Prefácio

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Essa ideia de "oscilações" surgiu enquanto eu estava tentando colocar os textos da minha primeira obra, "Eu Não Acredito em Amor", em uma sequência de começo, meio e fim.  O meu objetivo era mostrar o caminho que eu fiz até chegar na superação de um amor perdido. A felicidade, a tristeza, a dor e a superação. Entretanto, tive dois grandes problemas: 1° eu não tinha superado nada e 2° eu oscilo demais para um corpinho de 1,66. Um dos meus melhores amigos (ei, Victor, é sobre você), após ler meus textos, disse algo como: "É perfeito! Mas acho que eu trocaria esse texto [Para o garoto que foi embora] de lugar. Ele indica algo quase concluído, mas ainda era o começo de tudo".  Eu sei, minha história com aquele garoto, citado na minha primeira obra, está longe de ser algo linear ou um exemplo disso. Contudo, eu entendi qual era a questão do meu amigo, pois se tratava de algo que me incomodou durante todo o processo de organização dos textos: minhas oscilações. 

Quando terminei de escrever "Eu Não Acredito em Amor" prometi que não voltaria aos problemas daquele texto, não escreveria mais sobre amor e muito menos sobre mim. Se decidi transformar minhas oscilações em palavras agora, foi porque pensei muito e conclui que me proibir de escrever sobre o que eu queria, seria um ataque a minha imaginação. Eu seria muito ingrata comigo mesma, com a minha criatividade. E já que não há mais segredos aqui, posso confessar que na minha vida, já teve pessoas ingratas o suficiente, não é?

Desde o início de 2019, eu estive travando uma luta contra a minha ansiedade e indícios depressivos. Aliás, a guerra iniciou muito antes disso, foi no final de 2015 para 2016, ganhando forma em 2017, ano em que comecei a ter minhas primeiras crises de ansiedade. Durante todo esse tempo, estive em uma guerra injusta, pois eu levei uma faca (ou flores, como diz minha terapeuta) para um tiroteio. Apenas em 2019, resolvi brigar sério. Iniciei a terapia e o resto é história. O motivo pelo qual estou compartilhando isso, é porque boa parte dos textos a seguir terá como tema todas essas questões e problemas durante esses anos. Além de abordar as coisas estranhas (e horrendas) que estão acontecendo em 2020, pois eu enxergo todos esses acontecimentos no mundo como algo muito maior do que eles realmente são. Eles trazem tantos pensamentos, é quase impossível não escrever sobre.

Detesto dizer: "Esse ano é/foi horrível", porque tudo se trata somente de números. As coisas acontecem por consequências das nossas ações de desprezo com a natureza, com as outras pessoas e com o nosso espaço. Somos cruéis e pagamos o preço, uma hora ou outra. Quando culpamos um número, esquecemos desses detalhes e cometemos os mesmos erros, novamente e novamente. 

Não sou uma pessoa que gosta muito de sair, por preguiça aliás. Então, uma "quarentena" não me destrói, mas o peso da palavra e o significado dela acabam comigo. Eu tenho me sentido impotente e acredito que muitos de vocês estão assim também. Fora às minhas questões pessoais, me sinto sozinha e vazia. Todavia, não existiu um momento da minha vida em que a leitura e a escrita, ou a arte de modo geral, não tenham me salvado. Nesses últimos dias, em que me sinto sozinha ou perdida, escrever tem me mantido viva e se você está lendo isso, acredito que pensamos igual sobre o poder da leitura, escrita... da arte! 

Eu amo quando vocês comentam coisas como: "ei, esse 1.222 aí é a quantidade de palavras que a obra possui até agora?" ou tentam descobrir, de alguma forma, algo "escondido" que eu tenha colocado no texto. Isso significa que vocês já sacaram que eu sou maluca o suficiente para fazer cada detalhe virar um grande acervo de referências ou paranoias, como preferir. Nem as imagens, cores, quantidade de capítulos ou números são em vão nos meus textos. Espero que vocês se divirtam lendo, assim como eu me divirto pensando em cada detalhe.

"As oscilações do Meu Outro Eu", será dividida em 44 textos (ou mais) que serão postados ao longo dos meses. A maioria deles terá algum comentário meu e "palavras chaves" que estarão em negrito, para ficar mais fácil de entender as referências da minha cabeça maluca.

"A cor amarela significa luz, calor, descontração, otimismo e alegria. O amarelo simboliza o sol, o verão, a prosperidade e a felicidade. É uma cor inspiradora e que desperta a criatividade. [...] É ideal para dar a sensação de calor em ambientes frios e escuros. "

Fonte: Significados

*Quadro da capa: "Pôr do Sol em Montmajour" por Van Gogh. A obra foi pintada enquanto Van Gogh estava morando em uma cidade no Sul da França

As Oscilações do Meu Outro EuOnde histórias criam vida. Descubra agora