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Quando eu entrei na 111 carregava o peso de muitas situações ruins, as quais passei em tantos outros lugares onde trabalhei.
Antes de realmente conseguir me tornar um detetive, fui funcionário em vários outros lugares, inclusive em uma loja de conveniência.E posso afirmar que foi a pior experiência da minha vida.
Eu fui humilhado e tratado com desprezo, por pessoas que se achavam superiores só por estarem lá há mais tempo. Fui assediado de várias formas e senti na pele a sensação de ser impotente.
Isso me trouxe inúmeros problemas, inclusive o medo de passar pelas mesmas coisas em meus trabalhos futuros.
Mas assim que entrei aqui, eu conheci pessoas que me fizeram agradecer muito por ter encontrado um lugar tão bom.E o Tenente Kim Namjoon foi uma delas.
Ele me viu chegando meio desconfiado e assustado, mas teve paciência e carinho para me ensinar e me fazer crescer.
Seu jeito fofo e carinhoso, mas ao mesmo tempo dedicado e sério de ensinar, me transformaram no detetive que sou hoje.E é por isso que eu sou eternamente grato a ele, e sempre tento escutar e levar tudo o que ele me diz em consideração.
Depois de voltar do restaurante, ainda perturbado pela ligação de Jungkook, decidi procurar Namjoon. Precisava de um conselho de alguém que conhecia meus dilemas e sabia orientar meu coração confuso.
Ao entrar na sala de Namjoon, ele imediatamente percebeu minha inquietação.
— Você não parece nada bem — disse ele, entregando-me uma xícara de chá fumegante. — E eu imagino o motivo.
Seu olhar sereno e sorriso suave eram quase desconcertantes. Sentei-me à mesa e inalei o aroma reconfortante da camomila, tentando me acalmar.
— Eu não sei o que fazer... Sabe, em relação a Jungkook. — Admiti, minhas mãos trêmulas mal segurando a xícara.
— Em relação ao caso, ou ao sentimento que ele nutre por você? — perguntou Namjoon, direto como sempre.
O susto me fez derramar um pouco de chá, respingando na mesa e na minha calça.
— Droga! — murmurei, tentando limpar a bagunça com as mãos trêmulas.
Namjoon soltou uma risada leve e pegou um pano para me ajudar. — Calma, não precisa se preocupar tanto. Eu percebi os olhares e as interações entre vocês dois.
Senti meu rosto esquentar. — Eu não... Quer dizer, não pensei que fosse tão óbvio.
— Não é para todos. Mas eu te conheço bem. E conheço Jungkook melhor ainda. — Namjoon se sentou de frente para mim, seus olhos cheios de compreensão.
Suspirei e me deitei no sofá pequeno, que compunha a decoração da minúscula sala de descanso.
Parecia que cada vez mais pessoas sabiam desses sentimentos e isso me deixava inquieto.
Namjoon suspirou e se recostou na cadeira, o olhar sério fixo em mim. — Jimin, deixa eu ser bem sincero com você. — começou ele, sua voz baixa e grave preenchendo a sala. — Eu conheço Jungkook desde quando o capitão ainda era meu professor na academia, muitos anos atrás. Jungkook era só uma criança praticamente, e naquela época eu já conseguia sentir como a relação dele com o pai era conturbada.
Inclinei-me para frente, a curiosidade e a preocupação aumentando.
— Eu sei que a relação dos dois parece boa, mas nem sempre é essa maravilha que o Capitão faz a gente acreditar. O que ele sente pelo filho, às vezes se assemelha mais a uma obsessão.
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DISTRITO 111 |Jikook
Детектив / Триллер• CONCLUÍDA • Park Jimin é um detetive totalmente dedicado ao trabalho e aos amigos, gosta de ter tudo sob controle em sua vida e odeia situações novas as quais não planejou. E das muitas coisas que aprendeu antes de se tornar um policial, ler as pe...