primeiro

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Heyoon Jeong

Mastigo meu chiclete e vejo o relógio rodar. Tic tac, tic tac.

O sinal ecoa e pego minha mochila, a qual mantive fechada durante toda a aula, coloco a mesma sobre meus ombros e escuto os chaveiros se baterem de acordo com meus passos.

— Jeong, a garota que eu queria. — reviro os olhos e estouro a bolha que fiz com o chiclete.

— Fala, Urrea. — um sorriso aparece em seu rosto.

— Um amigo meu vai vir morar comigo, vamos nos encontrar na lanchonete depois da aula pra galera conhecer ele. Você não vem? — seus olhos verdes brilham.

Aperto Noah contra o armário e solto meu corpo sobre o seu.

— O que eu ganho com isso? — sussurro perto dos seus lábios.

— Heyoon, para. — me afasta e abro um sorriso. — Sabe que tô com a Sina agora. — reviro os olhos.

— O que eu ganho?

— Amigos? — tomba a cabeça em dúvida.

— Ah, cala a boca. — começo a andar em caminho ao portão da escola. — Você costumava ser mais divertido, Urrea. — provoco.

— Eu posso ser bem divertido, mas você precisa colaborar. — sussurra no meu ouvido.

— Esse é o Noah que eu conheço! — puxo seu braço, que ele passa sobre meus ombros. — Que horas? — sorri.

— Às 18:00, fechado?

— Se sua namorada ou alguma das amigas dela me olhar estranho, eu vou soltar fumaça na cara delas, ouviu? — escuto uma risada sair de seus lábios.

— Elas vão ter que usar máscara hoje. — sorrio em sua direção. — Vai mesmo, Jeong? — me para de baixo de uma árvore que faz uma grande sombra.

— Sabe que sim. — puxo a gola de sua camisa e deixo um selinho em seus lábios. — Me deve vinte pratas Noah, vou cobrar no lanche de hoje.

— Não me beija de novo. — levanto a sobrancelha. — Não em público, em lugar nenhum. — balança a cabeça, se consertando.

— Te vejo na lanchonete.

O sol da quase noite brilhava no céu, piso no que restou do meu cigarro e entro na lanchonete. Tocava alguma música de rock clássico e cheirava fritura muito forte, procuro pelo estabelecimento e avisto Urrea sentado em uma mesa com mais três garotas e um cara loiro.

— Veio mesmo, Jeong. — meu amigo abre um sorriso ao me ver.

— Eu cumpro com a minha palavra. — sento na mesa. — Mas você vai pagar meu lanche.

— Vinte pratas. — estende a mão.

— Vinte pratas. — aperto e guio meus olhos as outras pessoas na mesa. — Pode nos apresentar?

— Ah, sim. — passa a mão, arrumando os fios do cabelo. — Sina, minha namorada. — a loira de olhos verdes sorri simpática. — Sabina, minha grande amiga. — ela ergue a mão em um aceno. — Sofya, minha outra grande amiga. — balança a cabeça como aceno e seu cabelo balança no rabo de cavalo. — Por último, meu grande amigo, melhor amigo na verdade, Josh.

Nesse momento meus olhos focam em íris azuis tão intensas que sinto um formigamento subir pelo meu braço. Os cabelos loiros presos em uma bandana e o rosto bem desenhado marcado com o início de uma barba.

— Um prazer conhecer e rever todos vocês. — abro um sorriso falso. — Sou a Heyoon, a melhor amiga desvirtuada e perturbada do Noah.

— Você não é desvirtuada. — o loiro fala. Seus olhos azuis estavam me dizendo: cuidado, contém perigo.

— Você se assustaria. — fixo meu olhar nele. — A grana, Noah. — estico a mão e ele põe o dinheiro trocado. — Já volto.

Saio e peço meu hambúrguer com um suco natural pra equilibrar. Jogo uma pastilha de menta na boca pra diminuir o hálito de cigarro, apesar que todos eles já sentiram.

— Heyoon! — o cozinheiro volta com meu pedido e carrego até a mesa.

Diminuo meus passos quando percebo que falavam de mim.

Pensei que não falasse mais com ela, Noah. — era a voz de Sina.

Você marcou ás 18:00, aquela garota se atrasou quase quarenta minutos. — Sabina diz e reviro os olhos.

Ela fedia a cigarro. — Sofya acrescenta, toda envergonhada.

Reviro os olhos e rio, vejo que Josh me olhava e ria também. Coloco o dedo na boca, fingindo um vômito e o loiro solta uma risada.

Que foi cara? — Noah pergunta e ele dá de ombros. E vocês parem de falar mal da Heyoon! Antes de vocês eu não tinha ninguém, ela sempre foi a única que esteve comigo. Não importa o jeito tosco e ferrado dela, não vou deixar vocês falarem assim pelas costas. — sorrio e volto pra mesa.

— Também não deixo ninguém falar mal de você, Noah. — ele pisca pra mim. — E sobre eu feder a cigarros, — tiro um maço de dentro do bolso da jardineira que eu usava. — é porque eu fumo. — guardo de novo.

Depois disso fica um clima estranho na mesa, até Sabina puxar conversa com Josh. Como meu lanche em silêncio e ás vezes dava uma olhada em Noah. Decido entrar no papo quando acabo de comer e ficamos conversando até umas oito da noite.

— Deu minha hora. — levanto e dou um tchau fraco pras meninas e um aceno pro Josh. — Me liga pra gente combinar aquele lance. — dou um beijo na cabeça de Noah e saio da lanchonete.

Acendo um cigarro e encosto o carro na esquina. Subo no capô e fico observando a rua enquanto fumo.

— Eu achei mesmo que te acharia aqui. — Josh aparece do meu lado.

— Bom, você acertou. — bato com a mão do meu lado. — Senta aí. — ele sobe.

— Sabe, eu conheço o Noah a muito tempo e devo dizer que ele realmente está apaixonado. — mexe nos seus dedos. — Nunca o vi sem uma aventura sobre como vocês pularam o muro da escola ou sem estar em uma festa bebendo e jogando jogos pra ficar tonto comigo. — solto a fumaça.

— Talvez ele esteja amadurecendo, meu pai diz que um dia vai acontecer comigo. — nós dois rimos.

— Eu espero que não.

— Ei, quer um cigarro? — tiro a caixa do bolso.

— Achei que nunca fosse perguntar.

▪▪▪

primeiro capítulo pra vcs, espero q gostem da história :-)

▪ beijos, Malu.

𝗛𝗘𝗔𝗩𝗘𝗡 ミ heyosh ✓ Onde histórias criam vida. Descubra agora