A garota do vestido vermelho

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Na sexta feira de manhãzinha,mais precisamente madrugada,saímos de casa as quatro da manhã. Meu pai me levou para a casa de Fer antes de ir para o posto de gasolina onde trabalhava como manobrista. Minha mãe trabalha em uma loja de roupas masculina e feminia.
Eu estava indo para a casa de minha prima mais por insistência dela do que por vontade. Eu não sabia o que estava por vim,e sabia que algo viria,ela era animada demais.
Logo as cinco da manhã Fer estava no portão da casa me esperando chegar. Saiu para a rua saltitando assim que o carro parou.

- Bom dia tio.
Disse ela dando um beijo no rosto de meu pai.
- Vamos nos divertir a
beça.
Falou se virando para mim e me dando um abraço.
-Mal posso esperar.
Sussurrei forçando um sorriso.

- Se quiser pode dormir um pouco prima. Hoje a noite temos uma festaaaa.

"Ha,começou."
Pensei comigo mesma.

- Você pode ir Fer. Eu fico aqui.

- Há nada disso. Vai ser legal. Vou te apresentar uns carinhas legais.
Disse piscando.

- Não quero conhecer nenhum cara legal. Da última vez que pensei que um cara era legal eu me ferrei.

- Ja faz um ano e meio Anny.

- Não importa quanto tempo faça. Eu não quero saber de homem nenhum.

- Menina,vai virar freira? Você tem apenas dezessete anos. A Senhorita vai sim nessa festa. Faça isso Por mim.

A expressão de Jeniffer era de cachorro sem dono,provavelmente para me fazer ir a essa festa.

- Me promete não sair do meu lado?

- Prometo!
Respondeu.
Embora eu não acreditasse muito nessa promessa,pelo fato dela ter namorado e ele com certeza iria tira-lá de perto de mim eu aceite ir. E foi a pior,ou a melhor escolha que fiz. Isso vamos descobrir juntas.

Consegui dormir umas 3 horas. Mas preferia ter dormido umas dez. Desde que acordei,Fer não parou de falar sobre a festa,e em como iria estar cheio de garotos,muita musica boa e muita comida.
Minha intenção era ir de calça jeans e camiseta mas Jeniffer a futura estilista,pois era isso que ela queria ser,não deixou que eu fosse vestida assim.

- Qual é Fer,eu não tenho outra roupa que não seja calça jeans e camiseta.
Eu sinceramente estava a ponto de perder a paciência.

- Querida priminha,eu tenho um guarda roupa repleto de roupas,e não me importo em te emprestar um vestido.

Jeniffer foi até seu guarda roupa e tirou de la um vestido verde de comprimento minúsculo.
Balancei a cabeça em negativa,e então ela tirou outro,um tomara que caia azul.
Fiz careta e ela o guardou e tirou outro,um vermelho que ia na altura dos joelhos,estreito na cintura e soltinho nos quadris,a manga ia até o cotovelo,o decote era em v não muito grande.

- Perfeito !
Exclamei. Jeniffer ficou empolgada com minha escolha.
Próximo da hora da festa eu já estava pronta. Com o vestido vermelho,um sapato de salto baixo,meu cabelo trançado de lado e maquiada,eu que há muito tempo não usava maquiagem estava maquiada,e irreconhecível.

- Maravilhosa
Disse Fer orgulhosa do trabalho que fez em mim.

- Maravilhosa está você.
Jeniffer estava com um vestido lilás colado ao corpo,um sandália Preta de Santo alto,maquiada e o cabelo solto. Um arraso.
Fer encontraria o namorado na festa.
Após chegarmos nós o avistamos conversando com alguns garotos e no meio algumas meninas,bem bonitas.

- Não tem receio de que ele te traía?
Sussurrei perto do ouvido dela para que me escultasse em meio a música alta.

- Nenhum pouco. Se ele me trair irá para o inferno,que castigo há pior que esse?

- Haa minha gata - Falou Dante o namorado de Jeniffer  elevando a voz para que ela o ouvisse.
Ele me comprimento e puxou Fer.

- Espere - Gritei mas eles já haviam sumido entre as pessoas.
Me senti perdida,um peixe fora da água.
- Carne nova - Sussurrou alguém atrás de mim. Me virei e dei de cara com um garoto dois palmos mais alto que eu,seu bafo de cerveja me enjoando.

- E bota carne nova nisso.
Disse outro se juntando a ele.
Fiz mensao de me virar mas o primeiro que havia falado comigo me segurou pelo pulço.

- Me solta!
Sussurrei com a voz falhando.

- Solta a garota.
A voz que veio de trás de mim Saiu forte e firme. No mesmo instante os dois garotos deram as costas e me deixaram em paz.
Impressionante!
- Obrigada.
Me virei para o meu Salvador. Seus olhos verdes me pescrutando,sua pele negra constratando perfeitamente com a cor dos olhos. Os lábios cheios dele se abriu em um sorriso gentil.

- Sou Ravi.
Eu dei um sorriso tímido e desviei dele,procurando pela saída.
- Posso saber o seu nome garota de vermelho ?
Olhei para trás e Ravi estava vindo atrás de mim.

- Ruby Anny.

-Não consegui ouvir.

Finalmente eu estava fora da casa.

-Ruby Anny.
Repeti com ele curvado próximo a mim,sua orelha a Centímetros de minha boca para se fazer ouvir.
- É um prazer conhecê-lá.
Disse baixo ao meu ouvido.
Se eu deixasse Aquela voz seria a minha ruina.

- Você pode se afastar uns três passos? Está muito próximo de mim.

- Há claro - Disse se afastando- Desculpe.

- Tudo bem.
Havia algumas mesas no Jardim,fui até uma e me sentei em uma das três cadeiras ao redor de uma das mesas.
- Nunca te vi por aqui.
Comentou Ravi se sentado na cadeira próxima de mim.

- Não moro aqui,vim passar as férias na casa da minha prima.
Abracei a mim mesma sentindo o vento gelado da noite me estremecer.
- Aqui,tome.
Ravi tirou sua jaqueta e a colocou sobre meus ombros,seu perfume e seu calor me abraçando.
- Não precisava.

- Precisava sim. Que tipo de homem seria eu se deixasse você passando frio enquanto me aqueço ?
Seus lábios mais uma vez se abriu em um sorriso,e percebi naquele momento que se ficasse por mais algumas horas com Ravi eu entraria em uma enrascada.
Aquele gato negro de sorriso gentil era um perigo.

- Vou procurar minha prima.

- Posso te ajudar.
Ravi se levantou primeiro que eu. Aonde quer que eu fosse naquela noite ele iria também.

- Acho que não vou conseguir encontrá-la tão cedo. Eu só queria ir pra casa.
Choraminguei.

- Se quiser posso te lavar.

- Prefiro esperar a Jeniffer.

Meia hora se passou,depois uma hora e Ravi ali,me fazendo companhia. Que raios ele queria comigo ?

- Alguma vez já te disseram que é uma garota muito intrigante ?

- Eu,intrigante ?
Gargalhei.

- Por que não seria ?

- Olhe para mim,sou gorda,GORDA.

- E?

- Ravi,eu não estou a fim de joguinhos e nem de brincadeirinhas. Se quer brincar com alguém sinto dizer mas eu não sou a pessoa certa pra isso.

- Aí está você Anny. Vamos para casa,Dante vai nos dar uma carona.

Me levantei aliviada por Fer ter aparecido.
Caminhei uns cinco passos e lembrei da jaqueta de Ravi em meus ombros.

- Sua jaqueta Ravi.

- Pode ficar,assim tenho uma desculpa para te ver mais uma vez.
Disse e desapareceu dentro da casa.

- Vejo que conheceu um garoto.

- É. Conhece ele Fer?

- Só de vista. Você mandou bem,o cara é um gato.

- Eu ouvi isso.
Dante deu um beliscão em Jeniffer de brincadeira.

- Bobinho.

Disse ela dando um beijo estalado na bochecha de Dante.

Aquela noite eu dormi tentando não pensar em Ravi. Mas como não pensar nele,naqueles olhos azuis em mim,e naquela boca carnuda com um sorriso de derreter?
Ele havia sido tão gentil,coisa muito difícil de acontecer com uma garota gorda como eu.

A garota gorda sou eu 2Onde histórias criam vida. Descubra agora