capítulo 61.

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Maratona 4/5

Charles

Desde que descobri que tenho uma filha, algo dentro de mim mudou...antes eu não estava vendo sentindo na minha vida, ela estava monótona e confesso que nunca esqueci Alicia. Definitivamente aquela viagem foi inesquecível e nem foi pelo lugar em si. De fato muitas pessoas preferem outros lugares com bem mais turismo e paisagens. Mas o melhor daquela viagem n foi o lugar, foi a companhia...

Escuto alguém bater na porta e peço para que entre já imaginando ser a Daisy.

Daisy: Bom dia, já tomou sua decisão? - se senta a minha frente.

- Sim, vou procurar a menina, conversar, fazer o exame e espero que dê positivo...sei lá, eu sei que perdi muitos anos, mas seria frustração demais se fosse mentira.

Daisy: realmente.

Passamos o resto do dia em reunião falando sobre o hospital e a residência. Talvez alguns tenham que sair e em breve terá uma prova.

***

Daisy: Que tal darmos uma volta pelo hospital e você vê como andam as coisas?

- Pode ser, até porquê preciso esticar as minhas pernas.

Andamos por vários setores e no meio do caminho encontrei com a Dra. Verônica que grudou na gente e ficou o tempo todo falando sobre os residentes.

Por fim chegamos até a entrada do hospital, eu estava observando o perímetro quando paro meu olhar numa cena específica. O rapaz que estava com as meninas no café estava conversando com uma residente aqui do hospital.

- Daisy... - a mesma me olha e segue o meu olhar.

Daisy: o que foi?

- Aquele rapaz, ele estava com as meninas no café... - a mesma fica surpresa - qual o nome daquela residente?

Verônica: Maria Luisa...por sinal, péssimo desempenho e acho que vai rodar na prova.

Não pode ser...bem embaixo do meu nariz.

Maria Luisa

10:30 pm

Estava sem sono e sem ter o que fazer, então resolvi ajudar as enfermeiras com as medicações dos pacientes.

Estava ajeitando o soro de uma menina quando percebo a presença de Verônica me observando.

- Que susto...

Verônica: tá fazendo o que de errado pra estar tomando susto atoa? - sorri falsamente.

Não a respondo, apenas aumento o ar-condicionado, estava muito frio hoje.

Verônica: você tá sendo o comentário do hospital... - a observo e a mesma continua com um sorriso no rosto.

- O que estão dizendo?

Verônica: Que você está tentando enganar o dono do hospital...dizendo ser filha dele.

- Eu...

Verônica: É...mas eu conversei com o Dr. Charles e mesmo que se essa história fosse verdade, ele nunca assumiria sua paternidade.

- Hum - algo fica entalado na garganta e minha única vontade era de sumir dalí.

Verônica: ele disse também que assim que tiver oportunidade, arruma um jeito de lhe tirar do programa. Uma pena, você é uma das melhores...

Saio dalí segurando as lágrimas e na primeira porta que vejo, abro e me enfio. Percebo que entrei em um quartinho de limpeza e me encosto na prateleira soltando todo o choro que eu segurei.

Eu vivi muito bem até aqui sem uma figura paterna e não vai ser agora que vou precisar de uma.

Não vai...

***

7:45 am

Xx: Bom dia...

Abro os olhos forçando um pouco por conta da claridade e percebo que eu apaguei dentro do quartinho de limpeza. A moça me ajuda a levantar e eu saio dalí indo direto pegar as minhas coisas e sair do hospital.

Dentro do vestuário eu percebo que Daisy está me bipando e ignoro, agora não era o momento. Quando estou no estacionamento esperando o uber sinto alguém colocar a mão no meu ombro e quando me viro, me deparo com aquela figura...

Figura a qual eu admirava, mas depois de ontem nem sei mais.

Charles: Posso conversar com você um minuto?

- Sinto muito, preciso ir - percebo que o uber chegou, mas o homem ao meu lado apressa os passos, fala algo com o motorista e logo depois chega uma mensagem de viagem cancelada - o senhor não podia ter feito isso...

Charles: Agora você tem um minuto? - me observa sorrindo e eu fecho a cara.

- O senhor não pode controlar a vida das pessoas, as coisas não tem que ser sempre como o senhor quer e na hora que quer.

Charles: eu só preciso falar com você...

A olho crente de que ele não iria desistir, então me dou por vencida e me sento em uma banco. Ele faz o mesmo e eu faço sinal para que ele fale logo.

Charles: Me disseram que talvez você fosse a minha filha...queria saber um pouco sobre a sua mãe.

- Fique tranquilo que eu não ando criando história nenhuma e não tenho intenção em nada de ninguém.

Charles: Não quis dizer isso de forma alguma, tudo o que eu sei foram seus amigos que me contaram...

Fico o observando por um tempo, o mesmo não parece estar debochando ou me tratando mal...apenas está conversando comigo de boa.

- Minha mãe...acho que não tenho palavras pra descrevê-la - o mesmo sorri e assenti.

Ficamos mais que um minuto alí, acho que foram horas. Ele me contou tudo que sabia e eu também. Me disse que estava disposto a me conhecer, mas que queria um exame para eliminar qualquer possível dúvida e eu assenti.

A Verônica é ridícula, achou que com essa história iria criar uma discórdia ou algo do tipo.

É estranho, eu o conheço pouco, e a pouco tempo, mas a sensação é de que de alguma forma, ele sempre esteve comigo. Talvez sejamos parecidos, ou talvez seja paranóia minha.

Muito mais do que penseiOnde histórias criam vida. Descubra agora