[15] Incerto.

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Julho, 1986.

Jeongguk apertou a lateral do meu corpo firmemente, um tanto possessivo. Talvez se sentisse ameaçado pela presença de outra alfa no ambiente.

Nunca importei-me em estudar e aprender muito sobre a tal da marca, em parte porque os meus pais viveram uma vida lado a lado sem uma e, por isso, eu imaginava que ela não seria exatamente necessária para uma vida em casal feliz.

Com isso, afirmo que não sabia muito mais do que o básico sobre este tópico… Era um pouco ruim não ter consciência de praticamente nada.

— O que quer falar com ele? — perguntou por mim, mas logo pareceu engasgar com as próprias palavras, desviando-se de Byul para mim de imediato. — Desculpe…

— Está tudo bem. — Sorri, colocando minha mão por cima da dele que me apertava, lhe afrouxando. — Eu já volto. Não tem com o que se preocupar.

— Certo… — Assentiu e, embora bastante relutante, me soltou.

Levantei e andei até Moonbyul, essa que passou a caminhar corredor adentro.

Ouvi alguns barulhos, indicando que os demais também já haviam retornado de seja lá onde tivessem passado os últimos dias.

Uma parte de mim, terei de confessar, ficava um pouco triste com isso. Gostei de ficar só com Jeonie por alguns dias… Se bem que gostava da companhia de Jin, Jimin e Yoon.

Gostaria de poder ficar em um meio termo quanto a isso.

A alfa me guiou até aquele mesmo cômodo do dia em que Jeongguk entrou no cio, mas dessa vez estávamos a sós. Eu não me sentia acuado, porém. Estava confiante.

— Taehyung. — Moonbyul começou, fechando a porta logo após eu entrar e andando até perto de minha pessoa. — O que aconteceu na semana passada?

Tombei a cabeça para o lado, confuso.

— Não se faça de bobo. — Ela suspirou, parecendo entediada. — Você nos deixou falando sozinhos para nada mais, nada menos do que sexo.

— Jeongguk entrou no cio. — Lembrei, tentando expressar em meu tom o quão óbvio era o motivo para tê-los deixado para ficar com meu alfa.

— Você precisa começar a definir quais são suas prioridades, Taehyung. — Moonbyul disse, levemente ríspida. — Você quer ser um ômega exemplar 'pro seu alfa, atendendo ele sempre que lhe chamar, ou um rebelde?

Franzi o cenho.

— Quero ser um bom namorado para Jeongguk, sim, e um rebelde. — Expliquei pausadamente para ter certeza de que ela me entenderia. — Consigo muito bem conciliar os dois, tanto é que já havia lhe avisado sobre precisar de tempo livre essa semana justamente por causa da minha decisão de ficar ao lado do Jeon nesse momento tão difícil 'pra ele.

— Consegue conciliar? — perguntou em uma risada debochada.

— Sim. Consigo. — Havia algo errado comigo, uma leve inquietação, quase como se coisas até então adormecidas em minha cabeça tivessem despertado. — Você não?

— O quê? — o deboche deu espaço para uma expressão incrédula.

— Enfim. — Decidi cortar esse tópico por ali, era a melhor opção por enquanto. — Eu pensava que o movimento das Asas da Liberdade prezava, logicamente, pela liberdade individual de cada um em ser e fazer o que quiser. Você, ao tentar me fazer escolher entre o homem que amo e as coisas nas quais acredito, está se mostrando uma líder um tanto contraditória, com o todo o respeito.

Moonbyul pareceu surpresa com as minhas palavras. Sinceramente, até eu estava.

Nunca pensei que fosse me impor daquele jeito com ninguém, especialmente com uma alfa mais velha do que eu e de patente maior que a minha.

no rainbows | taekookOnde histórias criam vida. Descubra agora