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Faço dos meus erros a escultura.
Me esculpi de todos para não esquecer a intensidade, preenchi as dores em expressões e poses de desespero.
Ainda trabalho neste projeto eterno de criar a perfeição em mim mesma, não aquela que se é impecável, e sim a de me fazer lacrimejar de orgulho, amor. Mas dói, a resistência de tudo já feito não é o suficiente para o remorso que carrego.
São tantas vítimas que adoecem o peito, me adoeci de mim mesma.
Juntos os cacos que me rasgam os dedos. Colo cada pedaço para trazer te de volta, mas sua alma se esvaiu para longe.
Tirarei cada pedaço podre de mim para ter seus olhos serenos apenas aos meus, pois será o único canto de onde meus pecados não surgiram.

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