[14] Guarda-chuva do amor.

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{🐰} justificando a demora: acabei ficando atarefada com o ead e algumas outras atividades, daí fiquei sem tempo pra betar, que dirá escrever, mas agora tá tudo em dia, bem bonitinho, e o máximo de demora que teremos entre as atts vai ser de duas semaninhas; tenham uma boa leitura! {🐰}

Julho, 1986.

Foram exatamente seis dias.

Seis dias em que as únicas coisas que faziam com que Jeongguk e eu deixássemos o nosso quarto eram comer, tomar alguma coisa, se lavar e outras necessidades básicas de qualquer pessoa.

Os demais deixaram a casa, o que é compreensível, já que até eu tenho consciência de que estávamos fazendo barulho em excesso.

Os intervalos de Jeongguk eram de menos de uma hora nos primeiros dois dias, depois foram duas e no final eram quatro, sem contar os momentos em que ele dormia.

Não lembro de muita coisa. Às vezes parecia que o meu corpo deixava essa realidade e ia para outra completamente diferente. Eram efeitos do cio alheio; seu cheiro destruía minhas inibições e, por tanto, desestabilizava a mim como um todo.

Foi uma experiência bem intensa.

— Quando acha que eles vão voltar? — eu questionei ao alfa, que estava bastante avoado desde o fim de seu cio.

— Talvez amanhã. — Respondeu, olhando para o lado exterior de nossa residência pela janela, sentado perto desta, ao passo em que eu estava acomodado no sofá, bebendo um chá para relaxar. — Não sei.

Começara a chover recentemente.

Havia algo estranho com Jeongguk, e por alguma razão eu sentia uma sensação de abandono enorme só por ele não estar grudado em mim como estava antes disso tudo acontecer. Será que era assim com todos os alfas?

Observei o pequeno rádio que Jimin deixava na mesinha de centro, e depois me virei no móvel onde estava, focando no pensativo Jeonie.

— Quer ouvir alguma música? — tentei puxar assunto.

— O som da chuva já está bom. — Disse.

Me encolhi novamente no sofá com a pequena xícara de chá, olhando para o nada e reclamando, em pensamento, sobre meu pescoço estar doendo e sobre o quanto queria que Jimin e Seokjin estivessem ali.

Aquele dia, que eu pensava que seria regado a carinhos e declarações fofas de amor, estava apenas sendo entediante.

— Eu vou dar uma volta. — Afirmei, de súbito, cansado de ficar parado.

— Na chuva? — o alfa, finalmente, virou o rosto na minha direção com uma sobrancelha arqueada.

— Não vou derreter. — Revirei os olhos, aliviando o aperto no cachecol que usava; talvez fosse ele que estivesse me fazendo sentir dor.

— Mas pode pegar um resfriado…

— Não vou me molhar. — Coloquei o sobretudo marrom e, em seguida, fui para a cozinha procurar por meus inibidores.

— Ryu está na cidade…

— Tóquio é enorme, e eu vou me cuidar.

Tentava não ser estúpido. Todo mundo precisa de um tempo de vez em quando, não tinha nada de errado em Jeongguk não querer ficar agarrado comigo.

Mas eu ainda sim estava chateado. Nem beijinho ele me deu hoje. Nós mal conversamos, 'pra falar a verdade…

— Vou aproveitar e comprar a tinta 'pra pintar meu cabelo. — Falei, já indo em direção à porta. — Quer alguma coisa?

no rainbows | taekookOnde histórias criam vida. Descubra agora