CAPÍTULO VII

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Eu estava fazendo o café da manhã enquanto a recepcionista loira oxigenada ainda dormia. Levei o pão com mortadela e o café em uma bandeja até sua cama. Cutuquei a loira, que se remexeu entre os lençóis.
— Ah, mãe, só mais cinco minutinhos. — Murmurou ela.

Ah, pronto.

— Sou eu, sua demônia.

A oxigenada abriu os olhos.

— SN?

— Estou indo trabalhar, — Falei saindo do quarto. — vou usar sua roupa hoje, já que não pude ir para casa ontem. — Ela me agradeceu silenciosamente e sorriu.

Eu havia passado a noite toda em sua casa, cuidando para que ela não envergonhasse ainda mais a sua própria espécie e evolução ao continuar chorando por um macho.

— Avise ao chefe que não pude ir porque morri e não posso faltar no meu enterro.

Na empresa, avisei ao CEO do ocorrido com o máximo de descrição que consegui.

— Ela foi galhada. — Respondi quando ele perguntou o porquê da ausência de sua recepcionista.

CEO ficou chocado.

— Nesse caso, então, melhoras para ela.

— Ela vai ficar bem, já adquiriu muitos anticorpos.

Ele fez uma expressão confusa, era demasiado lerdo mesmo.

— SN, — CEO parecia que iria-me fazer um pedido. — E-eu gostaria de sair hoje com você...

— Beleza, onde vamos?

— Que tal a casa dos meus pais? Quero que você os conheça.

ALERTA VERMELHO. ALERTA VERMELHO. ELE DISSE "PAIS". EU OUVI "PAIS".

— Por que? — Tentei me esquivar, pensando em algum argumento contra aquela ideia bosta. — Não acha que é cedo demais? Nós só saímos uma vez.

Isso era verdade. É consideravelmente cedo demais para aceitar conhecer os pais do CEO. Imagine, é quase como se casar. Você começa a frequentar os almoços de família, os jantares de Páscoa, os jantares de Natal... E ainda tem que lidar com toda aquela gente, naquela casa da onde devem sair parentes até da parede só para fazer perguntas invasivas.

— Você tem razão. Então, você escolhe onde vamos. — Ele sorriu, abobalhado.

— Comer.

A noite, nós caminhamos até um restaurante requintado da região. Os malacos da rua chegaram a lançar seus olhares gananciosos para cima de nós, mas não nos assaltaram, pois uma viatura da polícia passou naquele momento.

— Esta noite está perfeita. — Disse CEO, admirando a lua.

— De fato, — Concordei, mesmo achando que estava um calor do caralho. — o que você me recomenda comer hoje?

— Bem...

— Só não peça uma daquelas lagostas voadoras. — Interrompi.

— Não, eu...

— Ou caviar, tenho a sensação de que ele poderia me atacar, ou sei lá, você viu o que aconteceu no outro dia.

— Na verdade, eu sugiro que você peça hoje.

Uma ideia magnífica brilhou em minha mente.

— Sorvete de iogurte? — CEO perguntou, surpreso.

Já havíamos chegado ao restaurante e agora o garçom esperava o pedido. Eu sugeri sorvete de iogurte.

— É ótimo, você vai gostar. — Falei.

A SN e o CEOOnde histórias criam vida. Descubra agora