01 Piloto

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Seus pés batiam forte enquanto andava furiosa, sinceramente era possível que eu matasse qualquer um que parasse na sua frente naquele momento. O livro em sua mão era apertado com raiva, ainda bem que não era um ser vivo.

A garota seguiu pelos corredores do internato até chegar no pátio indo em busca do motivo de toda a sua fúria, viu o dito e seus amigos rindo. Sua mão chegou a tremer ao apertar ainda mais o livro e assim foi até o garoto que assim que a viu sorriu de maneira maliciosa.

- Idiota! Você fez isso? - O garoto sorriu para a garota de maneira cínica.

- Do que está falando baixinha? - Ela respirou fundo, odiava o apelido.

- Eu refresco a sua memória. - Bateu o livro na cabeça do garoto na intenção de descontar sua frustração. O que funcionou quando ouviu o garoto grunhir com a mão sobre a cabeça. - Você espalhou uma foto minha! - Bradou irritada ameaçando bater novamente. - Quer que eu refresque ainda mais sua memória?

- Não será necessário. - O garoto se levantou tirando o celular do bolso e mostrando uma foto que estava em sua galeria. - Essa?

Resumidamente, era uma foto da garota dormindo em seu sofá, mas com o rosto todo rabiscado com palavras ofensivas, "gorda" e "anã" eram algumas delas. Provavelmente seu irmão tinha pintado, mas ele nunca espalharia para o resto do colégio. Jimin sim, adorava humilhar aquela que ele chamava de baixinha.

- É! - Gritou.

- Não, não fui eu. - Disse calmo ainda sorrindo e devolvendo o celular ao bolso. - Não pode julgar as pessoas assim, baixinha, eu nunca faria isso. - Pôs a mão sobre a cabeça da garota. - Te espero mais tarde.

E se sentou novamente ignorando a presença da garota de punhos fechados.

Ela saiu ainda brava vendo alguns rirem de sua cara, sim todos riram do ocorrido, e isso a machucava muito, não se considerava merecedora daquilo, pessoas eram más e isso a deixava triste, sentia raiva que chegava a chorar enquanto entrava no seu quarto. Odiava sua vida, e odiava mais ainda um ter namorado Jimin. Ele a traiu e a deixou, ela nunca pensou que choraria tanto, doía olhar para ele, imaginar que era o que ela menos queria, um babaca rico que achava que todos ali eram seus capachos, principalmente a garota. Não merecia aquilo, não merecia mesmo.

Ela ouviu o sinal, deveria ir a aula, mas não poderia olhar para Jimin sem sentir nojo, qual era o motivo de tanto ódio de si? Foi por que não lhe deu sua virgindade? Não pensava em outro motivo. Era muito certinha e tinha vergonha do próprio corpo ao se imaginar pensando que Jimin iria ver seu corpo a deixava péssima, mas achou que ele entenderia, e que a respeitaria. Pelo contrário, o garoto foi atrás de quem lhe desse o que queria, de quem tinha um corpo melhor que o seu.

E além do sofrimento, ainda tinha que a humilhar de forma diferente sempre que podia.

Passou o dia deitada, não foi para a aula, e os monitoras que vieram conferir viram que não era uma boa ideia deixá-la ali, até eles haviam recebido a foto. Ficou de cama e nem se levantou para comer.

-- Cheguei. - Nara entrou no quarto com cuidado, sabia que a colega de quarto estava mal. - Eu trouxe um lanche.

-- Não estou com fome. - Ela disse sem sair debaixo das cobertas, ouviu a outra suspirar.

-- A matéria de hoje. - A mesma colocou o caderno sobre o criado mudo. - Não enrole muito.

-- Não pretendo.

Ela disse se sentando, sabia que estava com a cara inchada, mas não importava, pegou o caderno da amiga e sua mochila no chão começando a fazer a atividade.

-- Você quer alguma coisa? - Nara tenta novamente.

-- Não, eu estou bem.

A morena foi para a sua cama onde se deitou e começou a mexer no celular.

Depois que terminou a atividade, entregou o caderno e se deitou de novo, ouvindo a porta se abrir.

-- Mana. - Matheus se sentou na ponta da cama fazendo carinho no cabelo da irmã. - Você está bem?

Ela concordou com a cabeça, era uma mentira óbvia.

-- Eu não quero conversar, por favor, me deixe só.

O garoto não sabia o que fazer, olhou para a colega de quarto da irmã e a mesma o chamou com a mão. Os dois sabiam que ela não iria ficar bem tão rápido e Nara sabia que era melhor deixar ela pensar um pouco só.

-- Ela anda muito insegura. - Ele disse para a garota sentada ao seu lado.

-- Eu sei, e Jimin não colabora.

-- Ele merece uma surra, mas (S/n) não não deixa. - Apontou para a garota deitada.

-- Ela não quer que você tenha problemas, e querendo ou não, ela ainda gosta do Jimin.

-- Por que? - O garoto falava em fúria. - Eu não consigo entender, ele só causou mal a ela.

-- Ela não sabe lidar bem com isso, e quando os dois estavam juntos ela era muito apaixonada, é difícil para ela apagar sentimentos, principalmente como esses.

-- Ela precisa melhorar, precisa esquecer esse garoto, ela já está sofrendo o suficiente.

A dita de tanto chorar pegou no sono, acordou e o irmão já não estava mais ali, e Nara estava no banho, já era noite. Respirou fundo e trocou de roupa, pegou seu celular e saiu, passeando pela área da praça onde alguns alunos aproveitavam para namorar ou estudar. Ela se sentou e depois deitou em um banco, olhando para o céu, não tinha um dia em que não sofresse nas mãos de Jimin.

-- Olá. - Se sentou rapidamente olhando para o seu lado, era um dos amigos do babaca. - Eu queria falar que não apoio a brincadeira do Jimin.

-- Então foi ele mesmo. - Ela se sentou corretamente olhando para o rapaz. - Eu já esperava.

-- Eu queria dizer que sinto muito pelo que você passou, e quero dizer que vou mais apoiar essas brincadeiras, ele foi muito longe.

-- Eu agradeço a preocupação, e fique tranquilo, eu não estou brava com você.

-- Posso me sentar aqui? - Apontou para o lado da garota que concordou. - Meu nome e Taehyung.

Ele se sentou estendendo a mão para a garota, era era loiro e bem alto. Ele tinha um olhar carinhoso, não parecia ter nenhuma maldade, e isso deixava a garota mais confortável.

-- Você está bem? - Ele perguntou e ela concordou. - Não se sente incomodada como ele te trata?

-- Me deixa triste, mas não importa. - Ela deu de ombros. - Ele está bem?

-- Por que quer saber? - Ela tentou não demonstrar importância, mas ele riu. - Ele está.

Ela concordou, não era de falar muito.

-- Acho que você sabe que ele não merece sua preocupação.

Ela abaixou o rosto, apertando a própria calça, não iria chorar na frente de ninguém, mas sabia que era verdade.

Jimin não merecia sua preocupação, muito menos seu amor.

Babaca - Park JiminOnde histórias criam vida. Descubra agora