IV

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Já fazia alguns dias desde que decidi finalmente conhecer a ilha, cada dia procurava visitar um lugar novo dali, as vezes ia sozinha e ás vezes acompanhada do vovô, conheci alguns lugares de lá, desde o farol até um restaurante chamado "The Wreck".
   Eu criei o hábito de fazer caminhadas sozinhas pela praia, cada vez ia para um lugar diferente, um dia sai de manhã cedo e fui para o lado norte da ilha, chegando em uma praia mais afastada, lá não tinha ninguém, era cercado de árvores e o mar era calmo, tudo parecia estar em sintonia com o sol que começava a nascer naquela hora, aquele lugar me encheu de paz e logo se tornou o meu lugar favorito.

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   Era sábado, logo depois do almoço fui ao mercado fazer as compras da semana, quando estava saindo pela loja, do outro lado da rua avistei um garoto loiro acompanhado de um cachorro preto, era o JJ. Eu não o tinha visto ele desde o dia da praia. Assim que ele me viu, o cachorro começou a correr em minha direção e a pular em cima de mim, o garoto veio até mim chegando com um sorriso de lado e disse:
   - Tinha desaparecido de novo, não te vi desde aquele dia.
   - Oi pra você também. - eu disse brincalhona.
   - Vem cá eu te ajudo. - ele disse pegando algumas sacolas que eu carregava.
   - O que você estava fazendo?
- Eu tava indo encontrar os meus amigos, o pai de um deles é dono daqui - ele disse apontada para a placa que dizia "Heyward's", eu assenti com a cabeça.
- Se sinta  à vontade pra continuar o seu caminho. - eu disse estendendo a mão pra pegar as sacolas de volta.
- Eu vejo eles sempre de qual quer jeito. - ele disse dando de ombros com um sorriso de canto.
- Então vamos. - comecei a ir em direção do caminho de volta. Por mais que me sentisse péssima por alguém deixar de fazer algo por minha causa, eu realmente precisava de amigos e JJ não pareceu nem um pouco incomodado em mudar os seus planos.
Durante o caminho conversamos mais sobre como ele estava com o Lucky, que por sinal eles estavam se dando super bem, o que eu fiquei muito contente. Quando chegamos na minha casa, enquanto caminhava em direção da porta passando pelo gramado bem cuidado dos meus avós, JJ observava ao seu redor, que quando eu abria a porta para entrarmos, ele conclui:
- Você é uma kook então.
- O meu vô é... mas não sei se isso faz de mim uma, não consigo me considerar assim. - eu disse bastante envergonhada, eu não gostava desses termos para separar as pessoas e muito menos de ser classificada como kook, a maioria deles eram arrogantes e se achavam os donos do mundo, como se tudo girasse em volta do seu próprio umbigo.
- Acho que não é você que tem a escolha de decidir se é ou não - ele disse sarcástico.
   - Desculpa, mas o Lucky vai ter que ficar aqui fora, sabe, a regra de não cachorros dentro de casa. - eu disse com o coração apertado de ter que deixar o cãozinho do lado de fora da casa. JJ se despediu rapidamente do cachorro prendendo ele na varanda. E em seguida entramos na casa, que JJ olhava com cuidado se habituando.
- Pode por ali. - eu disse apontando para a bancada que se encontrava no meio da cozinha.
- É só você e o seu avô aqui? - ele disse quando soltou as sacolas.
- Por agora sim. - respondi enquanto começava a guardar as compras.
- E quando eu vou conhecer o seu quarto? - ele perguntou com a sobrancelha levantada e um sorriso malandro.
- O quarto de um garota é muito pessoal. - eu disse enquanto terminava de guardar as comidas, lançando um olhar para o garoto conduzindo o mesmo para fora da casa. O JJ soltou Lucky e fomos para a parte de trás, tinha o jardim da minha avó, era cheio de flores, tinha uma pequena horta, e uma árvore grande, eu que adorava passar o tempo lendo ali, tanto que havia deixado algumas almofadas no pé da árvore outro dia, onde nos sentamos, começamos a conversar sobre de tudo um pouco, percebi que o assunto família era bastante delicado para ele. 
   Estávamos rindo quando ouvi o meu avô entrar na casa chamando por mim, que quando foi para a parte de trás deu de encontro com nós, e pareceu bastante surpreso, não consegui distinguir se foi por eu estar com alguma outra pessoa que não fosse ele ou por ser um garoto, depois levou o seu olhar para o cachorro que brincava no gramado verde, assentindo com a cabeça e dizendo:
   - Oi, eu saí para ir no Jerry quando você estava fora. - ele disse sério.
  -  Oi.. esse é JJ, eu conheci ele outro dia na feira. - eu disse um pouco atrapalhada.
   - Oi, muito prazer. - JJ disse se levantando para dar um cumprimento de mão com meu avô, que retribuiu o gesto.
   - Me avise quando terminarem, eu quero conversar com você. - o vovô disse olhando para mim, e logo em seguida entrou na casa.
   - Eu já vou indo então... eu tenho aquele negócio lá... - JJ disse confuso enquanto se ajeitava.
   - Ah ok, obrigada pela ajuda hoje. - eu disse conduzindo ele para a rua pela parte de fora da casa.
   - Me passa o seu número - ele disse estendendo o celular - assim você não some mais. - ele conclui dando um risada. Eu ri digitando o meu número e devolvendo o aparelho para ele.
   - Tchau - ele disse chamando o cachorro e se afastando dando um aceno, que retribui.
   Assim que o garoto saiu do meu campo de visão, entrei na casa procurando pelo o meu avô, que estava em seu escritório.
   - Oi vovô, tá tudo bem? - eu disse batendo na porta entrando no cômodo.
   - Olá Kate, está tudo bem. Eu gostaria de ter certeza que está tudo certo com você, eu vi que fez um amigo. - ele respondeu finalizando com uma tosse seca.
   - Sim! Eu conheci ele aquele dia na feira, ele adotou um filhote de labrador, depois ensinei os cuidados, e hoje quando fui ao mercado ele estava passando por ali na mesma hora, ele disse que um amigo dele, o pai é dono do Heyward's. - eu disse animada com a novidade.
   - Hmm que bom que fez novas amizades, tome cuidado para não se precipitar, tem gente que a primeira impressão engana. É com ele que você tem se encontrado quando sai para os seus passeios? - ele perguntou.
   - Os meus passeios eu faço sozinha. - eu respondi me dirigindo para a saída da sala. - obrigada pela preocupação, mas acho que JJ não engana. - dei um pequeno sorriso e continuei. - como está o Jerry e a Lane? - perguntei dando um passo para trás, esses eram os amigos mais próximos que o vovô e a vovó fizeram no tempo que estavam na ilha, eram um casal muito querido.
   - A Lane não estava. O Jerry tem trabalhado em um novo projeto pra casa, ele nunca cansa de inventar coisas para fazer naquela casa! - ele respondeu parecendo bastante indignado com o que disse na última frase. Soltei uma risada nasal, esboçando um leve sorriso e saindo da sala.

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   Eu JURO que vou começar a postar mais!
   Logo logo ela conhece os pogues e daí que o negócio vai começar hahaha
   Eu sei que por enquanto a história tá bem parada, mas eu preciso mesmo apresentar os personagens e desenvolver as suas relações se não depois vai ficar meio sem nexo tudo
               Não esquece da estrelinha!
   Obs: obrigada a todos que comentam e dão estrelinhas, são vocês que me motivam 🤍

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