Capítulo 2 | Cruz

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Vídeo na mídia: Fallin' - Nicola Cavallaro (Alicia Keys cover)

Eu sou um cara realista e estou sempre com os pés bem plantados no chão

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Eu sou um cara realista e estou sempre com os pés bem plantados no chão. Mantenho meus sentimentos em estado de alerta e faço questão de conservar um certo distanciamento, demonstrando que não me deixo conduzir pelas loucuras do coração.

Não escondo de ninguém o quanto eu gosto da minha vida de solteiro, mas as mulheres não deixam de se envolver, emocionalmente, comigo por causa disso.

Faz tempo que perdi a conta de quantas mulheres passaram pela minha cama, desde a minha primeira transa com uma das primas do Thiago, meu melhor amigo na época, aos quinze anos de idade. Só que nenhuma durou mais que seis meses.

Surpreso, percebo que me distraí e acabei esquecendo o que tinha para dizer à mulher que me espera sentada, pacientemente, na ponta da cama.

De volta ao presente, me perco por uns instantes, nas profundezas do par de olhos verdes adornados por cílios escuros, mais eróticos que já tive sobre mim e que me lembram os de uma gata selvagem.

Sacudo a cabeça, saindo de vez das minhas divagações, limpo a garganta e me recomponho.

Como eu disse no restaurante, estou de passagem pela cidade. Pego a estrada amanhã cedo, o que significa que nós temos apenas esta noite. Sem nomes. Sem troca de telefones. Preciso que você esteja ciente disso antes de prosseguirmosaviso com seriedade.

Eu podia ter falado isso lá embaixo? Podia. Mas a chance de levar um rotundo não na cara era maior. E não sou idiota. Eu quis dar uma amaciada na garota primeiro, porém, caso ela não aceite os meus termos, nos separamos, cada um toma seu rumo e vida que segue.

Ela sorri e, confesso que esta é a última coisa que eu esperava. Na verdade, me preparei para sua fúria, pensei que ficaria indignada e sairia do quarto. 

Sem deixar de sorrir, suave e, sensualmente, para mim, ela levanta, aproxima-se e corre os dedos bem devagar, pelo meu peito. Descendo um pouco mais, ela alcança a barra da minha camisa, puxa o tecido para fora do cós da calça e os seus dedos resvalam no meu abdômen, fazendo os músculos se retraírem. 

Ao notar o movimento involuntário e, olhando-me, sedutora, a danada umedece os lábios, usando só a pontinha da língua.

Engulo em seco.

— Hum, que homem misterioso. Não vou negar. Eu adoro um mistério — declara com a voz, levemente, rouca, enquanto roça o corpo no meu, mas logo emenda, sem desviar os olhos do meu rosto: — Eu não vejo problema, pelo contrário, mas, por acaso, você não teria um nome qualquer para me dar? É chato não ter como te chamar. Pode ser um nome inventado...

Reflito por um momento e respondo:

— Está bem. Nesse caso, você pode me chamar de Cruz.

Ela sorri e os olhos vão direto para a tatuagem na lateral do meu pescoço.

Amar de Olhos Fechados (DEGUSTAÇÃO - Livro retirado em 18/03/21)Onde histórias criam vida. Descubra agora