Luis estava em casa, ele lia no sofá da sala enquanto seus irmãos mais novos brincavam no chão e sua mãe fazia comida no fogão.
De repente, apareceu um entregador no portão, ele carregava uma cesta com flores e doces.
_ Oh de casa! - o entregador chamou.
Luis foi atende-lo.
_ Pois não? - ele disse.
_ Luis Souza? - o entregador perguntou e o menino confirmou com um sim. - Essa cesta é para você, uma pessoa mandou. -
Luis pegou a cesta e muito tímido, murmurou um obrigado, ele esperou o entregador ir embora antes de entrar na cozinha.
A mãe se aproximou da cesta e do menino, rapidamente pegou um cartão que havia nela.
" Eu te amo. "
_ É, parece que você arrasa corações meu bebe. - a mãe brincou com o filho.
Luis revirou os olhos e levou a cesta para o quarto, decidido dar os doces para os irmãos e fingir que nada aconteceu.
Mas não deu para fingir que nada aconteceu, sendo que vários bilhetes apareciam nos seus armários, sendo que estes, as vezes o elogiava, as vezes havia um casal de bonecos rodeado por um coração, de palitinho, a garota não sabia desenhar.
Luis ficou cansado daquilo, seus amigos passavam horas o zoando, ele queria descobrir quem mandava os bilhetes, mas tudo que tinha de pista era a letra, e numa escola que estuda 1.500 alunos apenas no seu turno, não seria fácil achar a garota.
Ele suspirou derrotado, a garota certamente não iria cair nos seus braços...
_ Aaaah! - uma garota caiu nos seus braços.
O menino estava sentado numa calçada que rodeava a sala de música, a garota estava correndo, provavelmente brincava de pega-pega com as amigas, já que ele as viu correndo pela metade da escola sempre tentando tocar na outra.
_ Me desculpe. - a garota murmurou enquanto se levantava.
O garoto a conhecia, estudaram juntos no ano passado, e ele se lembrava que ela era desastrada.
_ Tudo bem. - Luis a olhou. - Você, por acaso, não anda me mandando bilhetes? -
_ Não. - ela riu, de repente pareceu se lembrar de algo. - Ah! Um garoto mandou te entregar. -
Luis leu o bilhete, a caligrafia era a mesma dos outros, ele ficou surpreso por ser um garoto o seu admirador, pela cafonise, imaginava uma garota bem romântica.
" Me encontre no ginásio daqui a vinte 20 minutos. "
E embaixo havia a hora que eles deviam se encontrar. Luis balançou a cabeça e se levantou, andou até o ginásio e adentrou no mesmo, ele avistou um garoto com um moletom azul, o capuz do moletom escondia o seu rosto. O menino sorriu e acenou para ele.
Luis se aproximou, vendo que o tal garoto havia posto uma máscara da série La Casa De Papel.
O menino lhe entregou uma rosa vermelha e levantou a máscara para mostrar um sorriso.
_ Quem diabos é você? - Luis reparou nos olhos castanhos do menino.
O menino escreveu num post-it e o entregou antes de sair do ginásio.
" Ainda não está na hora, meu príncipe. "
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_ E o garoto não disse nada? - Luana perguntou.
_ Nadinha. - o amigo respondeu enquanto mexia no seu armário. - Simplesmente me deu uma rosa e um bilhete e foi embora. -
_ Vai ver ele seja tímido demais. - a amiga deu de ombros. - Ou esteja um pouco inseguro por não saber se você gosta de homens. -
_ Eu sou hetero, até onde eu sei claro, só tenho 16 anos e não sei de nada. - Luis murmurou. - Mas não sei, dependendo da pessoa, talvez eu me interesse por ele, você sabe né? Que eu admiro mais os gestos do que qualquer outra coisa. -
_ É claro que eu sei, sou a sua melhor amigo desde criança. - a amiga revirou os olhos, como se ele tivesse dito algo idiota. - Bom, eu tenho aula agora, nos vemos depois... opa! - ela pegou um bilhete que caiu do armário do amigo. - O seu príncipe esta animado hoje. -
_ Ele sempre esta animado. - o menino murmurou.
Luana percebeu que não importava quem estava fazendo aquilo, se era um menino ou uma menina, Luis já estava de saco cheio daquilo.
Ela sorriu antes de entregar o bilhete para o amigo e se afastar.
_ É. - ela murmurou para si mesma enquanto se dirigia para a quadra de futebol. - Acho melhor parar com os bilhetes antes que ele fique bravo comigo. -
Luana havia pedido para uma amiga dizer para Luis que um garoto o esperava no ginásio, ela também pegou o moletom e a máscara emprestados do irmão e os vestiu, para disfarça sua identidade.
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Luis estava aliviado, o admirador secreto havia parado com os bilhetes e tudo mais, há mais de dois meses. Finalmente, sua vida tinha voltado ao normal, sem a zoação dos amigos, apenas um ano letivo comum e tedioso.
Luana estava um pouco distante, ela passou a ficar mais tempo com as amigas. Mal falava com Luis e quando o via, faltava ela sai correndo para qualquer direção que não fosse a mesma que a dele.
Num dia, Luana foi chamada para ir ao quadro, ela resistiu no inicio, mas acabou cedendo, o amigo estranhou sua ação, sendo que ela sempre adorou ir ao quadro mostrar os seus conhecimentos.
Então, Luis viu a letra que o atormentou por duas semanas. Luana olhou em sua direção antes de se sentar no seu lugar, e nos seus olhos castanhos, havia um pedido de desculpas.
O garoto a puxou para uma sala vazia quando o sinal para o intervalo tocou. Luana estava com lágrimas nos olhos e encarava tudo, menos o amigo.
_ Me desculpe. - ela murmurou. - Eu só queria por pra fora sabe, e descobrir se poderia ter uma chance com você, mas você não reconheceu a minha letra e nem nada em mim, então eu percebi que além de você esta sendo incomodado, não reparava nada em mim. -
_ Lu. - Luis e se aproximou da garota. - Tá tudo bem, ainda podemos ser amigos. -
_ Não, não podemos. - a amiga se afastou. - Eu não posso força-lo a gostar de mim, eu te amo, e não posso ser sua amiga, porque eu não quero ser isso, e você só me quer como isso, e pelo meu bem, eu tenho que me afastar, porquê ficar perto de você nessa situação só irá me fazer mal. -
Luana saiu da sala, deixando o amigo para trás, e com isso, assim esperava ela, o seu amor também.
