Quando toda bagunça se arruma

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Algumas coisas da vida são muito difíceis de explicar.

Ainda mais quando sentimentos tão bem guardados estão envolvidos.

A verdade é que vivemos um grande paradoxo o tempo todo.

Morte x Vida

Tristeza x Alegria

Claro x Escuro

Amor x Desamor

Vou tentar exemplificar um pouco para poder chegar onde eu quero:

Eu sempre fui uma pessoa alegre e divertida, sempre fui considerado o alto astral de todos os grupos dos quais fiz parte sejam grupos de amizade, da escola ou o meu atual grupo profissional.

Todos sempre gostaram de ficar perto de mim somente pelo fato de eu transmitir uma energia boa como diziam, mas ao mesmo tempo que eu era admirado pela minha alegria, eu também era respeitado quando falava sério.

E da mesma forma que eu mostrava o meu lado brincalhão e deixava minhas risadas tomarem conta de todo ambiente, eu também sabia mostrar meu lado sisudo e duro às vezes. E esse lado aparecia, normalmente, quando eu não me sentia confortável com alguma situação ou, atualmente, no caso de algum membro do grupo errar uma coreografia por exemplo.

E eu alternava esses meus dois lados por vez ou outra e isso não era diferente quando se tratava dos meus sentimentos.

Era muito difícil eu me abalar ou me entristecer com algo a nível sentimental, pois uma das coisas que eu sempre procurei enxergar era ver o lado positivo das coisas como o melhor caminho.

Mesmo após ter sofrido uma baita decepção por parte da minha ex namorada um pouco antes de me juntar ao grupo. Mesmo após essa queda, eu ainda mantinha a minha positividade em alta. Negatividade de fato nunca havia sido meu forte.

Por isso, eu sempre estava sorrindo na maioria das vezes e sempre passei essa figura de ser extremamente feliz.

Coloquei a esperança em meu nome artístico já que ela me impulsionava a acreditar em dias melhores e passei a ser conhecido também como o sol do grupo por iluminar todos ao meu redor.

Mas, nem todo mundo é de ferro e nem toda alegria dura sempre, então tinham momentos raros, mas existiam, que , sozinho em meu quarto, eu caia sem que ninguém visse. Momentos em que eu deixava toda a bagunça que se fazia dentro de mim vir a tona.

Afinal havia dias em que o sol também se escondia e tudo ficava nublado e chuvoso.

Como hoje.

O mais conhecido paradoxo da vida. A alegria e a tristeza que insistem em caminhar juntas, de mãos dadas.

Estamos no mês de outubro de 2018, em Amsterdam para mais um show da nossa turnê e, mais uma vez, eu estava sendo acometido por esses sentimentos que eu não podia estar sentindo.

Não podia.

Era errado.

Errado, pois ele é meu companheiro de grupo e de trabalho.

Errado, pois é uma pessoa que eu conheço a anos e não queria que um sentimento tolo como o meu acabasse com a nossa convivência e amizade.

E se eu achava errado por que eu ainda insistia em sentir?

Por que ainda insistia em sentir algo assim?  Que eu nunca poderia concretizar ou ter para mim?

Por que as lágrimas insistiam em descer pelo meu rosto enquanto sorria  ao mesmo tempo que pensava nele?

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