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Casacos, shorts e Shino

Por um segundo ele teve tempo de olhar para os céus e agradecer o treino pesado de Kurenai, caso contrário, ele duvidava que conseguisse fazer a manobra rápida de se envolver em seus lençóis, jogar tudo para debaixo da cama e ficar em pé numa posição minimamente natural em tão pouco tempo.

- Oe, Kiba! Por que não respondeu quando eu bati? - Hana entrou em seu quarto, depois que bateu três vezes e não obteve resposta, coisa que não era do feito de Kiba. - Por que você está nu? - De repente, essa era a nova pergunta em sua cabeça.

- Eu... Minha roupas estão sujas! - O garoto murmurou. Hana automaticamente entendeu o que estava acontecendo. Kiba era um jovem adulto de dezenove anos, com hormônios à flor da pele, ela deveria ser menos indelicada. Tentando amenizar o clima e não constranger o irmão mais novo (mais ainda) andou até o guarda roupas, num movimento rápido demais para poder ver o olhar de mais puro desespero no olhar de Kiba.

- Eu tenho certeza que você se confundiu. Tem várias roupas aqui. O seu casaco, alguns shorts, o Shino... O SHINO? - De repente, todos os três adultos ficaram num silêncio absoluto. Kiba não era uma pessoa de fé, mas naquele momento, podia jurar que era misericórdia de alguns deus que Tsume não estivesse em casa, pois caso estivesse, seria dez vezes mais complicado explicar para sua mãe porquê seu companheiro de equipe e amigo de infância estava semi nu em seu armário.

Depois de um silêncio extremamente constrangedor, Hana foi a primeira a se pronunciar - Okay. Alguém pode me explicar o que estava acontecendo aqui?

- Eu tenho quase certeza que você sabe o que estava acontecendo aqui, com todo o respeito. - Shino se pronunciou, e Kiba nunca sentiu tanta vontade de matar alguém e logo depois morrer em toda a sua vida.

- Não era disso que eu estava falando. - Resmungou a mais velha, constrangida. Era óbvio que ela sabia o que estava acontecendo lá. - À quanto tempo isso tem acontecido?

- Uns dez minutos ou dez anos. Depende do seu ponto de vista. - Resmungou Kiba. Ele gostava de Shino à muito tempo, mas apenas agora ele sabia que era recíproco.

A mais velha ficou em silêncio por um bom tempo, tentando saber com o lidar com aquilo. - Vocês se protegeram, pelo menos?

- Você chegou antes. - Shino explicou, claramente mais confortável que Kiba. Lógico que ele estava mais confortável que Kiba, não era ele que estava tentando explicar essa situação para a irmã.

- Vocês precisam de proteção? - Ela resmungou, massageando o cenho. Pela primeira vez, ela não soube como lidar com seu irmão mais novo.

- E você tem? - Perguntou Kiba, enciumado.

- Kiba, eu tenho vinte e cinco anos pelo amor de Deus. Aliás, quer saber? Por que eu 'tô me metendo nisso?

Kiba abriu a boca para responder, mas foi calado pelo som de uma porta abrindo.

- Hana? Kiba? Por que diabos essa casa 'tá tão silenciosa? - Aquele foi um impulso máximo para Kiba correr para o banheiro, Shino se vestir às pressas e pular a janela, e Hana descer as escadas correndo, quase em pânico.

- Está tudo bem, Han? - Tsume perguntou, olhando a Filha mais velha, uma mão na cintura e um sobrancelha arqueada.

- Está, sim, mãe. Eu e o Kiba só nos desentendemos um pouco. - Ela mentiu. Ficou óbvio que Tsume não acreditou nem um pouco, mas agradeceu que a mãe não insistiu.

Logo após, Kiba desceu as escadas, olhando de relance a mãe e a irmã. - Eu não sei o que vocês aprontaram, mas eu estou cansada. Guardem as compras e não façam barulho. - Disse a mulher mais velha, mesmo sabendo que era impossivel Kiba ficar mais de dez minutos de falar alto ou até gritar.

Os irmãos guardaram as coisas num silêncio constrangedor, até Kiba, não aguentando mais a tensão, o quebrou - Então...

- Então...?

- Você não tem nada para falar? - Ele resmungou, olhando para a lata de milho verde, sem saber como continuar.

- Seu namorado é bem bonito. Você não tem mau gosto, não, sabia? - Jana brincou, embora não estivesse mentindo.

- Maldita!