nono

887 123 163
                                    

Heyoon Jeong

— Deixa eu dormir na sua casa hoje? Pulamos a janela. — faço um beiço.

— Precisa enfrentar eles hoje. — bufo por Noah ter razão.

— Vou aparecer na sua casa amanhã pro colégio. — nos abraçamos.

— Se cuida. — beija minha testa. — Qualquer coisa, você sabe onde escondo a chave reserva do apartamento. — faço que sim.

— Obrigada, Urrea. — beijo sua bochecha.

— Nada, Jeong. Te vejo amanhã. — sai pela porta.

Respiro fundo e passo uma água no rosto. Desço e encontro meus pais mantendo uma conversa estranha na cozinha.

— Oi. — sussurro.

— Apareceu a inconsequente. — meu pai brinca e me tira um sorriso leve.

— Você já foi um adolescente, pai. Tenho certeza que foi um dos mais encrenqueiros. — vejo ele fazer que sim e sorrir.

— Bons tempos.

— Vocês são uma vergonha! — joga sua caneca na pia e sobe pro quarto de hóspedes.

— Vai mesmo me mandar pra lá? — meus olhos enchem d'água.

— Não é definitivo. Vai ficar bem, minha chata. — beija o topo de minha cabeça.

— Pai, por favor. — as lágrimas escorrem.

— Por favor digo eu, Heyoon! Você precisa aprender que nem tudo saí como você quer, pense que vai ser só até o ano acabar e tem Any. Vocês se dão tão bem.

— Any é a única parte boa nisso tudo. — suspiro e me permito receber seu carinho.

Ficamos assim por um tempo, mas logo resolvo perguntar algumas coisas.

— Vou quando?

— Depois de amanhã, quinta. — tão rápido.

— Papai, você não me ama mais?

A expressão no rosto do meu pai faz parecer que quebrei seu coração.

— Nunca diga isso, Heyoon. Eu te amo, minha filha. Você é minha vida, por isso quero que saía dessa cidade. Aqui não tem futuro, não tem luz. E meu bem, eu quero que você brilhe. — pela segunda vez na vida vi meu pai chorar.

— Eu te amo, velho. — o abraço, mais apertado que posso.

— Você me mata assim. — seca suas lágrimas. — Podemos aproveitar seus últimos dias aqui felizes? Vou fazer um macarrão. Vai tomar banho, sua fumante!

Sorrio e subo os degraus, amo meu pai e sei que ele me ama. Isso basta pra mim. Não preciso de outras pessoas, meu pai é minha família.

— Heyoon. — paro bruscamente.

— Sim.

— Olha pra mim. — me viro devagar, tenho medo da minha mãe. — Você vai pra minha casa e lá nós temos regras. Nunca vai ficar com um garoto junto de você no quarto trancados assim, eu escolho com quem anda e estarei de olho o tempo todo. Vai andar na linha e ai de você se eu te pegar fumando! — aponta o dedo na minha cara, e quando percebe que estava elevando seu tom de voz, se afasta e respira fundo. — Se manchar o meu nome e tudo que eu construí naquela cidade por birra de menina mimada, nunca mais me procure.

— Eu não te procurei. — respondo baixo e nunca olhando em seus olhos.

— Mas seu pai procurou! Não me contrarie assim nunca mais. — então ela saí.

𝗛𝗘𝗔𝗩𝗘𝗡 ミ heyosh ✓ Onde histórias criam vida. Descubra agora