Prólogo

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A notícia se espalhou rápido por todo Saturno, ninguém saía de casa, ninguém tinha coragem. Parte da tropa desapareceu, boatos diziam que eles haviam se corrompido. Mas esta era uma questão que não era tão simples de se tratar, no passado muitos se corromperam e isso custou muitas vidas inocentes. Os tempos agora eram outros, supostamente era um tempo de paz, e histórias sobre rebeliões e traições não deveriam nem mesmo existir no vocabulário da população da via Lactea.

No Palácio, localizado no centro da área mais próspera de Saturno, Dafne Ninurta, a rainha, andava de um lado para o outro, seu coração estava devastado, tudo o que ela mais temia estava acontecendo. Não sabia o que fazer de fato, recebera as notícias do Conselho de Titã no dia anterior.

Todos, exceto cinco, guardiões da Terra estavam sob o controle do ser mais procurado da galáxia, Tarvos Ninurta. Ninguém, nem mesmo a rainha, poderiam imaginar ou prever o que o homem queria com o controle dos guardiões. Entretanto, o fato do mesmo homem ser o seu irmão lhe dava uma maior sensação de obrigação para com a galáxia. Ao receber a notícia, sua maior preocupação foi proteger os guardiões  restantes. E isso exigiu alguns sacrifícios.

Dafne Ninurta, apesar de tudo, era grata por não estar sozinha. Ela sabia que podia contar com um certo guerreiro aposentado de temperamento forte. E assim o fez. Confiou a maior das tarefas a ele. Os tempos antigos, naquele momento, deveriam ser deixados de lado, mágoas... todos têm a todo o momento da vida, mas uma guerra... Uma guerra afoga todas as mágoas e preocupações que não sejam voltadas para salvar vidas.

Ela ainda podia sentir o medo, o medo real que a cobriu por completo, era como um rio profundo de águas escuras, como o céu da noite, e ela afundava e afundava cada vez mais. Caindo e caindo. As imagens nunca iriam sair de sua memória, nunca nunca nunca. Parte do Conselho de Titã destruído, gritos, choros, e arrependimentos escondidos em frases calorosas de raiva e decepção. Dafne suspirou, ela fez o certo, ela esperava que sim. Vidas estavam em suas mãos e ela, como sempre e por todo o sempre, faria de tudo para protegê-las. Tudo. E o tudo estava escondendo o maior dos sacrifícios.

Observando a paisagem da janela de seus aposentos, a rainha permitiu-se chorar. Suas mãos trêmulas e a boca seca indicavam que ela se sentia derrotada. Mas não. Ainda não. Ela ainda tinha uma esperança. E ela iria se agarrar a ela até o último momento.

Mas o último momento poderia estar perto...

Mas o último momento...

Poderia...

Estar...

Perto...

Ah Archibald eu espero que você consiga....

A Rainha de SaturnoOnde histórias criam vida. Descubra agora