Quarta-feira, 29 de maio de 2024
Mesmo estando muito cansado, demorei a dormir na noite passada. Havia várias coisas em minha mente, vinham em turbilhões, incessantes e inquietantes.
Assim como as batidas que me acordaram cedo na manhã seguinte. Tentei ignorá-las, mas foi inútil. Fosse quem fosse, não iria embora tão fácil.
Levantei e fui abrir a porta à passos preguiçosos, com meu corpo inteiro implorando para voltar para o sofá. Ao abrir a porta, dei de cara com um homem baixinho e robusto de uniforme. Era funcionário de alguma empresa de mudanças ou coisa do tipo.
Por uns segundos, me animei pensando que fosse o meu caminhão de mudanças, mas não era.
— Bom dia, senhor... Kim, não é? — o homenzinho disse, sorridente.
Eu o encarei por alguns segundos, esperando-o dizer que errou o nome ou algo assim. Mas ele não disse, apenas ficou me encarando com um sorriso irritante no rosto.
Ele tinha uma aparência tão simpática e amigável que fiquei com pena de ser rude com ele, então não o fiz. Mesmo com o meu mau-humor gritando dentro de mim.
— Bom dia... na verdade, não. Não mora ninguém aqui com esse nome, sinto muito.
Seu rosto foi tomado por uma expressão confusa enquanto olhava os papéis em sua prancheta. Me apoiei na porta, implorando para meu corpo não cair de sono ali mesmo.
(In)felizmente, um homem um pouco mais velho que eu apareceu correndo até a varanda da casa com uma pequena mala. Ele estava eufórico, gritando que o esperassem, o que me alarmou e me assustou, me impedindo de cair no sono novamente.
— Espere, espere! Eu... sou... Kim... Seokjin... — ele dizia ofegante — Sou o dono das coisas no caminhão... e... desta casa...
Ajeitei minha postura para algo parecido com uma mistura de surpresa e indignação. Dono? Da minha casa? Ha, ha, hoje não, senhor Kim.
— Suponho que você esteja enganado, amigo. Eu sou o dono desta casa. Cheguei ontem pela tarde, meu contrato foi assinado pouco mais de uma semana atrás — eu disse ainda calmo.
Ele ainda não tinha retomado a fala, já que estava primeiro tentando retomar o fôlego. Estava com as mãos nos joelhos, ainda respirando com um pouco de dificuldade.
O pobre funcionário estava com um resto de sorriso no rosto, cada vez mais constrangido e irritado com a situação, assim como eu.
— E você, quem é? Meu contrato... também foi assinado... na semana passada... tenho até mesmo... as chaves do lugar e tudo! Como... como entrou aqui? — Seokjin me perguntou ainda com dificuldade para respirar mas com um ar convencido.
Cruzei os braços na frente do peito, tentando me impor. Porém, com a minha cara de quem não dorme há dois dias, eu devia estar parecendo um cachorrinho descabelado que não conseguiu fazer o dono parar de jogar a maldita bolinha para que eu a pegasse.
— Sou Jeon Jungkook, se isso te interessa. E estou morando nessa casa. E você, está indo embora dela. Tenham um bom dia, senhores, mas preciso dormir!
Comecei a fechar a porta, mas o tal Seokjin colocou o braço para me impedir. Empurrei com mais força, e ele fez o mesmo. Ele empurrava a porta me olhando nos olhos com raiva. Resolvi ceder para, claro, evitar acidentes. Claro.
— Olha, Jeon, eu vim de uma cidade que fica a quilômetros e quilômetros daqui, não tenho nenhum outro lugar para ficar em Neustart e meus móveis estão todos do lado de fora — Kim começou, com voz calma — Então, por favor, ceda só um pouco para que nós dois possamos resolver essa confusão. Entendo que está com sono e irritado, mas eu também estou cansado. Por favor.
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𝑳𝑶𝑺𝑻 𝑩𝑶𝒀 ┊𝖩𝖨 + 𝖪𝖮𝖮𝖪
FanfictionPark Jimin e Jeon Jungkook eram o que suas mães apelidaram de "amigos de útero". Elas sempre foram amigas muito pŕoximas e queriam que seus filhos fossem tão amigos quanto. Então, quando descobriram a gravidez no mesmo ano, foi só felicidade. Porém...