𝟎𝟎𝟐;

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Há algo de podre no reino da Dinamarca. - William Shakespeare.

Londres; Greewich; Domingo; 12:08;

Heyoon estava sentada na sala, vendo "Como se fosse a primeira vez" com Josh, quando Joalin abriu a porta do apartamento, com os olhos arregalados e leves olheiras.
- Passou a noite com o Ethan? - perguntou sem desviar os olhos da tela, colocando uma mão cheia de pipoca na boca.

- Passei. - a amiga respondeu com a voz baixa. Josh desviou seu olhar do filme por um segundo, pra olhar a menina.

- Que cara é essa, Jojo? - perguntou juntando as sobrancelhas. Heyoon olhou-a preocupada com o comentário do namorado. Estava pálida, e seus movimentos mais lentos. - Parece até que viu um fantasma.

- Talvez eu tenha visto. - se jogou sentada numa cadeira marrom, do lado do sofá.

- O que quer dizer?

- O que eu quero dizer, Yoon, é que eu a vi. - disse pausadamente. Os outros dois perderam completamente a atenção na televisão com a frase.

- Você sabe que isso é impossível. - a voz de Heyoon falhou.

- Desde ontem eu não sei de mais nada. - soltou um suspiro pesado.

- Onde você a viu? - Josh se manifestou.

- Na porta do Mark's.

- Não devia ser ela. Com certeza não era. - a garota sentiu um nó na garganta ao relembrar. O namorado a abraçou pelos ombros.

- Eu tenho certeza, Yoon. - Joalin balançou a cabeça pros lados. - Só podia ser...

Londres; Dockland; Domingo; 1:03 da tarde;

- Alô? - Urrea disse sentado na cama, com o celular na mão. Seus braços tremiam levemente, e não tinha conseguido pregar os olhos aquela noite.

O cachorro Spike estava em cima da cama, olhando curioso as reações do dono.

- Porra, dude. - Duan disse do outro lado da linha, como se estivesse sendo acordado pelo rapaz. - Já é a terceira vez que você liga essa manhã, desse jeito vai queimar meu filme com as garotas.

- Eu não ligo pras garotas com quem você está ou não. - respondeu sério.

- Então o que infernos você quer a essa hora da madrugada? - resmungou.

- Tem o telefone do Hype?

- Hype? - pensou por alguns segundos. - Quê? Aquele perdedor da turma D?

- Você tem ou não? - matinha a voz dura.

- Lógico que não, Urrea. Pirou? - deu uma risada um tanto irônica do outro lado da linha. - Não acredito que você me ligou a essa hora pra pedir o telefone de um cara. Você está mal mesmo, hein? Mas eu sei como resolver o seu problema. Hoje mesmo a Brittany aparece por aí.

- À merda com a Brittany. - irritou-se, passando a mão pelos cabelos. - Eu não estou com saco pra ela. Quero o telefone do Hype. Só.

- Mais gay a cada dia que passa. - Duan revirou os olhos.

- Que seja. Tchau, dude.

- Fica com Deus, margarida. Olha lá o que vai fazer, hein? - Urrea desligou o celular, colocando-o no criado-mudo e caindo deitado de barriga pra cima, focando o teto.

Onde ela estaria, e mais importante, quem era ela?

Londres; Oxford Street; Segunda-feira; 6:30 da manhã;

ᴏ́ᴘᴇʀᴀ |•ɴᴏᴀʀᴛ ᴀᴅᴀᴘᴛᴀᴛɪᴏɴOnde histórias criam vida. Descubra agora