Two ghosts

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Noah on

Para resumir o meu dia até a hora do almoço é falar que foi demais para mim. O tanto de pessoas que vinham falar comigo, ou gente que eu nem conhecia batendo nas minhas costas como consolo fez com que o meu dia fosse por água abaixo.

Sentei na mesa do canto bem escondido de todo mundo e apoiei minha cabeça na mesa. A única coisa que eu queria agora era ficar sozinho, mas nem com isso a vida está me ajudando.

- Com licença - uma voz aveludada pediu - Posso me sentar aqui?

- Quem sou eu para falar não - eu disse com a cabeça ainda apoiada e ouvi uma leve risada.

- Você é o Noah Urrea - ele disse e eu levantei meu rosto vendo o garoto mais lindo do mundo.

- Ultimamente isso não significa nada - eu falei ainda hipnotizado pela beleza dele.

- Beauchamp! - ouvi alguém gritar e ele se assusta.

- Eu tenho que ir - ele diz e sai correndo da mesa.

- Noah! - agora vejo Sabina na minha France com as mãos na cintura. - Ele falou alguma coisa com você?

- Não - eu falei e voltei a minha cabeça apara a mesa.

- O que você tem, baixinho? - ela pergunta preocupada colocando a mão no meu ombro.

- Só estou cansado - eu disse - Agora, me diz quem era aquele menino para você surtar.

- Eu te falei ontem - ela me disse - É o Joshua Kyle Beauchamp, o maior babaca existente.

- Ele não namora? - perguntei me lembrando do dia em que o Krys virou e falou isso do nada quando eu ainda estava no hospital.

- Sim, ele namora - ela me respondeu - Mas isso não o impede de sair pegando todo mundo, o namorado também não parece se importar muito.

- Eita - eu falei - Mas isso não é motivo. Não pode ser só porque ele é um babaca, a não ser que ... Você já ficou com ele?

- Ew, não Noah - ela falou fazendo uma cara azeda - Mas eu conheço alguém que já namorou ele.

- Ah, tá bom - eu falei e comecei a entrelaçar meus próprios dedos - Sabina, eu posso te pedir uma coisa?

- Sim, amor, qualquer coisa - ela me respondeu.

- Eu quero ir embora, tem como? - eu perguntei olhando para as minhas mãos.

- Sim, mas por quê? Tá tudo bem? Você está passando mal? Um ataque de pânico talvez? - ela começou a jogar mais mil perguntas.

- Não, não é isso. Sei lá, só to com uma sensação estranha - eu falei.

- Okay - ela disse se levantando - Vamos ter que falar com o diretor e podemos ir.

- Tudo bem.

- quebra de tempo -

- Pai? Tia? - minha irmã abriu a porta já chamando por eles, mas a casa estava silenciosa - Bom acho que eu vou ter que cozinhar.

- Não! - eu gritei e arregalei os olhos.

- O que? - ela gritou mais alto, que dramática.

- Eu sei que você não cozinha - eu disse colocando a minha mão na cabeça, estava doendo um pouco - Posso não lembrar de como eu sei disso, mas é quase se eu pudesse sentir o gosto daquele negócio que você fez.

- Era macarrão - ela falou e revirou os olhos.

- Aquilo não era macarrão, podia ser até asfalto mas não era macarrão - eu falei e quando vi a cara dela, eu ri meio alto.

- Você falou a mesma coisa - ela disse depois de rir comigo, um pouco cabisbaixa.

- Desculpa - eu disse e olhei para o chão.

- Não, Noah - ela disse - Você não precisa pedir desculpas, você não tem culpa de nada, entenda isso. E lembra que você pode ou não ter todas as suas memórias de volta, mas você não precisa se preocupar com isso, sabe por que? - ela me pergunta e eu faço que não com a cabeça - Porque nós sempre vamos ter novas lembranças, não importa o que aconteceu no passado, você ainda tem um futuro repleto de novas coisas, e também você tem a mim, ao papai, aos dois chatos que a gente tem como irmãos, seus amigos, então não se preocupe e nunca mais peça desculpa por se lembrar de algo, me entendeu?

- Sim, Bina - eu falei e dei um leve sorriso - Muito obrigada.

Quando eu falei isso, ela veio me abraçar e ficamos assim por um tempo. Ela sai do abraço e bate as mãos.

- Bom, então acho que vamos pedir comida - ela falou animada e eu ri.

GOOD IN GOODBYE - noshOnde histórias criam vida. Descubra agora