Andrey On~
Conheci Jenny no Ensino médio, ela sentou num canto bem isolado, mas logo vi que ela era diferente de todas as garotas que já passaram em minha vida. Ela agia diferente, se vestia diferente. As pessoas não queriam sentar perto dela, havia no ar uma sensação de repulsa causado pelo estranhamento de ela não ser como as outras.
Todas as pessoas se acomodaram e a carteira à sua frente ficou vaga, eu coloquei minha bolsa na cadeira e sentei.
Vi ela desenhando uma personagem um tanto melancólica, aquilo refletia como ela se sentia naquele ambiente, algo me fez querer criar um ambiente mais confortável para ela.
—Uau, você desenha incrivelmente bem!
Ela se encolheu, parece que poucas pessoas tentavam quebrar a barreira com ela, corro os olhos pela mesa, em busca de um assunto que eu pudesse citar. Vi a capa do caderno dela... Death Note, é um início.
—Death note? Que incrível. Qual seu favorito? Kira ou L? -Ela relaxou um pouco
—L, claro. Ele é totalmente incrível... - Vejo os olhos dela brilhando enquanto ela falava do anime, é ótimo quando as pessoas amam algo com tamanha intensidade.
Ali cultivamos uma grande amizade, Jenny tinha um olhar distante e um coração vazio, que eu tentava com todo o esforço preencher. O tempo se passou e ficamos cada vez mais próximos.
4 meses depois de nós conhecermos ela me levou pra casa dela, me mostrou toda a coleção de jogos e mangas dela, e até seus desenhos, não eram muito bons, mas ela colocava todo o seu coração em casa criação, e isso fazia cada um único, praticava todos os dias pra melhorar.
Ela era uma menina diferente de todas as outras... Com o tempo a única coisa que eu queria era vê-la feliz
Em um ano já éramos inseparáveis, ela se tornou um pouco mais feliz, mais constantemente eu via nos seus olhos aquele brilho que eu vi quando a conheci. Aquilo me encantava completamente...Jenny acaba sendo aquele tipo de pessoa que se cobra muito ao errar, se preocupa muito com as pessoas ao redor. Acho que ela não consegue entender que o problema é a falta de responsabilidade emocional, a falta de empatia das outras pessoas. E acaba não se vendo nem como uma pessoa.
Odeio dizer isso, mas é como se eu fosse a única pessoa que se importa com ela, são poucas vezes que sua própria família liga para ela, menos ainda a quantidade de vezes que seus pais vêm ver como ela está.
Eu me preocupo muito com ela, tento dosar minha presença em sua vida, pois eu entendo que se eu ficar muito em cima dela, isso pode fazer mais mal do que bem. Com toda sua fragilidade ela poderia ter alguma dependência emocional em mim e, se caso eu não conseguisse lidar com isso, o que eu sei que eu não conseguiria, eu a machucaria.
Apenas desejo que ela possa viver sua vida com plenitude.
Nessa última semana, quando ela simplesmente sumiu eu me preocupei, claro, qualquer bom amigo se preocuparia. Porém eu sempre tentei mostrar meu lado mais forte para ela, eu sei, de certo modo isso é errado, eu não sinto que eu estou sendo totalmente transparente com a minha melhor amiga. Mas por também amá-la eu não quero me tornar mais um problema em sua vida.
Eu a telefonei depois de chorar muito, eu fui 3 vezes a sua casa, onde ninguém me atendeu. Depois que Jenny alcançou sua maioridade ela pediu para que seus país deixassem que ela morasse em uma pequena casa sozinha, com o pretexto de desenvolver melhor suas habilidades como adulta. Não me pergunte o porquê, mas seus pais acataram isso...
Mesmo depois do episódio dessa semana eu não consigo ficar brava com ela, pois sei que ela não fez por mal. Se ao menos eu pudesse... Se ao menos eu dissesse...
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Crepúsculo de um sonho
AcakJenny é uma estudante do colegial solitária, a típica pessoa onde as pessoas tentam descontar todas as frustrações... Seu único e melhor amigo é Andrey, um adorável rapaz que adora ver sua adorável amiga sorrir. A historia se inicia quando Jenny se...