𝐏𝐄𝐃𝐈𝐀𝐓𝐑𝐈𝐂𝐈𝐀𝐍 彡 corbyn besson ✓

𝐨𝐧𝐞

Outubro de 2016

Escuto a porta do andar de baixo bater fortemente, fazendo que um enorme estrondo ecoe pela casa, provavelmente seja Ashley fugindo para se encontrar com o seu namorado. Me levanto para ver se Saturn não acordou e estranho o fato de Melissa não estar na cama.

─── Mel? ─── falo um pouco alto na tentativa de obter uma resposta sua. ─── Ei meu bebê, você viu sua mamãe?

Pergunto ao pequeno ser a minha frente, Saturn, minha filha de dois meses. Ela dorme tranquilamente, aprecio seu rostinho por alguns instantes e percebo que eu estava com um sorriso bobo no rosto, não tenho culpa de ser um pai babão.

─── O que é isso? ─── me pergunto referindo a um pedaço de papel preso a um dos ursinho que Saturn tinha no berço.

Ele estava dobrado em algumas partes, o desdobro e sinto meu corpo gelar quando reconheço a letra de Melissa na primeira linha. Engulo seco e tomo coragem para ler.

"Querido Corbyn,

Não sei em qual momento você deve estar lendo isso, talvez ainda seja de madrugada e eu tenha acabado de sair de casa, afinal você desenvolveu um sono leve desde que Saturn nasceu. Eu vou ser direta, sim, eu estou indo embora. Consegui o emprego dos meus sonhos na Itália, não é incrível? assinei um contrato de quatro anos com uma gerência bastante renomada. Sei que você deve estar me criticando nesse momento, mas poxa Corbyn, eu sou uma adolescente de 17 anos que tem sonhos e que me tornei mãe por acaso, mas não vou deixar isso me impedir. Tenho a completa certeza que você irá cuidar do nosso planetinha, você tem seus pais, Ashley, Jordan e claro os meninos da Why Don't We. Vocês conseguirão suprir o meu papel como mãe. Espero que você me entenda, não foi fácil deixar a nossa filha, mas eu se coloca no meu lugar, sei que deixaria tudo para ir viajar no meio do mundo para cantar. Enfim, em quatro anos, ou menos, eu estarei aí para rever meu planetinha.

Ate logo,
Melissa Tompson."

Minhas mãos estão trêmulas, não enxergo nada a minha frente devido aos meus olhos estarem marejados. Me deito na cama e deixo as lágrimas escorrerem pelo meu rosto.

Eu estava sozinho agora.

Sozinho com uma bebê de dois meses.

Ainda não acredito no que Melissa foi capaz de fazer comigo, prometemos sempre estar juntos em todos os momentos e na primeira oportunidade ela me abandona.

─── Corbyn e Mel pelo amor de Deus essa criança está berrando! - Ashley entra no quarto e corre para o berço. ─── Bean? Tá tudo bem?

Nego com a cabeça. Meu choro se intensifica e se sobressai em relação ao de Saturn. Noto que minha irmã a balançava de um lado para o outro, mas não desviou o olhar de mim por um minuto sequer.

Minutos depois Saturn volta a dormir. Ashley se senta ao meu lado e pergunta mais uma vez o que tinha acontecido, apenas aponto para a carta de Melissa e ela a pega rapidamente.

Sua feição era de espanto, Ashley tinha os olhos arregalados e a boca aberta enquanto lia tudo com atenção. Ela dobra a carta e me olha com pena e me abraça logo em seguida.

─── Corbyn, me escuta. ─── olho para o seu rosto. ─── Eu nem consigo imaginar o que deve estar passando na sua cabeça, mas saiba que pode contar comigo para tudo, você e Saturn não estão sozinhos.

Abraço minha irmã e a sinto fazer carinhos no meu cabelo. Olho para o berço de madeira ao lado da minha cama, mais especificamente para minha filha. A minha companheira até o fim da minha vida.

Me levanto e paro ao seu lado, faço carinho no seu cabelo loiro e deixo mais lágrimas escaparem.

─── Saturn May Besson, eu prometo nunca te abandonar como ela fez. Eu te amo minha filha, e daqui pra frente será você e o papai.

Dou um leve beijo em sua cabeça e volto a sentar ao lado de Ashley, deito minha cabeça em seu ombro e começo a pensar em como vou cuidar de Saturn.

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