A Babá - Kuroshitsuji { Reestruturando }

Capítulo 1

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ㅤAs lágrimas escorriam pelo meu rosto enquanto eu segurava um livro entre as mãos trêmulas. O sofrimento dos gêmeos Phantomhive pesava como uma âncora no meu coração, lançando-me em um oceano de angústia. 

ㅤㅤㅤㅤㅤ"Por que? Por que tiveram que suportar tanto?", indaguei em meio aos soluços, buscando uma resposta no silêncio do meu quarto.

ㅤEmpatia sempre foi uma característica marcante em mim, e, naquele momento, chorava não só por personagens fictícios, mas por almas atormentadas em um enredo cruelmente traçado.

ㅤㅤㅤㅤㅤ"Ah, como eu desejaria protegê-los de todo mal!", murmurei entre soluços, enquanto enxugava as lágrimas com meus próprios pulsos e deixava escapar um suspiro trêmulo e carregado de dor. A amargura da inevitabilidade se infiltrava em minha voz, ecoando a triste certeza de que um final feliz não aguardava os jovens Phantomhive. O destino sombrio que os aguardava, a perda iminente da alma de Ciel para Sebastian, dilacerava meu coração em pedaços.

ㅤPode parecer fútil, chorar dessa maneira por uma história. Mas para alguém como eu, uma parassocial, cada página virada era uma jornada emocional, uma conexão profunda com personagens que se tornaram mais do que meras figuras de papel.

ㅤㅤㅤㅤㅤ"Eu só queria protegê-los... Era tudo o que eu queria...", murmurei, afundando na cama e abraçando o mangá como se fosse um escudo frágil contra a dor que se abatia sobre mim. E, antes que eu percebesse, as lágrimas me embalaram para um sono agitado.

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ㅤO despertar veio abrupto, como um mergulho em águas geladas que roubam o calor do corpo. Abri os olhos para um cenário desconcertante, longe dos pôsteres familiares do meu quarto. Um quarto amplo e suntuoso se estendia diante de mim, adornado com móveis vintage e luxuosos. Eu, reduzida à insignificância em meio à grandiosidade do ambiente, mal podia acreditar na realidade distorcida que se desenrolava diante de mim.

ㅤㅤㅤㅤㅤ"O quê?!" minha voz ecoou em desespero, mãos pressionando o rosto em busca de uma explicação que se esvaía entre os dedos trêmulos.

ㅤㅤㅤㅤㅤ"Minha dama? Já despertou?", a voz da empregada cortou o ar, trazendo-me de volta à consciência de um mundo que parecia escapar-me.

ㅤㅤㅤㅤㅤ"Q-Quem é você?", gaguejei, recuando como se o mero contato fosse perigoso, uma escova na mão erguida como um símbolo de defesa improvável.

ㅤA empregada, confusa e atônita, tentou dissipar meu temor, aproximando-se com cautela. Mas eu, envolta em um turbilhão de confusão e terror, via apenas um reflexo estranho no espelho diante de mim. Uma garota de cabelos dourados e olhos azuis, uma figura estranha e desconhecida que encarava-me do outro lado do espelho.

ㅤConfusa, levantei minha suposta mão até o rosto, tocando e sentindo a bochecha gordinha e macia sob a ponta de meus dedos. Uma pele tão clara que a quando eu tocava com mais força se tornava vermelha.

ㅤㅤㅤㅤㅤ"Minha dama, não estrague seu lindo rosto dessa forma." A criada se aproximou, segurando meu pulso com gentileza. "A senhorita tem um café da manhã com seus pais. Devemos lhe preparar."

ㅤO mundo desabou ao meu redor, a realidade quebrando-se em pedaços diante dos meus olhos incrédulos. Eu havia tomado o lugar de outra pessoa, uma troca inexplicável que me lançava em um turbilhão de incertezas e medos.

ㅤSem forças para questionar, fui arrastada pela correnteza dos eventos, uma marionete em mãos desconhecidas. Outras empregadas me envolveram como se eu fosse uma boneca, moldando-me para a vida que agora me era imposta. Banho, vestimenta, escovação dos cabelos - gestos meticulosos que me arrastavam para um destino incerto.