Capítulo 1 | Pilar

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Vídeo na mídia:  The Weeknd - Earned It (Daniel de Bourg vocal cover)

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Remexo o interior da bolsa à procura do celular. Quando o encontro, desbloqueio a tela e vejo que recebi algumas mensagens, a maioria são da minha amiga Adela.

Respondo-as, rapidamente, coloco o aparelho de volta na bolsa, mas, desta vez, dentro de um dos compartimentos internos e me preparo para voltar para o meu quarto.

De repente, estaco e sinto a minha nuca formigando. Impulsionada por uma sensação estranha e irresistível, viro a cabeça e na mesma hora sinto como se tivesse sido golpeada, quando meu olhar recai sobre um homem que, imediatamente, classifico de magnífico.

Abro mais os olhos em surpresa por ele ter conseguido a proeza de tirar o meu fôlego, apenas por estar ali. Fascinada, eu não consigo deixar de olhá-lo, mantendo meus olhos sobre ele por mais tempo do que eu gostaria.

Não posso negar que é um dos homens mais atraentes que eu já vi e, embora esteja vestido com roupas civilizadas — jaqueta de couro preto, camisa branca e calças escuras — ele possui a elegância que certos homens trazem de berço e, ao mesmo tempo, não são capazes de ocultar um toque sutil de perigo que lhe confere um charme selvagem.

Apoiado no móvel estreito e comprido, seu ar displicente pode confundir os desatentos, porém, um olhar mais apurado, percebe que seu corpo não está tão relaxado como aparenta e que os olhos movem-se alertas ao redor. A expressão indolente que ele sustenta nas feições é só fachada. Comparo-o a um caçador que aguarda, pacientemente, por sua presa.

Cada vez mais intrigada e tentando compreender a minha reação à sua presença, deixo-me levar pela aparência dele e passo a analisá-lo, o mais discretamente, possível.

Dono de uma beleza incomum, que chega a ser surreal, ele é alto e deduzo que deve ter mais de 1,80 m de altura. As sobrancelhas escuras e grossas, possuem um arqueado natural, o nariz é reto, a boca é firme e bonita, com um lábio superior fino e o inferior mais cheio, tão masculina quanto a mandíbula quadrada, que a barba, precocemente, grisalha, não consegue ocultar. Subitamente, ele move a cabeça e nossos olhos se cruzam.

Seguro o ar nos pulmões ao sentir a força da sua virilidade crua. A intensidade de seu olhar parece aquecer a pele dos meus ombros, que o modelo do vestido deixa desnudos, provocando uma onda de calor que desce ao longo dos meus braços.

Um pouco sem jeito por ter sido pega no ato, faço o possível para disfarçar o meu interesse nele, porém, algo me diz que não fui bem sucedida.

Obtenho a confirmação da minha total falta de habilidade em ser sutil, quando um garçom aproxima-se da minha mesa, retira a taça vazia e a substitui por uma outra, contendo uma dose de vinho.

Uno as sobrancelhas e brindo-o com um olhar interrogativo. Ele "lê" a minha pergunta muda e apressa-se em responder:

— Um cálice de vinho do Porto, com os cumprimentos do cavalheiro de jaqueta preta — ele move a cabeça para olhar na direção do bar. Como a pessoa curiosa que eu sou, estico o pescoço para imitá-lo e me deparo com o homem o qual estive admirando não faz nem cinco minutos.

Amar de Olhos Fechados (DEGUSTAÇÃO - Livro retirado em 18/03/21)Onde histórias criam vida. Descubra agora