Seesaw

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Nota da autora: heey, é a annie de novo com uma fanfic que me tirou o sono, mas espero que divirta bastante vocês. um obrigada muito grande mesmo ao designer da fic, @peartae, que decodificou meu pedido pobre e deu vida a ele com uma capa maravilhosa ❤❤ e também a betagem (da @SraLovegood) por ter tido toda a paciência do mundo em revisar todos os 5 capítulos (eu não tenho controle nenhum). todo mundo nesse projeto é perfeito ❤ boa leitura pra vocês! 



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O príncipe herdeiro está morto.

Diferentes dos anciões do reino, conselheiros que liam a vida em papiros velhos e lotados de textos presunçosos, Park Jimin não acreditava que palavras eram capazes de mudar destinos. Pelo menos, não até aquela noite.

A notícia que Park Bonhwa, o primogênito da linhagem dos Park e herdeiro do trono do maior e mais poderoso reino das terras do Sul, tinha sido assassinado chegou acompanhada da lua cheia, do céu limpo, do ar seco de começo do verão e do som dos grilos e coaxar dos sapos no jardim do palácio. Havia sido uma emboscada: dias atrás, Bonhwa saiu em viagem para encontrar uma caravana de estrangeiros das terras do Leste, que estavam tentando atravessar uma das fronteiras de Morana e foram interceptados por soldados do exército real, e acabou sendo encurralado no meio do caminho por mercenários. Diziam ter sido uma batalha sangrenta, por isso o corpo do príncipe voltou quase irreconhecível, mas Jimin não saberia informar. Jimin não foi ver o irmão e muito menos se aproximou do caixão durante o funeral dois dias depois.

Embora não acreditasse em palavras, Jimin acreditava em memórias, nas essências e significados que guardavam. Não queria desonrar a memória do irmão, seu perfeito e imbatível irmão, com um rosto e corpo mutilados. Por isso, passou os próximos cinco dias de luto oficial no reino quieto, escondido nas sombras, enquanto os pais recebiam as condolências dos nobres que vinham de todos os reinos sulistas. O gosto amargo do luto não perdurou por muito tempo em seu paladar, para falar a verdade, nem envenenou seu coração jovem. Jimin sabia o que a morte de Bonhwa realmente significava: não era a perda de um irmão — uma vez que, na verdade, os príncipes nunca viveram esse relacionamento fraternal —, era a perda de um líder, de uma certeza.

Observando todas aquelas pessoas, vestidas de cetim e ouro, chegando e curvando-se diante seus pais para lamentar a morte de um filho, o Park não conseguiu acreditar em uma palavra, um gesto de gentileza que fosse. Porque, assim como ele, todos os regentes dos reinos vizinhos estavam cientes do que o acontecimento poderia desencadear.

Morana era o reino mais próspero e imbatível das terras do Sul há mais de duzentos anos e agora estava sem um rei. Era questão de tempo até que uma rebelião estourasse ou, pior, um golpe de estado — não seria o primeiro da sua história, afinal.

Naquela tarde, dois dias depois do luto oficial ter acabado e as atividades no reino voltarem à ativa, Jimin foi convocado nos aposentos do seu pai. O príncipe não demorou muito para deduzir o assunto da reunião de última hora e foi, enquanto caminhava em direção ao quarto do atual rei, que chegou a fatídica conclusão que sim, palavras eram capazes de mudar destinos. Ele não deveria ser rei. Seu irmão seria coroado, teria um filho e esse seria o próximo comandante de Morana. Não era para ser ele. Jimin sempre esteve fadado às sombras. E quer saber? Tudo bem, não o incomodava. Nunca se interessou realmente pela coroa, visto que essa nunca foi uma possibilidade. No entanto, aparentemente, os deuses tinham planos diferentes para sua vida.

— Você vai ser coroado — Park Banryu anunciou, após o filho entrar no quarto e cumprimentá-lo, parando de pé ao lado da cama, onde ele descansava.

Coroa de Espinhos | YoonminOnde histórias criam vida. Descubra agora