07 - πρόσωπον {Persona}

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#PessegoGrego

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"A única pessoa no seu caminho é você mesma." - Cisne Negro, Darren Aronofsky

Ψ

FLASHBACK ON

Jungkook sabia que era uma criança diferente. Não havia dúvidas sobre aquilo. Mas ali, em frente a porta do quarto de sua mãe, ele ouviu por primeira vez a confirmação de sua peculiaridade.

Tinha completado seis anos. Estava acostumado a passar aquela data - primeiro de setembro - com pouca compagnia. Normalmente, apenas com a sua mãe. Às vezes, como foi daquela, os seus avós, Jeon Man-sik e Jeon Sang-hee, vinham de carro até onde ele e sua mãe moravam e ficavam o dia todo com eles. Iam embora de noite, depois de encher a criança de beijos e abraços apertados.

Quando estes estavam presentes, o decorrer do dia mudava um pouco. Não iam ao cinema, agrupavam-se em torno da mesa da cozinha, cheia de comidas gostosas, para cantar o parabéns. Os mais velhos bebiam vinho e Jungkook tomava suco de lichia. Sentia falta dos mochis de pêssego da lojinha perto do cinema, mas não reclamava. E comia o bolo de chocolate que seus avôs sempre faziam, por mais que não fizesse muita questão de bolo.

Desde pequeno, tinha mais facilidade em dizer "sim" do que "não", raramente negava qualquer coisa que fosse. Não queria dar trabalho.

A noite viam um filme em casa mesmo. Geralmente eram bastante cabeça: aos quatro anos, enquanto as crianças daquela idade viam Pororo, o Pequeno Pinguim passar na televisão, ele queria descobrir O homem e a Câmera. Aos cinco, o seu Wolverine era Edward Mãos de Tesoura. E daquela vez, com os seus seis anos recém completados, o menino tinha os olhos vidrados em Eraserhead de David Lynch.

Mas a senhora Jeon também insistia que o pequeno consumisse algum programa infantil. E ele gostava bastante dos filmes de herói. Principalmente do Homem de Ferro. Por isso, ao que via a primeira obra de Lynch, não parou de balançar os pezinhos cobertos por meias do "homem-lata-nova" - como costumava dizer quando tinha aquela idade, porque aquela lataria toda estava longe de ser velha - ao que as imagens do filme em preto e branco desfilavam sem parar.

Na tela, o protagonista tornava-se pai de um bebê muito estranho, uma massa de proporções desmesuradas, espécie de coisa indefinida, horrorosa que não tinha nada de um bebê normal.

Jungkook sentiu empatia, como se pudesse imaginar o que era ser um alienígena. E no decorrer da noite teve a certeza absoluta de que era um verdadeiro bebê-monstro.

Herói Maldito ▴ jjk + pjmOnde histórias criam vida. Descubra agora