Capítulo 33- Último capítulo

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Olá, pessoal!

O último capítulo da fic chegou.

Espero que gostem.

Boa leitura! ^^

.......☆

Três anos depois...

Abrir os olhos todas as manhãs para muitos era motivo de alegria... Mas não para si. Há muito o surgimento de um novo dia deixou de ser bem vindo... Esperado... Tudo o que conseguia sentir ao acordar e descobrir que ainda estava viva era uma profunda tristeza.

Para si abrir os olhos significava enfrentar mais um dia de sua vida miserável.

O sabor amargo da derrota ainda estava em sua boca e por vezes misturava-se ao terrível sabor da comida que era obrigada a comer para não morrer de fome... Assim como a água suja que era obrigada a beber.

Lembra-se bem do dia do seu julgamento...

Lembra-se de cada um que a acusou... Que apontou o dedo para si.

Lembrava-se das lágrimas que derramou ao ouvir sua sentença... A ré foi condenada a 16 anos em regime fechado por tentativa de homicídio...

Lembra-se de como gritou e amaldiçoou todos que estavam ali assistindo de camarote o seu sofrimento, de como amaldiçoou cada um que deu as costas para si.

Lembrava-se de como se sentiu ao perceber que não tinha amigos de verdade; que não tinha uma família com quem pudesse contar; que não tinha absolutamente ninguém... Que estava só, e que assim permaneceria por longos anos.

E ser privada de sua liberdade doeu...

Doeu entender que a sua vida a partir daquele momento se resumida a privações...

Nunca imaginou que sentiria falta das coisas simples da vida... Como um banho decente, um sorvete em um dia quente de verão, ou o simples fato de contemplar o pôr do sol através da janela de seu flat...

Sempre teve tudo o que queria afinal... Nunca antes havia sido privada de coisas que para si eram primordiais... Nunca ficou dias sem tomar banho, ou sem comer ou beber ao menos um copo com água...

Nunca antes havia levado uma surra pelo simples fato de ser quem era, por querer se manter superior. Mesmo ali misturada com a escória, achava-se sim, no direito de manter sua personalidade... Sua dignidade...

E agora, após 2 anos naquele maldito lugar, sendo humilhada de todas as formas possíveis e imagináveis, perguntava a si mesma, quem era? Quem havia se tornado? Não sabia dizer, sabia apenas que tinha que ser forte, que precisava manter-se firme até o seu último dia naquele inferno.

- Acorda, vagabunda! - A voz irritante da carcereira soou alta em seus ouvidos... O som agudo produzido pelo bater da caneca de alumínio contra as grades metálicas era uma verdadeira tortura a qual era submetida todos os dias.

Sabia que ainda não tinha amanhecido, pois não conseguia ver nenhuma claridade além daquela luz cegante que estava apontada para os seus olhos. "Mas que inferno".

- Vamos, levante! - A carcereira gritou já abrindo a grade com violência e entrando no espaço minúsculo ao qual dividia com outra detenta.

Olhou para o lado e a companheira de cela dormia... Ou ao menos era o que pensava, já que ela não havia mexido um músculo sequer.

- Você está surda!? - A carcereira gritou no seu ouvido. Não teve tempo de responder ou se mexer, e os seus cabelos foram puxados com violência.

Nunca mais me deixe Onde histórias criam vida. Descubra agora