indestrutível

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Em plena madrugada os pneus do jipe rangeram na estrada de terra da preserve. A poeira ergueu-se em uma nevoa sinuoso e logo se abaixou, quando o automóvel parou.

A porta se abriu e do interior do carro Stiles saiu. O jovem levava consigo duas sacolas recheadas Ele fechou a porta do carro, com exímio cuidado, usando seu calcanhar.

O Stilinski fitou a residência com um pouquinho de apreensão. Ao menos o que sobrara dela, os escombros do que um dia foi a mansão Hale. Ele não chegou a ver aquela estrutura em seus dias de glória. Mas olhou algumas fotos na prefeitura.

Seu lado curioso o forçou a isso.

Estava escuro, como de se esperar do horário e local onde estava. Se não fosse os faróis do seu jipe ele não veria quase nada um palmo a sua frente. Stiles teria sentido o frio espinhento daquela madrugada se não estivesse usando seu suéter novinho, estampado para a ocasião, e devidamente agasalhado.

A duas costas, uma maldita coruja piou em plenos pulmões; emaranhada em meio aos galhos das árvores. Ele teria tacado uma pedra se ela não estivesse muito bem escondida, só para ver se a ave fechava o maldito bico.

O rapaz caminhou. Ouvindo as folhas craquelarem aos seus pés. Aproximando-se daquele mausoléu.

A luz da lua deixava a silhueta de cada canto da casa um pouco mais visível, assim ele conseguiu a façanha de não tropeçar enquanto subia os degraus da varanda.

Stiles se perguntava o que aquele cara ainda fazia ali, sozinho. Aquele lugar era… Estranho e solitário. Solidão de mais não era saudável para ninguém, nem mesmo para um lobisomem adulto e vacinado.

E outra, ninguém recusava um convite seu. Ainda mais quando ele se dava ao trabalho de escrevê-lo a mão e ilustra-lo.

Stiles gentilmente havia convidado Derek para passar natal em sua casa. Algo normal, uma vez que mais da metade da matilha estaria ali.

Mas o lobo azedo sequer se deu ao trabalho de responder. De avisar que não iria.

Uma puta falta de educação, na opinião de Stiles.

“Bom” – ele prensou, enquanto limpava toda a bagunça com a ajuda de Theo, Liam, Scott e Allison. – “Se o lobo não vai à ceia, a ceia vai até o lobo.”

E lá estava ele. De frente aquela casa um tanto… sombria. Com depósitos recheados de comidas.

Sua intenção inicial era bater na porta. E ele tentou fazer. Mas assim que encostou seu punho no objeto, o mesmo rangeu, pendeu para trás e caiu num baque estrondoso, denunciando sua presença ali. Embora tivesse a certeza que seu jipe já tivesse o feito.

Stiles olhou o interior acabado do lugar, com uma curiosidade velada, esperando que Derek desse o ar da graça. Mas nada, nem com ele derrubando acidentalmente a porta.

— Vai descer ou não? — O Stilinski gritou ao nada. Impaciente. — Eu vou ficar.

Ele avisou. Se encostando cuidadosamente na parede, temendo que caísse e levasse consigo o resto da mansão.

O local fedia a mofo e madeira úmida. Não era um ambiente para se manter são. Era deprimente e opressor.

O rapaz. passou a cantarolar “This little ligth of me.” Com insistência. Uma vez que Derek mantinha em silêncio, em algum lugar naquela casa.

Stiles sabia que ele estava ali e acordado. Por isso cantava cada vez mais alto, da forma mais desafinada que conseguia.

Foram-se bons minutos em espera. Antes de ouvir as tábuas do segundo andar começarem a estalar. Eram passos duros e pesados. Stiles não soube dizer como aquela estrutura precária aguentou o peso do homem. Ele já até imaginava a cara azeda do Hale.

Delicada atraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora