Acordei com a respiração ofegante, sentando-me rapidamente na cama. Meu Deus, eu sonhei com a minha morte!
Quando Krystian disse que eu iria me lembrar, pensei que fosse daqui há um tempo, quando me acostumasse mais aqui, mas não foi bem assim.
Calçei minhas pantufas e desci as escadas. Decidi ficar na pequena varanda que tinha na minha casa. Abri a porta, fechando-a logo em seguida, e me sentei na poltrona que havia lá, olhando as inúmeras estrelas brilharem no céu azul.
É engraçado ver um céu no céu. É irônico.
Penso como meus pais e Josh devem estar se sentindo. Queria tanto que eles estivessem aqui... Mas não posso ser egoísta à esse ponto, não posso desejar que eles tivessem morrido também.
Não sei porque, mas em algum momento meus pensamentos voam para o que eu estaria fazendo se ainda estivesse viva. Estaria compondo músicas com Josh, provavelmente. Erámos loucos por música, e passávamos quase o dia inteiro na garagem da casa dele, gravando e compondo.
Suspiro com a lembraça. Sei que era para supostamente me sentir feliz no céu, mas porque essa felicidade não chega até mim?
- Não consegue dormir? - uma voz pergunta, me fazendo pular de susto.
- Ah meu Deus, Noah, você me assustou - falei, olhando para a figura morena e pondo minha mão sobre o peito.
- Desculpe, não era minha intenção. Só estava andando por aí e te encontrei. Se importa se eu ficar aqui?
- Claro que não - respondo, e ele se senta no chão de madeira da varanda, e eu faço o mesmo, saindo da cadeira.
- Por que está acordada, afinal? - Noah perguntou, me analisando.
- Sonhei com a minha morte.
- Sinto muito, S/N - ele disse.
- Tudo bem. Isso alguma hora iria acontecer. Só não sabia que fosse assim, tão rápido.
- Se te faz sentir melhor, quando antes você souber, mais cedo você começa a lidar com isso.
- Pensei que fôssemos felizes no céu. Não entendo porque temos que lidar com isto.
- Querida, felicidade não é só sorrir - Noah fala.
Querida. Era como Josh me chamava.
- É também tudo aquilo que te leva até ela. A verdadeira felicidade.
Rio abafado.
- O que foi? - ele pergunta.
- Era assim que me chamavam. De "querida".
Ele sorri.
- Então, devo chamá-la assim todas as vezes?
- Com certeza. Caso não queira que eu te chame de Jacob.
Rimos novamente e um silêncio se instala entre nós, mas em nenhum momento fora desconfortável; era acolhedor.
- Eu queria saber como eles estão agora - confessei, quebrando o silêncio.
- Seus pais?
- E meu namorado. Ex, na verdade.
- Sinto muito por ele também - ele disse.
- Obrigada.
- Na verdade, tem como você saber como eles estão. Só precisamos falar com Krys e...
- Oi - Krystian aparece do nada no meu lado e eu grito de susto.
- Pelo amor de Deus, Krys, como você apareceu aqui?
- Eu só "brotei", como os humanos falam - ele disse. - Eu ouvi vocês chamando meu nome.
- Você ouviu nossa conversa toda? - perguntei.
- Não. Não é permitido isso. Mas consigo ouvir meu nome. E, aliás, por que me mencionaram?
- Ela gostaria de ver como sua família e namorado estão.
- Ah, sim. Sonhou com sua morte, não é? - Assenti. - Venha comigo.
Noah e eu o seguimos até uma casa branca no perto do jardim que eu nunca tinha visto.
- É a sua casa? - pergunto.
- Sim - ele responde, abrindo a porta.
Noah e eu entramos, e Krystian fecha a porta. Ele aponta para o sofá marrom, e nos sentamos nele. Ele se senta numa cadeira que ficava na frente do sofá e disse:
- S/N, eu posso mostrá-la o que está acontecendo com seu namorado e seus pais agora. Quer ver?
- Sim - respondi, rapidamente.
- S/N, isso pode ser doloroso. Pode ser um choque de realidade ou algo do tipo - Krystian alerta.
- Está tudo bem. Eu quero ver.
- Certo. Feche seus olhos - Charles intruiu e o fiz. Logo, senti o toque das mãos de Krystian nas minhas, mostrando-me a realidade.
Josh estava descendo de seu carro. Ele estava usando um terno preto, e seu semblante mostrava cansaço. Parecia que ele não dormia há dias. Ele fechou a porta do carro e pôde ver o amaçado que estava na mesma.
Beauchamp andou por um tempo até encontrar os pais de S/B, que estavam em pé diante do caixão, chorando. Aquilo era cruel; os filhos deveriam enterrar seus pais, não o contrário.
Filhos que perdem pais, são órfãos. Mas, não existe adjetivo na língua portuguesa que caracterize o que sobra de uma mãe, sem seu filho.
Josh se aproximou deles e olhou para a foto de S/N que havia no local. O sorriso radiante dela era tudo o que ele queria, naquele momento.
Depois de toda a cerimônia e de todos darem seus discursos, chegou a hora de enterrarem o caixão. Josh tirou do bolso a flor que havia trago e andou até o caixão.
- Adeus, S/N - disse, chorando, e colocou uma rosa vermelha sobre o caixão.
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O que estão achando da fanfic??? Esses primeiros capítulos serão mais "tristes", mas logo as coisas melhoram👀
Até o próximo!♡
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𝐏𝐑𝐎𝐁𝐋𝐄𝐌𝐀𝐒 𝐍𝐎 𝐏𝐀𝐑𝐀𝐈́𝐒𝐎 • Imagine Noah X You
Любовные романыQuando S/N chega no céu, ela conhece Noah, e descobre que até o paraíso tem seus problemas. • • • • • • • • AVISO: Morte, perda, religiosidade & tortura são temas explorados ao...