Capítulo 1

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- Hiro, sei que foi uma grande mudança para você, mas tenho certeza que vai conseguir se adaptar e florescer! - pronunciou tia Cass com sutileza na voz.

Hiro dirigiu seu olhar à xícara que secava na pia da cozinha, enquanto um sorriso começava a brotar em seus lábios. No entanto, ainda era possível ver a preocupação evidente em seus olhos.

- Obrigado, tia. - respondeu com um sorriso tênue que desapareceu a medida que ela retomou a fala.

- Eu não quero que sua mãe pense que eu não tentei. - ela comentou.

Hiro ponderou e, com coragem, revelou:

- Não tenho tanta certeza. - debateu. - É muito diferente daqui. Não estou acostumado com o idioma, nem mesmo com a cultura. - finaliza.

- É verdade que vai levar algum tempo para se ajustar aos choques culturais que podem vir a colar... Mas você é um jovem esperto. - tia Cass afirmou sorrindo. - Devo te lembrar de que você se formou na escola com apenas 13 anos? - afaga as bochechas do menino carinhosamente.

- Aliás!... San Fransokyo não é tão diferente quanto você pensa! - exclama.
- Eu tive muitas aventuras por lá, muitas boas lembranças de quando eu era jovem. Aaah... - ela relembra nostálgica.

Tia Cass solta uma risada.

- Sim, acho que tens razão. - ele não parecia tão confiante, mas concordou retraído. Tia Cass se aproximou, e deu-lhe um tapinha encorajador no ombro. "Força!"

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Eu tinha acordado um tanto cedo hoje já que iria me mudar para Santa Cecília com minha tia. Levantei-me e arrumei minhas coisas. - Era uma bela manhã de terça, então decidi me vestir com o que usaria o dia todo. Guardei escova de dente, casaco, algumas roupas por precaução na mochila de mão e pronto!

- Bom dia flor do dia! Está prontíssimo para mergulhar de cabeça nas belezas culturais de Santa Cecília???! - ela estava toda animada. Assustador.

Eu ouvi tantas coisas daquela cidade que me faz pensar que nem tudo é perfeito e cheio de alegria. Mas não queria que ela soubesse que estou morrendo de medo por dentro, por isso forjei um sorriso - que mais parecia uma careta - e disse com a voz mais educada que consegui:

- Sim.

Tomei um banho, escovei os dentes e me vesti. Arrumei minhas malas e me certifiquei de ter tudo o que precisava para a mudança. Peguei carregador, portátil, claro. Talvez eu esteja sendo ingênuo ou sei lá o quê, mas estou com uma sensação no estômago de que algo pode dar errado a qualquer momento.

- HIRO! Já está com tudo pronto? - gritava tia Cass das escadas segurando umas caixas. (Provavelmente itens de cozinha se alguns ainda tiverem importância)...

- Vamos nos atrasar! - e assim sua voz ecoou pelo espaçoso corredor. Era uma casa velha com muitos cômodos.

Estava terminando de arrumar o resto com a ajuda de Baymax, que eu levaria comigo.

- Sim. Já estou descendo! - me apresso jogando meus bonecos do Mega super max Men na bolsa de mão e confirmo:

- Estou com tudo embalado!

Eu só queria poder imaginar o que está acontecendo na cabeça de Baymax agora. Ele é um robô. Seu cérebro positrônico parece funcionar bem, apesar de ter dificuldade em processar a entrada sensorial de outras pessoas. Resumindo: ele não consegue entender os sentimentos.

- Hiro o taxi já chegou. - chamava tia Cass lá da sala novamente. Só se ouve a porta se bater por causa do vento. Eu torcia um pouco para que caísse uma tempestade. (...)

FANFIC HIGUELOnde histórias criam vida. Descubra agora