𝐂𝐚𝐦𝐢𝐧𝐡𝐨𝐬 𝐜𝐫𝐮𝐳𝐚𝐝𝐨𝐬 • 𝑺𝒖𝒑𝒆𝒓𝒄𝒐𝒓𝒑 •

Eight

Play em: Always Remember Us This Way - Lady Gaga (recomendo que iniciem a música quando o capítulo estiver do meio para o fim)

🥀

Point of View: Lena Luthor

Desço as escadas já devidamente pronta para o jantar. Faz tempo que não encontro Alex e Sam e posso dizer que estou bastante ansiosa.

Paro no último degrau e vejo Kara sentada sobre o sofá com um semblante neutro enquanto percorre seus olhos sobre o livro.

Começo a lembrar do comportamento da mesma mais cedo. Ela estava nervosa, era visível, eu só não sei ainda o porquê. Eu imagino que talvez eu a intimide um pouco, normalmente gosto disso, mas não com ela. Prefiro que ela se sinta confortável e segura comigo.

Antes do almoço acabei ouvindo a conversa dela com a Cecília sem querer. Senti meu coração doer ao ouvir a mesma contar brevemente sobre a sua história. Apesar de muito séria ela nunca transpareceu tanto sofrimento. É uma mulher forte, e isso é incontestável.

Quando a ajudei no banho, pude observar algumas cicatrizes pelo seu corpo. Decidi não questionar o porquê das mesmas para não ser inconveniente, agora sei, e definitivamente sinto muito ódio e vontade de matar o maldito homem que teve coragem de fazer aquilo.

Por alguma razão, desde que conheci Kara Danvers naquele hospital, eu realmente senti que deveria protegê-la. E é isso que tenho feito desde então, mesmo com certa relutância da mesma em algumas situações com sua total teimosia, que por algum motivo, eu gosto muito.

Gosto da forma que ela tenta parecer brava e acaba parecendo uma criança, ou da forma que sua boca forma um bico a cada vez que ela se sente contrariada. A verdade, é que eu gosto de olhar para ela.

Sinto uma mão sobre meu ombro e logo em seguida uma cheirada em meu pescoço.

ㅡ Você está cheirosa. ㅡ Diz James vestido em roupas casuais.

Sorrio sem vontade e me direciono até a sala, sentando sobre o sofá e observando a loira ao meu lado.

A mesma olha pra mim por um instante e volta sua atenção ao livro.

James senta sobre uma das poltronas e começa a mexer no celular. Fico observando o mesmo com certo desdém, que como de costume ele não nota.

Começo a fazer uma rápida retrospetiva em minha cabeça, lembrando dos motivos precipitados e idiotas que me levaram a ter esse relaciomento frio e consideravelmente fracassado.

Conheci James através do meu pai, ele trabalhava para ele a uns bons anos em sua empresa, e meu pai sempre achou que ele fosse o pretendente ideal. Como se estivéssemos nos anos 20.

Após diversas investidas do meu atual marido, eu finalmente aceitei sair com o mesmo. Minha cabeça dizia que eu precisava de um relaciomento, por ser uma mulher chegando na casa dos 30. Que idiotice!

Passamos a namorar e em menos de 1 ano estávamos casados. Eu gostava dele no começo, após 3 anos passei a só tentar manter uma relação respeitável com o mesmo.

De alguma forma eu passei a sentir certa raiva dele, do seu jeito arrogante e prepotente, e da sua total mediocridade, se mantendo totalmente estagnado no trabalho.

Tudo piorou de maneira drástica nos últimos dias. Meu carro havia passado por uma vistoria para descobrir o motivo pelo qual ele havia falhado na noite do acidente, e para minha surpresa, foi descoberto que alguém havia cortados os freios. Não foi difícil imaginar quem havia sido o causador disso.