Prólogo

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Há 20 anos é travada uma guerra que divide o país em Ágria do Sul, governada por um Alfa que esconde a sua face lupina, assim como outros nobres, um dos mais poderosos de sua espécie, tendo uma força tanto física quanto em suas palavras que causam temor e submissão em relação aos outros, nem mesmo alfas que habitam em suas terras, se arriscavam a desacatar alguma de suas ordens. Petrus, era justo, para muitos, frio, mas mesmo sendo muito reservado, era amado e respeitado por todos seus súditos, os quais protegia dos perigos que tinham na floresta e dos ataques do reino do Norte. Este reino tão gelado quanto o seu líder, alfa puro, que cobiçava as riquezas do Sul, como sua terra quente e produtiva, que sempre prosperava, além das riquezas minerais também abundantes. Daron, rei da fria Ágria do Norte, estava em reunião com seus conselheiros, receosos, que tentavam o convencer seu rei, a repensar o seu ataque ao reino do Sul.

— Meu senhor, como vossa majestade deseja, todos os homens de nosso país querem prosperar, mas se continuarmos essa guerra, nada irá sobrar de ambos os reinos. — falou temeroso, o sábio ancião Belgius, tentava persuadir seu senhor, o quanto perdiam, com essa interminável Guerra.

— E o que queres? Que mandemos uma boa caça, para o homem que quer acabar com todos nós e escravizar nossas mulheres e filhos? — indaga irritado o poderoso em seu trono prata com estofado preto, na imensa sala do trono, com grandes janelas, cobertas por cortinas da cor do vinho, igual a bebida que era servido nas taças de prata, para os senhores presentes. — Render-nos, jamais será uma opção!

— Sim senhor, nossos homens são guerreiros viris e fortes, que derrubaram qualquer inimigo, se assim o nosso amado rei ordenar! — Foi a vez do capitão da guarda real falar, que sempre procurava agradar o soberano e tranquiliza-lo.

— Certeza, capitão? Segundo os números, a cada dia, o número de Agrianos do norte, vem a diminuir, e não é pelos ataques de bruxas, ou uma peste, e sim, por essa guerra, que vai acabar conosco, se continuarmos, irá ser o fim da nossa nação. — argumenta o mais velho, um beta-alfa.

— E o que sugere então? — Daron, sem muita paciência, se viu encurralado com os argumentos do mais sábio, que infelizmente, eram verídicos, a cada dia, mais homens eram convocados para guerra, o que era mais trabalhoso para o reino, que se responsabilizava pela proteção e suporte das famílias, as que muitas vezes eram desamparadas, por conta do grande número e a extensa área do reino, os tornando cada vez mais dependentes dos cuidados do rei, sufocando seu governo.

— Que houvesse uma união, entre o filho do norte e a filha do sul.

— Isso é sério? Como se Petrus nos concedesse a mão de sua filha, e o que isso nos traria de bom? Fala que a guerra acabaria com nossa nação, então unindo os reinos, eles com certeza não irão autodestruir-se. — Chacoteou o capitão.

— Belgius, em respeito aos trabalhos prestados por você ao meu pai, eu escuto-o, mas essa ideia é grandiosamente estúpida. Jimin, nunca irá aceitar uma qualquer, mesmo que for princesa sabe como ele é, ele pode conseguir qualquer donzela de nossa nobreza, e não uma estrangeira.

— Nem se ela for uma ômega pura? — questiona Belgius ao seu rei que o olha espantado, todos presentes naquela sala sabiam, que o cruzamento de uma ômega com um alfa, traria-lhes ótimos frutos, já que a filha de seu inimigo ia ser submissa ao seu primogênito. Uma princesa submissa, um reino submisso.

— Chamem o escrivão, vamos dar a nossa carta de paz para Petrus, será o início do nosso império. — ordenou o soberano, erguendo a sua taça brindando ao plano perfeito. A frágil e delicada princesa seria a chave para ser o senhor supremo de toda Ágria.

Na fronteira.

"Os sons das armas é assustador, principalmente quando lembramos, que mais uma bala, menos uma vida. E porquê? Por causa da vaidade, dos soberanos das terras de Ágria, ambos estão bem sentados, em seus tronos majestosos, desfrutando de uma farta ceia, para depois aproveitar a sua calorosa lareira. Enquanto os homens do seu povo batalhando, dia após dia, para sobreviver e defender a coroa, sem a certeza do bem-estar de suas famílias, porque cada um de nós sabemos, que se um de nós morrermos, virá alguém mais forte, mais jovem, nos substituir. Porém nossas famílias, vão continuar desamparadas e desprotegidas a mercê dos ataques, pouco importa se são das bruxas, das pestes da fome, do frio, do medo, dos soberanos. Ninguém poderá os defender."

É o que escrevia o jovem, alfa em seu caderno, preocupado com a vila e sua alcateia, a quem ele protegia e liderava, era lorde de uma pequena vila no reino de Ágria do Sul. Por conta de um acordo, as vilas do sul, mandavam um grupo de cerca de 20 homens para servir na fronteira, de cada vila de agricultores, do seu vasto reino, e depois havia uma troca de turnos após 4 meses.

— Kim Namjoon. — O tenente do batalhão, chamou o Lorde, que em respeito fez a continência. – Sua tropa foi esplêndida, lutaram com coragem e bravura, por isso estão dispensados dos serviços militares, segundo as ordens de nosso rei e senhor, Rei Petrus. – Finalizando suas palavras fez a continência para o mais jovem, logo sendo respondido e se retirando, em destino aos seus afazeres fadigosos de tenente.

Um sorriso aliviado se fez presente no rosto do jovem, que se pôs a correr até a cabana de seus companheiros, os avisando para ajeitar seus pertences, logo após o sol surgi no anil, eles partiriam para o lar. Os homens exaustos das batalhas diárias, e os desafios para sobrevivência, sorriam esperançosos, logo, eles estariam com suas famílias, os protegendo dos perigos da noite, e da incerteza do amanhã.

— Lorde Kim, não achas bom, que avisássemos nossas famílias de nossa chegada? — ansioso um agricultor sugeriu ao seu líder.

— Façam cartas, falando de nossa chegada, tranquilize suas famílias, informe-os que logo iremos contar nossas aventuras e bravuras durante esses infernais 4 meses

— Porque não partimos esta noite? Assim não vamos demorar a nos encontrar com nossas famílias. — o mais novo soldado dos grupos, com sua ansiedade de beta, agitou-se, queria rápido encontrar sua irmã e seus sobrinhos, o quanto antes.

— Jungkook, sabe muito bem que é um risco muito grande nos em brearmos na floresta a noite, além de ser uma longa viagem. — as palavras do líder faz o mais jovem bufar e sair da cabana.

Jungkook tinha muitas saudades da vila onde moravam e protegiam, ele orgulhava-se muito por ter liderado com Namjoon, como sublíder, mesmo sendo o mais novo da tropa. Ansiava ouvir novamente as vozes das crianças, e mesmo que o deixassem bastante tímido, queria ouvir os suspiros apaixonados das aldeãs.

Palácio do Rei Petrus, Reino da Ágria do Sul.

Na janela. Era onde estava preso o olhar e pensamentos da jovem princesa do reino do sul. Guadalupe, ou Lupe, para os raros íntimos. Estava na gigantesca biblioteca, com um universo de lugares para viajar escritos nos livros, e com seu cavaleiro de companhia, professor, melhor amigo e único amigo, que insistia em recitar repetidas vezes a tediosa lição, a infinita e chata lição. Deveria aprender, deveria estar vidrada a cada palavra que seu mestre ditava, mas a princesa só pensava no fim do seu tormento e de todo o seu povo.
Hoseok se preocupava com sua aluna, a dias estava distante, com o pensamento num lugar que o faz tremer só de pensar. Ao fechar o livro de capa dura de couro esverdeado, caminha até o lado da princesa, que percebe seus movimentos, e volta atenta e levemente assustada a face do seu amigo.

— Vossa Alteza deseja fazer uma pausa nas suas lições? — disse com o seu jeito calmo e gentil — O que a incomoda? Desejas algo?

— Sim! O que desejo é o fim, o fim dessa guerra de uma vez! — falou a monarca com um tom firme, que fez seu amigo soltar um suspiro.

— A Senhorita sabe que não está em minhas mãos tal decisão, e sim de seu pai junto ao Rei Daron. — escuta o suspiro triste da princesa — A senhorita não é a única a querer o desfecho dessa terrível guerra.

— Quero fazer bem mais do que ficar sentada aqui assistindo de camarote, o fim de dois países.

— Vossa Alteza poderia fazer uma carta de conforto aos familiares dos soldados que partiram para a guerra. — Hoseok guardava as pastas que deveria estar a estudar até a hora do jantar, mas ele sabia que o foco da princesa não seria os papéis.

— É pouco, isso não ainda não basta, não, é algo justo e concreto. Quero algo digno da bravura do meu povo... — Seu queixo repousa na delicada mão real. — E já tenho algo em mente.

Guerra de ÁgriaOnde histórias criam vida. Descubra agora