𝟎𝟐𝟏;

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Scott apertou o pescoço de Urrea.

Sina teria ficado muito preocupada se não tivesse percebido o quão tonto o zagueiro já parecia estar. Não foi difícil para Urrea acertá-lo no nariz e ficar por cima do menino, socando-o, por fim, até que esse não tivesse mais consciência.

Noah postou suas mãos no pescoço de Scott, não de forma firme, como se ele se perguntasse se deveria ou não dar um fim em sua vida.

Sina levantou devagar, seguindo até ele e observando que, enquanto Urrea ponderava entre matar ou não Scott, algumas lágrimas escorriam de seus olhos e gotejavam na ponta de seu nariz.

Tanto suas mãos, Sina observou, quanto as de Urrea, estavam sujas de sangue. Sangue do rapaz inconsciente no meio da sala.

- Não o mate. - Sina disse caindo ao seu lado.
Urrea, com as mãos trêmulas envolvendo o pescoço de Scott, olhou para ela.

- Eu tenho que fazer isso, Sina. - ele respondeu com a voz fraca.

Sina esticou uma de suas mãos até os cabelos de Noah, que estavam caindo em seu rosto. Vagarosamente, passou a mão por seus cabelos e orelha, repetindo um carinho que já tinha lhe feito.

- Você não é um assassino, Urrea.

- Eu não era. - ele concordou. - Mas olhe suas pernas, Sina! Quem eu seria se deixasse vivo o cara que fez isso com você?

Sina desceu seus olhos até as pernas descobertas, onde estavam algumas marcas roxas. Surpreendeu-se por não ter reparado antes.

Ela voltou a olhar o menino, virando seu queixo pra ela.

- Você seria o meu Noah. Não se torne igual a ele. - apontou Scott com a cabeça. - Você é muito melhor que isso.

Sina envolveu com sua mão livre um dos punhos de Urrea, puxando-o delicadamente para cima e afastando-o do pescoço de Scott.

- Deinert, eu fiquei com tanto medo de te perder. - ele disse, envolvendo-a em um abraço caloroso e permitindo que algumas lágrimas caíssem.

- Eu também tive medo de te perder, Urrea. - Sina também se permitiu chorar. - Apesar de sempre saber que você viria.

Ficaram um tempo abraçados, até ouvirem um barulho alto vindo da direção da porta.

Era Lam, que tinha caído sentado e apoiado suas costas no batente. Havia tanto sangue entre sua boca e nariz que era impossível dizer qual pertencia a quê.

- Lamar?! - Sina gritou, desvencilhando-se do abraço de Urrea e indo em direção ao primo. - Molengo... - ela se ajoelhou a seu lado, ainda chorando. - Não acredito que você também veio. Lam... Você... Você estava brigando por mim?!

Ele olhou para a prima e sorriu. Seus dentes usualmente brancos agora estavam manchados de sangue.

- Por quem mais eu brigaria?
Sina abraçou-o com força, chorando mais alto que nunca antes.

Ver Lam e Urrea feridos daquele jeito era o bastante para despedaçar seu coração inteiro. Lam com o nariz e a boca arrasados e Urrea com um enorme corte em uma das sobrancelhas, originado do primeiro soco que recebera de Scott.

- Confesso que não achei que você fosse vencer o Bennet. - Urrea disse se aproximando dos dois, com um sorriso no rosto.

Lam também sorriu e respondeu:

- Confesso que também não, mas tive sorte de ter um vaso de plantas a meu alcance. - ele riu, Urrea também. - Não bato em alguém assim desde que o Bai quebrou minha bicicleta. Incrível, não?

ᴏ́ᴘᴇʀᴀ |•ɴᴏᴀʀᴛ ᴀᴅᴀᴘᴛᴀᴛɪᴏɴOnde histórias criam vida. Descubra agora