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Marina

-Eu não consigo acreditar que isso tá acontecendo,eu não quero tirar meu filho,o Davi mentiu pra mim e meu pai tá mandando eu tirar meu filho.-

Marina: Pai,eu não posso tirar meu filho. -Falei desesperada.-

Miranda: Ou você tira essa merda de dentro de você Marina,ou pode esquecer que você tem uma família.

Davi: Eu já falei pra não falar assim do meu filho,tu não vai tirar Marina,se tu não quer beleza,eu crio o meu filho.

Marina: Davi eu não vou abrir mão do meu filho. -Falei chorando.-

Miranda: Então você vai sair do meu apartamento,sem o meu carro e só com a roupa do corpo. Esquece a faculdade,eu não vou pagar esses últimos meses.

Marina: Pai porque você tá fazendo isso comigo?

Miranda: Eu estou te dando a opção de tirar isso de você,você não quer,então mete o pé daqui,vai lá morar no morro com seu neguinho e sua criança catarrenta. -Falou e o Davi pulou encima dele como um animal,como meu pai pode falar essas coisas tão sujas sobre o meu filho? Eles começaram a se socar e eu entrei em mais desespero e comecei a passar mau,tentei separar e meu pai empurrou com força minha barriga me fazendo quase cair para trás,olhei para minhas pernas e vi o sangue escorrendo.-

Marina: Meu Deus,Davi,meu bebê Davi. -Ele parou de socar o rosto do meu pai que estava sangrando e me olhou desesperado.-

Davi: O que é isso Marina? -Falou desesperado vindo até mim.-

Marina: Pega minha bolsa no quarto e meu celular. -Ele foi e voltou logo com a bolsa na mão,meu pai limpava o rosto.-

Miranda: Vai e não volta mais. -Falou quando o Davi me pegou no colo saindo dali,o que vai ser da minha vida agora? Nesse momento eu preciso focar no meu filho,eu não posso perder ele.-

-Davi tinha vindo de moto então atravessamos a rua até o ponto de táxi,e já tinha um táxi parado,entramos e ele veio atrás de mim segurando minha mão,mesmo com tudo que eu acabei de descobrir eu não consigo odiar ele.-

-Ele passava a mão na cabeça,eu estava me sentindo tão fraca,ele me olhava nos olhos e olhava minha barriga.-

Marina: Davi,eu não quero perder nosso bebê. -Falei baixo e ele derramou uma lágrima solitária.-

Davi: Não vai acontecer nada Marina. -Falou e logo chegamos no hospital,ele me pegou no colo e logo me colocaram em uma cadeira de rodas.-

Marina: Davi? -Falei quando barraram ele.-

XXX: O senhor não pode entrar,aguarde na sala de visitas.

Davi: Não vou esperar porra nenhuma,eu vou ficar do lado da minha mulher. -Falou empurrando o enfermeiro e vindo do meu lado.-

Marina: Não sai do meu lado.. -Falei sem força.-

Davi: Nunca. -Entramos em uma sala.-

XXX: O senhor não pode entrar,por favor respeite,sua teimosia coloca a vida deles em risco. -Davi me olhou e eu apenas balancei a cabeça que sim e ele parou,logo à porta foi fechada e me deitaram na cama,fiquei alguns minutos acordada e acabei apagando de tanta dor.-

{...}

-Abri os olhos devagar,uma claridade tomou conta dos meus olhos,olhei para o lado e vi o Davi deitado no sofá ao meu lado,olhei para minha barriga e já comecei a chorar,o que será que aconteceu com meu filho? Eu nunca vou perdoar meu pai se eu perder meu bebê.-

Marina: Meu bebê? Eu quero meu bebê.. -Falei chorando e o Davi acordou assustado levantando e vindo rapidamente até mim.-

Davi: Ei,nosso bebê tá bem Marina. -Falou com um sorriso nos lábios e pegou na minha mão.-

Marina: O que aconteceu?

Davi: Você teve um início de aborto espontâneo,você bateu a barriga em algum lugar?

Marina: Meu pai me empurrou.. quando vocês estavam brigando e eu tentei separar. -Vi sua expressão mudar,eu nunca vi o Davi com essa expressão,me arrepiei toda olhando seus olhos.-

Davi: Eu vou matar aquele desgraçado.. -Falou dando um soco na parede.-

Marina: Davi,não faz nada,o importante é que ele está aqui. Agora eu só preciso falar com minha mãe,eu sei que ela vai me ajudar.

Davi: Ta tirando com a minha cara? Tu vai lá pra casa,a casa e grande,minha mãe vai tá lá te apoiando,não quero tu mendigando nada para minha cria não.

Marina: Davi,meu pai errou,minha mãe nem sabe de nada.

Davi: E tu acha que ela vai ficar do lado de quem? -Ele me encarou sério e eu fiquei pensativa,meus pais odeiam favela e tudo relacionado a favela,eu não sou assim,nunca fui,tenho que admitir que eles jamais aceitariam isso.-

-Ele ficou me encarando e eu o encarando de volta,eu estava pensando em tudo que aconteceu e como vai ser minha vida daqui pra frente.-

Davi: Se tu não quiser ir pra favela eu compro um apartamento pra você Marina,satisfeita?

Marina: Não falei nada.

Davi: Ta me encarando aí,eu sei que tu nunca nem pisou em uma favela.

Marina: Você mentiu pra mim,mais você é o pai do meu filho e eu te amo Davi,vou estar aonde você estiver,só me promete nada de mentiras. -Ele sorriu e veio me abraçando.-

-Retribui o abraço sentindo seu cheiro,ele alisava minha barriga e me apertava em seus braços.-

-Eu sei que posso me arrepender,o Davi e bandido e eu já ouvi meu pai falar muitas historias sobre isso,mulheres que apanham,são humilhadas,eu estou tendo fé que ele é diferente,se acontecer alguma coisa eu vou embora e não volto nunca mais.-

Marina: Davi,você não é como os outros bandidos né? Meu pai já me falou tantas histórias..

Davi: Qual foi Marina? Eu sou bandido sim, mais eu continuo sendo o mesmo Davi que você conheceu mano,existe muito bandido ruim sim só que não é meu caso,pode acreditar,você,minha mãe e essa criança são tudo na minha vida. -Falou tocando meu rosto.-

Davi: Eu já tava pra quebrar esse hospital todo sem notícia sua,porra,tu já tá no meu nome morena. -Sorri para o mesmo,meus pais viraram as costas pra mim e ele está aqui comigo,com nosso filho,que seja o que Deus quiser.-

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