Eu estava concentrado no meu trabalho quando ouvi o som do elevador. Alguns jovens estavam se preparando para suas atividades da manhã. Percebi que os recém casados Silvia e Filipe estavam sorridentes abraçados a caminho do parque.
_Bom dia sr: Jaime. Desejou Filipe ao lado da esposa.
Eles eram um casal muito bonito, se conheceram por acaso no prédio por cerca de dois anos atras. Tinham o habito de sempre chegarem do trabalho no mesmo horário, ela professora de inglês, ele gerente de loja, coincidência ou não isso foi o ponto alto para uma bela amizade, que acabou virando namoro e hoje já fazem quase seis meses de casados.
_ Bom dia casal. Sorri para ambos.
_ Nossa correspondência chegou Sr: Jaime? Perguntou Silvia curiosa.
_ Vamos ver... Falei procurando entre os papeis o nome dos dois._ Aqui está! Entreguei as contas na mão dela.
_ Vamos dar uma volta. Explicou Filipe. _Ate mais tarde sr: Jaime!
_Bom passeio.! Desejei.
O portão principal já estava se fechando quando uma moça bonita e sensual de vestido de festa saiu de um carro chorando. Reconheci imediatamente a pessoa.
_ Srta Nicole por que está chorando? Perguntei entregando a ela um lenço de papel.
_ Ele não presta sr: Jaime. Ela chorou segurando o lenço entre os dedos finos. Eu suspirei já imaginando sobre quem ela falava.
Srta Nicole é o tipo de moça de bom coração que se apaixona fácil por homens cafajestes.
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Desde que eu trabalho aqui sempre a vejo sofrer por amor, coitada.
_O que aconteceu srta? Perguntei de forma gentil.
_ Ele tem outra! Ela gritou furiosa. _Na verdade eu descobri que a outra sou eu sr: Jaime. completou a frase e se pôs a chorar copiosamente.
Resolvi lhe dar um copo de água com açúcar. Depois ela me contou toda a historia do seu drama tipico de novela das oito, logo apos se recompôs, agradecendo a minha gentileza e subiu para o seu apartamento.
Meu trabalho era cheio de emoções isso não podia ser negado de forma alguma. Pensei vendo a jovem entrar no elevador.
O interfone tocou.
_ Bom dia! Atendi a ligação.
_Bom dia sr: Jaime, sou eu o Douglas. A voz grave me cumprimentou do outro lado da linha. _Eu to morrendo de dor de cabeça e pedi para a farmácia trazer uns analgésicos pra mim. ok? Informou. Pela sua voz parecia realmente que ele estava mal.
_ Está bem sr: Douglas. Confirmei que havia entendido.
_Mais uma coisa. Sr: Douglas voltou a falar comigo. _As minhas amigas já estão de saída pode interfonar assim que o táxi delas chegar sr: Jaime? Perguntou.
_Sim senhor, eu ligo. Falei confirmando mais uma vez.
Desliguei o interfone e voltei para a minha cadeira.
O barulho de passos na escada chamou minha atenção. Srta: Amanda descia parecendo um pouco cansada. Ela era a filha mais velha do casamento de seis anos de sr: Ivan e sra: Luciana.
_Oi sr: Jaime. Me saldou assim que me viu._ Eu vim buscar a correspondência da minha mãe.
_Claro está aqui! Eu entreguei na mão dela uns poucos envelopes.
Ela examinava as contas lendo com atenção cada uma delas.
Um som de buzina chamou nossa atenção para a rua. Uma moto de entrega parou logo a frente do condomínio um rapaz de aparência jovem desceu da mesma. se identificando como o motoboy da farmácia.
_Bom dia. Ele sorriu se aproximando do balção da guarita.
_Bom dia! disse a jovem a minha frente muito sorridente ao jovem que acabou de chegar. Todo aquele cansaço demonstrado minutos antes havia desaparecido.
_Olá, sou Elias! O jovem se apresentou a moça ainda sorrindo._Tudo bem?
-Tudo! Ela ajeitou as mechas loiras atras da orelha sorrindo pra ele._Sou Amanda!
Enquanto o casal paquerava na minha frente. eu liguei para o sr: Douglas informando sobre a chegada do remédio. Ele confirmou a subida do mesmo.
Mas os dois jovens na minha frente sequer prestaram atenção em mim.
Eu olhei de um para o outro percebendo que algo estava acontecendo aqui.
consertei a garganta. Eles me olharam esperando.
_Você pode subir. Falei entregando um passe livre já com a numero do apartamento. O tal Elias acenou com a cabeça, ainda sorrindo para Amanda e entrou no elevador.
Amanda se apressou a entrar no elevado com o rapaz. Do monitor da guarita eu vi que eles passaram a viagem inteira conversando sorridentes.
