20 de Outubro - 3:00 - Não adianta, eu não consigo esquecer oque vi aquela noite, sempre que fecho meus olhos volto para o mesmo momento, o momento em que vi seu rosto já sem vida ainda expressando desespero e medo.Hoje completa uma semana após a morte da Amélia, e foi tudo minha culpa... Eu poderia ter impedido, poderia tê-la salvado, o buraco que ja existia em meu peito criado pela solidão que se dilatava um pouco a cada dia que se passava, está prestes a me engolir...
20 de Outubro - 9:10 - Recebo uma ligação que acaba me tirando de meus profundos pensamentos sobre oque deveria fazer dali em diante, era Benjamin me perguntando se eu gostaria de me encontrar com a garota chamada Eleonor que havia sido resgatada na semana passada, após ouvir suas palavras foi como se uma porta estive sendo aberta para mim, como se a vida estivesse me dando mais um chance de corrigir meus erros, sem pensar duas vezes digo a Benjamin que sim, ele pede para que eu me arrume pois iria passar em minha casa as 11:00.
11:23 - com um atraso de poucos minutos, o ouço buzinar em frente a minha casa, saio, tranco minha porta, entro em seu carro e vamos até o hospital onde a Eleoner se encontrava. Enquanto estavamos dentro do carro minhas mãos suavam constantemente, era impossível conter o nervosismo.
12:14 - Chegamos ao hospital geral Aponisio, lugar onde Eleonor se encontrava, desci do carro e fui na frente enquanto Benjamin ia estacionar o carro, vou até a recepção e pergunto se já estavam permitido os horarios de visita a paciente Eleonor, uma jovem que havia cido trazido a uma semana atrás, Benjamin entra e se junta a mim e a recepcionista nós diz que ela estava no quarto 107 no segundo andar mas o horário de visitas so estaria aberto apartir das 12:30, então resolvemos aguardar.
12:31: Começando o horario de visitas nós informam que só poderia entrar uma pessoa por vez, Benjamin me deixa entrar primeiro, ao entrar no quarto a vejo sentada em sua cama, com as costas na parede e de cabeça baixa, pego uma cadeira de plástico que estava no canto do quarto, me aproximo lentamente para não assusta-la, coloco a cadeira mais ou menos a um metro de distancia virado para a ela e sento, ela parecia fora de si, então resolvir falar algumas coisas.
- Olá, é um prazer finalmente te conhecer, meu nome é Balthazar.
Mesmo assim ela continuava quieta, sem demonstrar nenhuma expressão, nada que eu falasse a fazia reagir ou me responder, até que eu a disse que tinha conhecido sua irmã, ela calmamente levanta a cabeça com um leve sorriso em seu rosto e pergunta:
- ... Minha irmã... Onde esta a minha irmã? Por favor me diga onde ela está
Eu não poderia dizer, eu não queria dizer, mas ela insistia perguntando reptidas vezes onde estava sua irmã.
Apenas dois segundos de guarda baixa me fizeram revelar a verdade, viro a cabeça para o lado tentando não fazer contato visual,com lagrimas escorrendo dos olhos e com a voz baixa eu falo
-Sua irmã... Não está mais entre nós
Ela fica em silêncio... Quando volto a olhar para ela seu sorriso já havia se esvaido, tudo que restava era uma expressão de horror, com os olhos arregalados e segurando fortemente a fronha do colchão, ela lentamente foi se levantando e vindo em minha direção enquanto sussurava algo, parou em minha frente e gritou
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O Vale da Angústia
Misterio / SuspensoUm jornalista investigativo foi designado para um serviço em uma área sombria de sua cidade, mal sabia ele que esse caso o afetaria tanto.