Prólogo

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O barulho dos saltos ecoavam pelos corredores da tão famosa gravadora Wings Music. Por onde a latina passava os empregados a cumprimentavam com singelos sorrisos, elogios à sua aparência ou frases de bom dia. Santana respondia a todos com um simples aceno de cabeça e um curto sorriso de canto, nada além disso. A verdade é que a mulher estava com a cabeça cheia demais para prestar atenção em qualquer coisa que lhe dirigissem depois da ligação que recebeu mais cedo quando estava a caminho da gravadora. Para a tristeza da latina, e também para o seu total desespero, a babá da sua filha havia ligado informando que precisaria se demitir porque estava indo morar em outro estado para cuidar da avó doente.

É óbvio que Santana ficou triste e lamentou pelo trágico motivo que levaria a mulher ter que sair do emprego e se mudar para outro estado, mas a mesma também se encontrou em total desespero ao saber que teria que encontrar uma nova babá para a pequena Naya Lopez, que é simplesmente o bem mais precioso da vida da jovem compositora e dona da gravadora Wings Music. A babá trabalhava com Santana desde a sua gestação e agora Naya já estava com cinco anos, é evidente que para a morena conseguir confiar em outra pessoa para cuidar de sua filha levaria muito tempo e análise, visto que a latina sempre teve uma pontinha de perfeccionismo em sua personalidade tão forte e marcante.

Sentada na poltrona de sua mesa e checando alguns arquivos em seu notebook, Santana encontrava dificuldade para manter a concentração em seu trabalho enquanto ainda pensava na maldita questão sobre a nova babá. Voltou seus olhos para a foto da pequena Naya que havia em sua mesa e foi inevitável não sorrir. A garotinha de cinco anos era seu maior sucesso, seu maior orgulho, e como Santana mesmo sempre dizia, ela nunca conseguiria fazer algo tão perfeito em sua vida quanto Naya. Para Santana, nada na sua vida seria tão importante quanto cuidar de sua filha e fazê-la a criança mais feliz do mundo. Muitas vezes a latina faltava o trabalho, desmarcava reuniões, chegava atrasada, saía mais cedo ou até mesmo deixava de sair com os amigos nos finais de semana só para poder passar mais tempo com a filha fazendo algo que a garotinha gostasse e a deixasse alegre, e sendo sincera, Santana nunca se arrependia de fazer isso.

— Pensando em alguém, Santana? — a latina saiu de seus pensamentos ao ouvir a voz de sua melhor amiga Rachel Berry.

— Apenas mais um problema na minha lista infinita de problemas, Berry. — Santana suspirou e tombou a cabeça para trás, levando as mãos até os fios negros e os puxando levemente enquanto fechava os olhos com força.

— O que foi agora? — a mais baixa sentou-se a sua frente e encarou Santana com o cenho franzido.

— Sabe a babá da Naya? — a mulher a sua frente confirmou com a cabeça e Santana prosseguiu. — Ela me ligou hoje mais cedo pedindo demissão.

— O que você fez com a mulher, Santana?! — Rachel indagou exaltada e com os olhos arregalados.

A verdade é que Santana era um tanto que difícil de lidar, então Rachel temia que sua melhor amiga tivesse conseguido realizar a proeza de entrar em conflito com a babá que a ajudava com sua filha desde a sua gestação. A latina não era uma pessoa má, muito pelo contrário, ela era uma pessoa de bom coração e que sempre estava ali para sua família e amigos. Talvez — só talvez — a personalidade muito "cheia de si" e a demasiada sinceridade de Santana fosse o que muitas vezes a fizesse ter alguns conflitos com outras pessoas e até mesmo os seus próprios amigos, mas quem a conhecia bem sabia lidar com isso. Mas Rachel não a julgava por isso, ela na verdade admirava muito a amiga por todo o poder e segurança que ela exalava de sua alma. Santana era dona de uma personalidade forte, empoderada e confiante de si, e era isso que Rachel mais admirava em sua melhor amiga. Até mesmo nos momentos mais difíceis de sua vida, Santana tentava ao máximo não vacilar e permanecer forte. Apesar de toda a pose de durona, lá no fundo Rachel sabia que Santana também tinha seus momentos de fraqueza e suas quedas, mas ela sempre teimava em não externar seus sentimentos — principalmente quando se tratava de momentos frágeis — e continuar mantendo a postura de "dura na queda."

Uma babá para a minha filhaOnde histórias criam vida. Descubra agora