Josh's POV
― Você? ― finjo cair na sua armadilha e
olho para trás, para o seu carro amassado e depois
para ela, seriamente. ― Se vira.
E com isso dou partida de volta para a
oficina, deixando-a com a expressão chocada.
Garotas como ela odeiam rejeição, garotas
como ela são interesseiras mesmo tendo aquilo que
já possui, garotas como ela são como o diabo
querendo algo em troca. De tipos como ela não
costumo me envolver, nem por maiores seduções
do mundo. Se já tive qualquer relação com uma
dessas, então foi só uma noite e um adeus logo em
seguida.
Estaciono na oficina ainda nervoso. Saio do
carro batendo a porta com força e vejo meu melhor
amigo Noah se aproximar.
Juntos resolvemos realizar nossa paixão por
automóveis e abrimos uma oficina, ele é meu sócio e meu braço direito em tudo. Temos também mais
dois garotos, Krystian e Bailey, trabalhando
conosco e tudo por amor as máquinas.
Escuto Noah assoviar ao ver a traseira do
carro.
― Que merda é essa? ― ele observa,
limpando suas mãos.
― Não me pergunte! Não me pergunte! ―
Ergo minhas mãos, exasperado.
Tiro minha blusa e coloco minha regata
desgastada.
― Cara, esse carro é para ser entregue. O
que você fez? Rapaz! ― Ah não ele também?
― Uma maluca... Não, uma louca...
Melhor, uma maníaca... ― É tão difícil dar um
apelido para alguém assim? ― Bateu na traseira, cara! Ela não viu o sinal vermelho, não viu meu carro parado porque estava fazendo maquiagem enquanto dirigia.
― Mulher? ― Ele estende a mão me
oferecendo um cigarro.
― Óbvio! ― Caminho até ele e pego o
cigarro. ― Como a lei permite que uma coisa
daquela dirija? ― Acendo o cigarro, dando uma
tragada e o seguro em meus lábios enquanto tento
tirar o para-choque traseiro.
― Talvez ela tenha pago pela carta. ―
Noah ri.
― Ou o pai dela. Acredita que ela disse que
o pai dela pagaria?
― Riquinha ― Noah bufa.
― Literalmente ― digo acenando. ― O
carro dela é um New Beetle rosado. O lado bom é que seu capô foi bem amassado e ainda estou
rezando para que surjam mais problemas.
Noah ri das minhas pragas.― Precisamos de peças, vai ter que lixar e
pintar essa parte e vai ter que desamassar...
― Acha que eu não sei? ― digo ríspido
arrancando o para-choque com raiva.
― Vá ligar para o cliente e deixa que eu
lido com isso ― Noah sugere.
― Não! ― Balanço a cabeça jogando o
cigarro fora. ― Você liga. Você deu a palavra de
entrega para ele ― acuso.
― Eu iria imaginar que uma doida iria fazer
isso? ― ele se surpreende.
― Então será na sorte. Não estou a fim de
ouvir gritos no meu ouvido. ― Pego uma moeda
em meu bolso, jogo para cima e me preparo para
pegá-la.
― Cara ― Noah sugere.
A moeda cai rapidamente nas costas da
minha mão e vejo a coroa, sorrio para ele e o vejo sair chutando um pneu largado, resmungando até
chegar ao escritório.
No final da tarde, Noah encheu o meu saco
para eu ir ao bar hoje à noite, mas recusei, passaria
a noite consertando o carro depois do jantar. O
cliente nos deu até amanhã para estar pronto, então
tinha que bater meu recorde. Noah e os garotos me
ajudaram um bocado com os outros carros, então
com o Mercedes eu só precisaria ajustar algumas
coisas, dar uma boa linchada e pintar para não
mostrar qualquer arranhão.
Estou na cozinha lavando a pouca louça,
enquanto desabafo para a única pessoa que pode
me escutar sem dizer nada.
― Ela era uma maluca. Eu deveria obriga-la a pagar, mas ela vem com o dinheiro do pai? Isso
não é justo, é muito fácil. Ainda jogou a culpa em
cima de mim, eu não fiz nada. Eu sei dirigir, ao
contrário dela. Iríamos ganhar um dinheiro extra
hoje, mas até isso ela me tirou. Eu deveria
processá-la e sair ganhando com isso. O que acha?
Eu preciso de conselho. ― Ponho a mão na cintura
e olho para baixo para os grandes olhos cor de
avelã, inocentes e doces.
São os olhos mais lindos do mundo, eu amo
mais que minha própria vida, mais que carros e
motos. Ela valeria muito mais que tudo aquilo.
― Pai, eu só tenho cinco anos. ― Ela me
entrega o seu prato. ― Eu não sei. ― Sua voz
angelical e doce como os seus olhos, me acalmam.
― Tem toda razão, por isso você nunca vai
crescer. ― Jogo o pano de prato no ombro e pego o
seu prato para lavar. ― E como foi na escolinha
hoje? ― pergunto, enquanto lavo.
Odeio lavar louça, mas alguém tem que ser
responsável na casa.
― Estamos começando a aprender a
sonetrar. ― Ela me dá o seu sorriso pequeno e
brilhante.
― Soletrar, querida ― eu a corrijo, dando- lhe uma piscadela. Ela acena.
― Isso...
― É mesmo? ― pergunto impressionado e
ela acena. ― Na sua idade eu colocava cola nas
cadeiras das meninas para elas sentarem.
Ela me dá o seu riso celestial.
― Vovó ficava zangada? ― pergunta com
suas risadas.
― Ficava bem brava ― digo rindo. ―
Então,soletra para mim...
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TUDO POR VOCÊ • 𝑏𝑒𝑎𝑢𝑎𝑛𝑦 •
FanficEle odeia garotas exibidas. Ela odeia homens arrogantes. À primeira vista, Josh Beauchamp é apenas um marrento bad boy e um mecânico de tirar o fôlego, mas quem realmente o conhece, sabe que apesar da casca dura, Josh é capaz de lutar com unhas e de...