Problemas?

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Nessa noite não consegui dormir. Nessa madrugada eu tive uma crise. "Quem sou eu?" era a minha dúvida, aquilo que martelava minha cabeça repetidas vezes e que não me encaixava em nenhum lugar.
Eu lia meu nome, mas não sentia que era meu, que era eu. Eu fiquei navegando pela internet para tentar me inspirar a dormir. Não consegui.
Algo me sugava, me puxava, algo me espremia, algo me batia, tudo isso dentro de mim. Eu chorei sem querer chorar, eu me senti estar em nada. Um vazio, um lugar vazio. Eu me senti solitária, acho que estou sensível...
Até eu lembrar dele, do poema dele, o que ele fez inspirado em uma conversa nossa, ele fez pra mim. E eu li. E eu chorei de novo.

[...]

"Sinto sendo levada pelo nada
Partindo para uma outra realidade"

[...]

Era como eu estava. Eu não estava aqui, eu não era eu, eu era outro alguém de outro lugar, um sentia ser de outra galáxia, de outra realidade. Mas sem resistir, essa briga pela minha identidade me arrastava ao beco, inesperado eu apanhava, inesperado eu era usada, inesperado eu fiquei sem conseguir sair. Inesperada fiquei ao ser salva pela compreensão.

[...]

"Abstrata
Sigo procurando uma luz
Um brilho, uma chama
Um moço, uma dama
Que me mostre quem eu sou."

[...]

Eu nunca dependi de alguém pra ser feliz, eu não precisava porquê eu sabia onde e como me encontrar. Só que as vezes eu me perco numa mata, como se estivesse presa numa parte da floresta amazônia. As vezes eu desejo que alguém me ajude a me salvar, as vezes eu só queria me sentir amada, importante.

[...]

"Eu sou louca, sou estranha e esquisita
Sou homem, sou mulher, sou bonita
Sou quem eu sou."

[...]

Esse foi o trecho que me salvou de vez, esse que me ajudou a voltar de vez a lembrar meu nome, ao sorrir para meu nome. Esse foi o trecho que me lembrou da minha essência, da minha bolha de sabão. Aquela que é soltada ao ar e todos sabem que irá estourar, só não sabem quando, então a bolha voa, aproveita e deixa a brisa a levar. Eu sou a bolha que sabe viver e sabe quem é. Porém as vezes não sei, então me torno outra, não sou eu, sou ela, sou duas ou três? Por quê somos tão diferentes de quem somos? Porquê sabemos mudar.
Eu nunca vou mudar esse meu jeito de um dia me amar e outro me estressar. Ninguém nunca mudou isso. Dias são diferentes de dias. E é isso. Não há o que falar.

[...]

"A sua vida é uma loucura
Pra quem não vive a sua aventura
Quem não está ao seu lado
Quem, em ti, enxerga amargura
Quem não te dá um bocado."

E essa foi minha conclusão final. Posso ser quem sou, não importa, ninguém entenderá se interesse não há. Os incomodados que se retirem da minha vida. Vivo por mim e somente por mim, se um dia eu amar, amarei, se me tratar com respeito, respeitarei. Estou aqui por mim, então por favor, me entenda; apenas quero que o bem vença.

O meu amigo que escreveu o poema pra mim, ele é a pessoa que me entende, entende meus jeitos de certos dias que me vem a visitar, entende meu jeito esquisito de falar, entende meu jeito triste de chorar, ele é o cara em que posso confiar. Digo que ele é meu melhor amigo, mas não é para invejar o que tenho com ele ou coisas assim, e muito menos pra diminuir alguém ou o constranger. Eu apenas digo quando sinto que está tudo bem dizer a verdade, apenas quero ser sincera comigo e com ele e com quem mais estiver lendo. Apenas ser sincera sobre o quão feliz eu fico em saber que alguém consegue me compreender.

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⏰ Última atualização: Jul 06, 2020 ⏰

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