uma vastidão verde desenrola-se à frente como um cobertor; não um quente, no entanto. sua imensidão aprisiona-o, independente das tuas inúmeras tentativas de livrar-se dele; a única opção é aceitar a excruciante substância da verdade: estás preso em um labirinto infindável criado por tua própria mente.
corra, amor, corra, mas não encontrarás a saída dessa vez. há apenas escuridão. e então, uma luminosidade pode ser vista adiante; subitamente, começa a se espalhar como cada doença prestes a devastar um país inteiro, ou ainda mais, o mundo. as chamas consomem cada centímetro das folhas ao teu redor, da mesma forma como tua alma é consumida pelo buraco do desconhecimento no interior do teu ser.
existe algo tão voraz quanto estar perdido em sua própria existência? à deriva na inconstância da vida. mas não estamos todos nós? esmagados pelo peso da mesma realidade que nos esforçamos tanto para não lidar, com receio do que nos espera ao fim do caminho escolhido por nós ─ intuitivamente ou pela razão ─ ou mesmo se sequer vamos alcançar seu fim.
tantos desejos foram abandonados ao longo da estrada, mas não o sentimento de ser menos que uma estátua de mármore inacabada ─ ah, o traiçoeiro do tempo! ─ a grandiosidade do seu valor esquecida entre o musgo crescendo em sua pele. no entanto, não são apenas ruínas de mundos há muito esquecidos; são ruínas do que uma vez foram desejos intensos, sentimentos selvagens, sonhos ousados; e estão aqui como um lembrete para nunca deixarmos tais emoções morrerem.
mas o medo, pode facilmente ter a mesma dimensão que gasolina, correndo através de tuas veias como combustível para uma explosão que, cedo ou tarde, não serás capaz de evitar. tamanha quantidade de energia acumulada grita para ser liberta, então se não tomares cuidado, tua alta temperatura será o suficiente para fazê-lo terminar no meio de um incêndio causado por ninguém menos que você mesmo. sem saída.
talvez você possa chorar mais uma vez, mas nem a quantidade infinita de água caindo de teus olhos bastará para apagá-lo.
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𝐑𝐔𝐈𝐍𝐒 𝐎𝐅 𝐅𝐎𝐑𝐆𝐎𝐓𝐓𝐄𝐍 𝐖𝐎𝐑𝐋𝐃𝐒.
Poesíathe flames consume every inch of the leaves around you, just as your soul is consumed by the hole of unknowing within your being. is there something as voracious as being lost in your own existence? 150720, eng/pt-br, © venusteria.