramente passasse na frente das suas favoritas, no porta-copo do carro nunca poderia faltar.
Eram duas da tarde e ele revezava entre trocar a marcha do carro e tomar um gole do seu copo de isopor e mesmo de longe daria para perceber que sua sede pela bebida era insaciável. Ele queria que estivesse sozinho, assim, colocaria alguma música bem melhor do que aquela rádio popular tocava. Mas infelizmente não era o que acontecia.
Estava com seu parceiro no banco de carona, é claro, qual vergonhosamente mais dormia encostado ao vidro frio da janela do que de fato prestava atenção à movimentação urbana.
Estava refletindo se teria de acordá-lo mais uma vez, ou se aproveitaria para colocar a sua playlist favorita, quando seu telefone tocou em seu bolso.
Ele olhou a tela, era um número desconhecido que ligava.
Pensou em parar o carro, mas, por algum motivo, naquele dia decidiu ignorar as regras – o que era um tanto ousado tendo em vista seu próprio uniforme policial. Tinha esperanças de que a ligação fosse curta.
Ignorando essa parte de si que se repreendia, ele simplesmente atendeu a ligação, curioso, deixando uma mão no volante.
O sinal ficou vermelho e ele parou o carro. Observou o rio de pessoas correr pela faixa de pedestre à sua frente, com cachorrinhos na coleira e maletas de trabalho. Uma menininha, devia ter menos de dez anos de idade, chamou a atenção de Namjoon. Estava vestida com um vestido azul piscina, com uma saturação bem chamativa. Ela parecia tão alegre que ele não abriu um sorriso só de vê-la.
– Alô.
– Namjoon? É você?
Aquela voz... Namjoon não precisou de sequer cinco segundos para reconhecer aquela voz. Seu sorriso sumiu e ele mordeu o lábio inferior, transtornado por realmente ter achado que nunca mais teria de ouvi-la novamente.
Droga.
Mas era muita ilusão pensar isso, pensar que as coisas nunca iriam voltar em algum momento. Tudo nas relações humanas não ficava pendente, não tendiam a ficar, e ele acreditava nisso mais do que no próprio sistema solar. Mesmo assim, depois de tanto tempo, depois de tanto se esforçar para esquecer tudo, ele de fato chegou a pensar na ínfima possibilidade de nunca mais ver os rostos de nenhum deles.
Não pensou certo.
– Yoongi – chegava a formigar sua pele ao falar aquele nome, depois de tantos anos. – Quanto tempo. Como conseguiu meu número?
– Com um ex-colega de turma – Namjoon permaneceu em silêncio, e observou um adolescente pousar seu skate no chão e se impulsionar pela faixa de pedestres um pouco mais vazia. – Agora, vê se empurra essa birra um pouco para o lado e me escuta. O assunto é serio.
Para você ter me ligado, no mínimo algo importante tem que ter acontecido. Tipo um ataque terrorista ou um serial killer a solta, ele pensou e falar. Mas ficou quieto e respirou fundo, não era bom provocar Yoongi. Não que tivesse medo dele, porque estava mais fácil ter medo de uma mosca a ter medo daquele rapazinho de boné e um metro e setenta com performance de homem de qual se lembrava. No entanto, preferia não causar estresse, assim talvez a ligação acabasse logo, e era tudo o que queria.
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Quem matou Jeon Jungkook?
Mystery / Thriller"If I can't have you, then no one can" - Goodnight Socialite, The Brobecks. O corpo de um jovem homem foi encontrado violentado e morto por cinco tiros na cabeça no principal quarto da casa de um terreno inabitado, pouco depois da saída de Seul. A v...