Eu quero te beijar, mas não posso, seu irmão não permite que fiquemos juntos.
Ele me acha mulherengo, acha que irei usar você e depois abandoná-la, admiro a confiança que ele tem em mim.
Mas ele não sabe que o motivo de eu ficar com várias é porque eu não posso ficar com você, ser seu.
Escrevo isso para você saber que a amo, e se um dia me amar também, venha até mim._ Isso é a coisa mais romântica que fizeram pra mim. - Clary disse para a amiga após ler a carta. - Qual foi a coisa mais romântica que fizeram para você? -
_ Me dá um bolo no encontro. - Samanta disse.
Clary a olhou confusa, que tipo de bolo a amiga estava se referindo.
_ Perdão? - ela murmurou.
Samanta sabia que quando Clary não entendia algo, ela dizia isso, um costume ou trauma de infância, causado pela mãe violenta.
_ Ele não apareceu no encontro. - a amiga disse.
_ E isso foi romântico? - Clary perguntou.
_ Dois dias depois descobri que ele era um psicopata e que devia pensão pros filhos. - Samanta disse.
_ Ah! - ela exclamou. - Bom, não aparecer no encontro foi muito romântico. - a amiga riu. - Aqui diz que se eu o amar, é para procurá-lo. -
_ E você o ama? - Samanta perguntou.
Ela já sabia a resposta, Clary nunca havia dito, mas demonstrava pelas suas atitudes e pelos seu olhar, ela queria ouvi-la dizer em voz alta, para que a mesma aceitasse aquilo.
_ Achei que fosse óbvio. - ela disse, sentindo um pouco de orgulho de si mesma por saber esconder seus sentimentos.
_ E é óbvio. - a amiga disse, acabando com a felicidade da amiga. - Até seu irmão deve desconfiar, isso se não tiver certeza. - Samanta segurou a mão da amiga. - O que te impede de ir atrás dele? -
_ Meu irmão. - Clary respondeu. - Ele nunca teve um amigo de verdade, Zack foi o único que sempre esteve ao lado dele, eu não posso acabar com isso. -
_ Clary, vocês já são adultos, o seu irmão tem uma esposa e está preste a ter seu primeiro filho, ele já sabe se virar sozinho, não precisa mais do amigo e provavelmente será bem poucas as vezes que ele vai precisar de você. - Samanta viu a amiga desviar o olhar. - Vocês não serão egoísta se ficarem juntos, fora isso, você quer um romance clichê, que literalmente, lhe entregaram numa bandeja, ou quer passar o resto da sua vida servindo bêbados estando arrependida de ter deixado o amor da sua vida escapar? -
_ Romance clichê? - Clary perguntou.
_ O menino que gosta da irmã do melhor amigo e ela também gosta dele, mas não podem ficar juntos porque o irmão é idiota e egoísta. - ela disse.
_ O irmão não é idiota e nem egoísta, ele só quer proteger a irmã, é isso que irmãos fazem. - Clary resmungou.
_ É por isso que ele espantou todos os garotos, sem exceção? - a garota revirou os olhos ao ouvir a pergunta da amiga. - ele espantou o Brad, o Brad! O garoto era inocente e doce, parecia uma versão masculina sua. -
Clary repassou isso, Brad era o tipo de garoto fofo que toda garota deseja, sem segundas intenções, nunca faria nada a garota se ela não quisesse. Não tinha motivos para o irmão ter apavorado o garoto.
_ Eu tenho que ir. - Clary se levantou da cadeira do bar da amiga. - Um momento... você deixou o amor da sua vida escapar? -
_ Ele me amava e eu o amava, mas eu não fiquei com ele porque a minha melhor amiga daquela época gostava dele, eu o deixei ir. - Samanta a olhou. - Foi a pior decisão da minha vida, ela fez ele se apaixonar por ela e depois de ter aquilo que queria, o largou. Eu fui atrás dele, mas ele não me amava mais, ela contou mentiras sobre mim para ele. Nunca mais o vi. -
_ Eu sinto muito. - Clary abraçou a amiga. - Depois conversarmos sobre isso, mas se me permite, eu tenho que ir atrás do amor. -
_ E o que está esperando? - Samanta sorriu quando viu a amiga saindo do estabelecimento, e no momento em que ela saiu, um cara entrou, Samanta sentiu seu sangue congelar. - Josh? -
...
Clary bateu várias vezes na porta do irmão até ele abrir.
_ Primeiramente, você não vai mais controlar os meus relacionamentos. - ela entrou na casa do irmão já falando e jogou a bolsa na poltrona.
_ Boa noite querida irmã, sim você pode entrar e o que acha de conversarmos? - o irmão falou sarcástico.
_ Engraçadinho. - a irmã murmurou. - E em segundo lugar, eu vou ficar com quem eu quiser e se você ousar tentar espantar o cara, eu vou te dar uma surra e não pense que será igual a quando éramos crianças, será pior. -
_ E essa discussão se refere ao que exatamente? - Louis se jogou no sofá.
_ Se refere ao fato de que você proibiu Zack de ficar comigo, sabendo que eu o amo desde da infância. - o irmão se remexeu desconfortável no sofá. - É, eu soube graças a carta que ele me mandou, e eu estou atrás dele nesse exato, então nem pense em afugentá-lo com os seus truques, seja lá quais são. -
_ Vocês vão se casar? - Louis perguntou.
_ Se ele quiser, já casamos amanhã, afinal, graças a você, perdemos tempo demais. - Clary pegou a bolsa na poltrona e olhou para o irmão. - Eu não sei por qual razão idiota você faz isso, mas por favor, pare, você construiu a sua vida, a sua família, eu quero construir isso também, mas não posso fazer isso com você destruindo ela. -
A irmã saiu da casa do irmão e entrou no carro, ela sorriu durante o caminho para o apartamento de Zack, quando chego na entrada do prédio, se perguntou se ele estava em casa para liberar sua entrada, ela nunca tinha ido ali.
Clary então se lembrou que na carta havia o número dele, rapidamente apanhou o papel e digitou o número, ligando para ele em seguida.
_ Alô? - Zack atendeu, ao fundo tinha um rádio ligado, tocando uma música clássica suave.
Se ele não tivesse mudado e Clary o conhecesse bem, Zack deveria esta tomando vinho e observando a lareira acesa, é o que ele faz durante o inverno para pensar ou se acalmar. E no verão ele fica na piscina. E na primavera e no outono ele apenas observa a paisagem.
_ Oi Zack, é a Clary, pode liberar minha entrada? - ela disse.
Zack ficou quieto por um minuto, pela linha, ela ouviu ele se engasgar com o vinho e ele ficou com a respiração presa, que passou para acelerar no momento seguinte.
_ Claro... e-eu vou te buscar aí embaixo, desço num minuto. - Clary riu do nervosismo dele. - É melhor vestir um casaco, tá frio. Se acalme Zack. É só Clary vindo te dá um fora pessoalmente. -
Clary desligou o telefone e deixou escapar uma risada, Zack esqueceu de desligar o telefone e ela ouviu ele murmurar, um dos sinais de nervosismo dele.
A mulher saiu do carro e foi até o portão do condomínio. Demorou cinco minutos para Zack chegar e abrir o portão.
_ Oi. - Zack a abraçou. - Fazia um tempo que não te via, peguei o seu endereço com o teu irmão. -
_ Eu imaginei. - Clary olhou para o homem em sua frente. - Será que podemos entrar? Tá frio aqui fora. -
_ Ah, claro! - Zack coçou a nuca. - Além de ser melhor para conversarmos. -
_ Se acalme, eu não vim te dar um fora. - Clary disse.
Zack ficou sem jeito, os dois entraram dentro do prédio e em alguns minutos já estavam no apartamento.
Clary o beijou assim que eles entraram no apartamento, Zack correspondeu o beijo.
_ Eu te amo. - o homem sussurrou.
_ Eu também te amo. - ela disse.
Notas:
Foi uma ideia que me ocorreu de repente e eu adorei escrevê-la, me diverti muito. Talvez eu faça uma continuação, mas com a Samanta como principal.
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Contos De Uma Escritora Sonhadora | Original - Concluida
Short StoryUᴍ ʟɪᴠʀᴏ ғᴇɪᴛᴏ ᴇsᴘᴇᴄɪᴀʟᴍᴇɴᴛᴇ ᴘᴀʀᴀ ᴏs ᴍᴇᴜs ᴄᴏɴᴛᴏs ᴏɴᴇsʜᴏᴛs. Esᴄʀɪᴛᴏ ᴘᴏʀ﹕ 🦋 Mᴀʀɪᴀ Aʟᴠᴇs 🦋 Cᴀᴘᴀ ᴘᴏʀ﹕ 🦋 Mᴀʀɪᴀ Aʟᴠᴇs 🦋 Gʀᴀᴘʜɪᴄs ᴘᴏʀ﹕ 🦋 Mᴀʀɪᴀ Aʟᴠᴇs 🦋 Nᴀ̃ᴏ ᴇ́ ᴘᴇʀᴍɪᴛɪᴅᴏ ᴀᴅᴀᴘᴛᴀʀ ᴏᴜ ᴜsᴀʀ ᴀ ᴏʙʀᴀ. Pʟᴀ́ɢɪᴏ ᴇ́ ᴄʀɪᴍᴇ. ⚠️ Aᴛᴇɴᴄ̧ᴀ̃ᴏ! ⚠...