Concreto vazio

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Caminho lentamente pelas vielas de uma rua qualquer
Imensos prédios se estendem ao meu redor.
Há pessoas lá
Há pessoas aqui.
Elas passam rapidamente por mim
Não olham em meu rosto
Nem escutam os cacos do meu coração dentro de minha caixa torácica.
Nem os motivos para ele estar assim.
Presas em suas próprias histórias
Algemadas a sua própria solidão.
Cidades e pessoas de concretos
Se misturam a noites e dias regadas a um vício qualquer
Que lhes tire momentaneamente do seu próprio corpo
Que lhes faça esquecer seu próprio eu.
Mergulhadas na vacuidade
Observam a variadade de cinzas Espalhadas por todos os cantos
Inclusive em si próprias.
Cidades cheias
De pessoas vazias.
(No vazio nasceram)
Em busca do bruxelar de cores almejarão.
(No vazio cresceram)
Presas na sua própria escuridão
Padecerão
(E no vazio morrerão).
                        -Ana Paula Lemes

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