Os dias passavam lentamente para Layla, cada dia era como um ano interminável e solitário. Como ela tinha passado as últimas semanas de aula no hospital, ela só voltaria para o colégio assim que voltasse o período letivo. Enquanto isso ela ficava em casa, sozinha e sem ânimo para nada, nunca pensou que sua irmã faria tanta falta.
Ela se levantou do banco em frente ao balcão e olhou o armário, nada! Apesar de quase não estar comendo, teria que fazer uma pequena compra. Ela passava o mês com o que comprava para duas semanas. Pegou suas chaves, o celular e o dinheiro e saiu andando a passos lentos até o mercado. Não estava muito movimentado, alguns poucos conhecidos passavam por ela dando boa tarde ou um simples oi, e ela respondia com um simples oi também.
Aquele acidente a mudara completamente, a deixara fria e calculista. Não era mais a garota sorridente e distraída que todos estavam acostumados a ver... Não era mais a garota que arrancava sorrisos por onde passava. Agora era uma garota fechada para o mundo, fechada para as emoções, uma garota que só respondia algum oi e pronto, nada mais.
Pegou uma das cestas e pegou algumas poucas coisas que mais gostava, ou só que servisse mesmo, já que ultimamente não gostava de nada em especial, até sua comida predileta tinha perdido o gosto. Estava virando em um dos corredores do mercado quando o viu, já fazia algumas semanas desde o dia em que conversara com ele, mas ela sabia que era Marcos. Ele também comprava alguma coisa, ou tentava escolher. Ele parecia travar um batalha na própria cabeça, apertou com força o objeto que segurava e mordeu o lábio. Por algum motivo ele apenas encarava a pratilheira, Layla parou sem saber se dava meia volta ou continuava, estava para dar meia volta quando uma senhora de no máximo 60 anos parou perto dele.
- Marcos, por que esteve tão sumido? - ele parou de encarar a pratilheira e se voltou pra ela com um olhar surpreso.
- Oi senhora Willis! - ele falou. Nesse momento Layla deu meia volta, mas não conseguiu seguir a diante, talvez descobrisse mais um pouco sobre ele...
- Como você tem passado? Eu sinto muito pelo que aconteceu...
- Não muito bem, - ele respondeu com um certo cansaço na voz.
- Com certeza não. - ela falou com uma voz doce. - Deve ter sido muito difícil ter perdido os pais daquele jeito e ainda se envolver em um acidente... - Layla arqueou as sobrancelhas ao ouvir aquilo, como ele tinha perdido os pais? O que realmente tinha acontecido naquele dia? Seus pensamentos foram interrompidos quando a senhora voltou a falar. - Agora não mente pra mim, eu sei que você não bebe... Então por que você inventou que estava bêbado naquele carro? - Layla sentiu um aperto no peito, já colocava toda a culpa e todo o seu ódio em Marcos, e agora aquela senhora falava que ele não bebia.
- Eu estava bêbedo. - sua voz saiu nervosa.
- Marcos... - ela falou com um suspiro. - O senhor Stevens me disse que você fez o teste e você não tinha ingerido nenhuma gota de álcool.
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Por Todas As Letras Do Seu Nome
Lãng mạnA vida nunca foi fácil para ninguém, mas para Layla era pior, ela perdera sua família em um trágico acidente e escapara por pouco. Mas ela se sente culpada e por isso tenta suicídio, mais ela é salva por um garoto, um garoto misterioso que passa a e...