O pilar do som se sentia péssimo. Estava perdendo feio. Talvez tivesse sido teimoso quando recusou reforços, ele só não queria colocar ninguém em perigo desnecessário. Agora ele estava em um estado deplorável.
O que estava acontecendo consigo? Tinha ficado mais fraco? Estava mais sensível? Antes não pensaria em mais nada que não fosse completar a missão e destruir demônios, por que agora estava tão diferente?
Ele ainda possuía forças para lutar contra Gyutaro, mas estava chegando ao seu limite. Seu olho esquerdo continuava sangrando e nada poderia ser feito por sua mão. Queria ceder, mas continuava desferindo golpes no intuito de se defender. O oni também estava nas últimas, mas poderia facilmente se regenerar com o tempo, coisa que o platinado continuava tentando evitar até que alguém chegasse.
Por que estava pensando aquilo? Ninguém iria chegar, ele não seria salvo por culpa de seu egoísmo. Antes era egoísta por não se importar com ninguém que não fosse ele próprio, agora era egoísta porque não queria que ninguém que ele gostasse acabasse se machucando. Queria rir de si mesmo ao notar o quanto tinha mudado ao mesmo tempo em que continuava o mesmo.
Ah, aquele paradoxo. E era tudo culpa de Kyojuro.
— Você não quer morrer mesmo, não é? Por que quer tanto viver?
Gyutaro fez a pergunta querendo distrair o exterminador de demônios, que insistia em não desistir. Tengen não precisou pensar muito para chegar a uma resposta:
— Por que existe alguém pra quem eu quero voltar.
O demônio riu com escárnio, aquela resposta havia sido ridícula para si. Observava o humano cair de joelhos no chão, exausto e ferido, mas ainda assim lutando para voltar a ficar de pé. Ele decidiu dar um fim naquela situação ali mesmo, iria fugir antes que outros exterminadores de demônios chegassem até ele.
Teria feito isso, mas antes que pudesse reagir sentiu quatro lâminas cortando seus membros e uma espada atravessando seu pescoço. Tanjiro, Zenitsu, Inosuke, Nezuko e Kyojuro tinham chegado.
— Morreu mesmo?
— Acredito que sim.
— Mas ele não tinha uma irmã? Ela ainda está viva?
— Não tenho ideia.
— Então bora atrás da maldita — Inosuke terminou a discussão puxando Tanjiro e Zenitsu até os três estarem correndo por todo o distrito, procurando pistas sobre o que havia acontecido com Daki. Rengoku e Nezuko ficaram para ajudar o pilar do som.
— Me perdoa, Uzui. Se nós tivéssemos chegado mais cedo nada disso teria acontecido com você — o pilar das chamas dizia com pesar e preocupação olhando para o estado em que o platinado estava, carregando o maior do melhor jeito que conseguia. Nezuko o acompanhava pronta para defendê-los de qualquer ataque.
— Kyojuro?! Você não deveria estar aqui... — Tentava dizer algo, mas a dor se fazia mais presente e sentia-se mais mole sobre Rengoku.
— Eu estou retribuindo um favor. Nezuko, seu irmão e seus amigos precisam de você, eu irei ajudá-los daqui a pouco. Agora vá — Nezuko assentiu com a cabeça e saiu correndo na direção que os três haviam tomado. O pilar das chamas voltou seu foco para Uzui, o olhando com ternura e afeto, mesmo que o outro não pudesse ver devido ao seu estado. — Não se preocupe, vai ficar tudo bem agora, meu amor.
Tengen não teria como saber se aquilo que tinha ouvido foi real ou apenas sua mente cansada lhe pregando peças, mas se permitiu sorrir e sonhar que seu amor lhe correspondia.
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Mais uma vez, peço perdão pela demora. Eu estava fazendo um projeto para uma amiga e só terminei há pouco tempo. E eu também não sabia como prosseguir com essa parte da história, por isso modifiquei muitas coisas do enredo original, perceberam né?
Ficou curtinho, mas compensarei vocês, prometo.
Aliás, devo dizer que Radiante está quase no fim. Sim, mais uns dois ou três capítulos e será finalizada. Dêem muito amor a essa bebê que eu adoro escrever.
Obrigada por ter lido até aqui. Até o próximo capítulo!
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Radiante [kimetsu no yaiba]
Lãng mạnPorque Rengoku, aos olhos de Uzui, sempre seria radiante. [Sendo reescrita]