A Mensagem Dos Céus

O Amanhecer

Ao amanhecer Gustavo encontrava-se no mesmo lugar limitado pela força do cansaço e enxaquecas provocadas por uma bebida com sabor horrível que não tem nenhum efeito benéfico a não ser apoderar-se do nosso ser, fazendo-o refém da sua maliciosa perfídia de nos oferecer mais felicidade e animação na mente áspera e negra que todos os humanos mesmo os mais positivos se brindam.

Ao acordar depara-se que se encontra no mesmo local onde se deitou a olhar para as estrelas: na relva. Mas algo tinha mudado, o sapato direito já não se encontrava alojado no pé, assim como a carteira não se encontrava no bolso. Gustavo olha à sua volta e vê um sem-abrigo ainda com aquela espécie de botija a dar lume, este olha também para Gustavo:

- O Sapato até estava bom, agora a carteira tinha saliências lixadas, não se conseguia comer....

-Então mas comeste a carteira???? O que tens na cabeça?? Não te daria mais jeito para comprares coisas com ela???

-ah? Eu não preciso de dinheiro!! Estou é em dieta têxtil, só posso comer roupas ou acessórios da gant.

- Mas... porque??

- Já olhou bem para mim? Como é que vou caber no vestido daqui a 2 meses?

Nesta deixa Gustavo levanta-se e chama um Uber para a loja do cidadão porque sabia que ia estar lá um dia inteiro, no caminho ainda é perseguido por dois taxistas mas o Uber tinha perícia nestas situações.
Ao chegar lá depara-se nada mais nada menos com o presidente da república portuguesa, que imediatamente lhe dá dois beijos por pensar que Gustavo se tratava de uma varina mas quando se apercebe do sucedido pede desculpa. Gustavo decide apresentar-se:

-Oh chefe sou um agente secreto de Portugal, qualquer coisa diga pah.

- Ah sim, aqui o zequinhas também me disse que era o batman, bom o povo lusitano está cheio de heróis obrigado bom.

- Mas eu tenho aqui a certificação.

Mas não tinha pois o sem abrigo tinha-a papado à bulhão pato.
Perante a vergonha Gustavo pede desculpa e vai choramingar para a zona das certidões conjugais referentes ao artigo 5.º da lei 23 da constituição portuguesa, ao que a senhora da caixa não aceita tal situação e diz que ele tem de tirar a senha e esperar como os outros, ao que Gustavo respeita e executa, só que a máquina das senha está avariada e a velha não aceita sem senhas, então Gustavo espera por um técnico, quando a máquina é arranjada, tira a senha e é o 76 e ainda vai no 23, aguarda. Quando chega a sua vez não pode executar nada pois o serviço encontra-se em baixo, os computadores não funcionam e ainda bem pois Gustavo nem é casado.

Volta então para casa.

Ao chegar ao portão depara-se com Teresa e deixa-a entrar. Tratava-se de só mais uma conversa habitual entre dois amigos de longa data, Teresa contou-lhe como foi a sua aventura na feira de ribeiralves enquanto Gustavo só ouviu e escutou.

- Chiça Gustavo lembras-te quando éramos miúdos e eu andava de muletas e como ia a pé para casa tu levavas-me sempre até recuperar?

-Oh pa sim, que nostalgia! Éramos tão novos e sempre estivemos juntos ao longo do tempo Isabel até parece que...

- Teresa...

- sim, até parece que estivemos juntos noutra vida

Perante isto Teresa peida-se discretamente enquanto se levanta e sai daquela casa com um brilho nos olhos.
Logo a seguir Gustavo recebe uma mensagem:

- Gustavo? Daqui fala o Dr.Hornett teu chefe, amanhã vem cá ao quartel, o presidente precisa de ti num assunto de extrema importância, é caso para dizer que vais ficar com os olhos em bico. Esta mensagem vai-se autodestruir em 30segundos.

Gustavo atira o telemóvel pela janela e este é automaticamente recolhido por um sem abrigo que estava a fazer uma dieta das telecomunicações em que só podia comer telemóveis, bem dito bem feito, encheu o bandulho com o telemóvel e este explodiu na sua barriga o que fez o sem abrigo exclamar: "Que explosão de sabores que nunca senti! Agora sim vou caber no vestido!!!", era época do Santo António e dos trocadilhos terríveis naquela cidade.