Monalisa e Vicent eram definitivamente a definição de amor e de arte. Não só por causa de seus nomes e muito menos por causa da beleza física.
No entanto, agora sentada no terraço, Lisa não se sentia mais uma mistura de Van Gogh e Da Vinci.
Estava...
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Monalisa vestia amarelo em uma tentativa falha de se sentir feliz. Mas tudo o que sentia era um vazio tão grande que tinha certeza que estava em um buraco negro que a puxava cada vez mais para dentro.
No entanto, vestia amarelo e a noite estava estrelada. Como se tudo fosse apenas uma grande ironia.
Fazia 4 meses, mas mesmo assim sentia que o ar fugia de seus pulmões quando pensava em Vicent. Era óbvio que acabaria com ela sofrendo, no entanto, no fundo pensava que talvez pudesse ter esperança e eles poderiam ficar juntos.
Agora, estava sentada no terraço balançando as pernas no ar. Sabia que aquilo era perigoso e que a qualquer momento poderia perder o equilíbrio e cair para a morte. Porém sentia que sua vida estava se esvaziando desde o dia em que havia perdido Vicent.
Aqueles momentos em cima do terraço, eram os únicos que sentia que continuava no controle de sua vida.
Mesmo que doesse, se forçou a relembrar os melhores momentos junto a ele. Não queria que Vicent se tornasse apenas uma lembrança distante e dolorosa.
Eram apenas adolescentes em uma festa qualquer. Monalisa bebia alguma coisa enquanto observava o movimento da rua.
Estava tão focada no céu estrelado que não percebeu quando um garoto vestido de homem aranha sentou ao seu lado.
— Sabe, Van Gogh amou o amarelo porque nunca viu o castanho de seus olhos. — ele disse após alguns segundos em silêncio observando a garota. Mesmo de máscara, ela sabia que Vicent estava sorriso — Você está linda, Lisa.
Um pouco sem graça, a menina arrumou sua fantasia de fada amarela e sorriu enquanto retirava a máscara dele. Ela podia ver Vicent todos os dias, mas ainda sim surpreenderia com a beleza dele.
Os cabelos ruivos dele estavam bagunçados, mas ele estava sorrindo. Monalisa passou a mão tentando arruma-los — em vão — para logo em seguida beija-lo.
Involuntariamente, tocou seus lábios com uma sensação nostálgica e seus olhos se encheram de lágrimas ao lembrar da última vez que havia sido beijada. Havia sido uma despedida e os dois sabiam disso.
