04. ITALIANOS DE MERDA

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No dia seguinte me levantei daquele chão gelado, minha cabeça estava quase explodindo, sentia pontadas e dor forte

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No dia seguinte me levantei daquele chão gelado, minha cabeça estava quase explodindo, sentia pontadas e dor forte. Fui então ao banheiro e lá realizei toda a minha higiene pessoal, em seguida fui ao quarto de Charlie para começar um entrosamento com o menino e tentar esquecer a dor que sentia. Caminhei em passos lentos até a cama dele e me aproximei aos poucos, a criança estava brincando com um pequeno cavalinho feito de madeira, aproveitei o momento e me sentei ao lado dele.

━ Olá Charlie, sou a Anastácia. Mas como sei que seremos muito amigos, pode me chamar de Ana. ━ dei um sorriso largo ━ Que cavalinho mais lindo. ━ acariciei os fios dourados do menino.

━ Foi a mamãe que me deu. ━ disse com sua cabecinha baixa e um bico em seus lábios.

━ Sua mamãe tinha um ótimo gosto, querido. Mas escute, não fique triste... ━ segurei no queixo dele, fazendo-o olhar para mim. ━ Prometo que vamos nos divertir muito, e já que vi que gosta de cavalos, que tal irmos até o estábulo com seu primo Karl para brincarmos com os cavalos, em?

━ Vamos, vai ser legal, tia Ana.

━ Então venha, venha. ━ o peguei em meu colo e desci pelas escadas, estavam todos na mesa tomando café da manhã. ━ Olá, Ada, posso levar o Karl comigo? Iremos ao estábulo, não é Charlie?

━ Sim titia Ada, me deixe brincar com o Karl. ━ esperneio.

━ Tudo bem, pode ir Karl, mas cuidado para não se sujar, logo iremos ao centro da cidade. ━ pediu Ada.

Por um leve momento, enquanto Karl se aproximava, fixei meus olhos em Thomas e o mesmo retribuiu o olhar, o que me fez rapidamente abaixar a cabeça, ele sabia do efeito que me causava.

━ Vamos queridos. ━ segurei na mão de Karl e os levei para fora da casa.

Caminhei pelo jardim com Charlie em meu colo, na tentativa de chegar nos estábulos um pouco mais rápido, entretanto, antes que pudéssemos chegar no local, um veículo adentrou ao jardim da mansão de Thomas, o instinto não negava suas origens, algo ruim iria acontecer.

Tinham muitos homens dentro do carro, com armas para fora. Sem pensar duas vezes, voltei correndo pelo caminho outrora traçado para os estábulos, na intenção de retornar para a mansão, e só deu tempo de escutar o barulho do tiro e minhas pernas perderam as forças, fazendo com que caísse sob o chão, ainda com Karl e Charlie em meus braços.

Parece que naquele momento tudo ficou em uma câmera lenta, meu corpo estava coberto de sangue assim como o dos meninos, abracei os dois e os apertei dentro de meus braços, só pensava em protege-los como um escudo. Vi Thomas, John e Arthur saírem correndo para fora da casa ao lado de Aberama, eles atiraram com fúria em direção ao carro.

━ Vem, venha Anastácia, venha. ━ Michael gritou, tentado me segurar nos braços.

━ Pegue os meninos, levem eles pra dentro, rápido Michael! ━ ordenei, arrastando-me pelo chão.

Eu disse e o homem obedeceu, em seguida John veio até mim e me pegou em seus braços me levando para dentro da casa.

━ Eles machucaram os meninos? Eles estão cobertos de sangue, onde foi o tiro? ━ questionei enquanto John me colocava em cima do sofá.

━ Pegue o kit de primeiros socorros, Esme, vamos lá! ━ Polly exigiu ━ Calma querida, os meninos estão bem, o tiro acertou você, mas ficará tudo bem, eu prometo. ━ a mais velha alisou minha face carinhosamente, tentando me acalmar de alguma forma.

Quando escutei a voz de Polly dizendo que os meninos estavam bem, finalmente deixei de relutar contra o inevitável, meu olhar começou a pesar e meus olhos ficaram turvos, por fim, fecharam-se.

John narrando.

Depois de coloca-la no sofá, fiquei perdidamente louco, sem saber o que fazer. Minha primeira reação foi pegar Charlie e Karl em meus braços e os agarrar com muita força. Logo em seguida, ajoelhei-me com as roupas cheias de sangue e comecei a ajudar Polly com o ferimento de Ana. Assim que a vi desfalecer, entrei em um desespero interno, tentando reanima-la com massagem cardíaca, mas nada dela voltar a consciência.

━ Que merda aconteceu? Que merda foi isso John? ━ questionou Thomas me puxando.

━ Se ela não tivesse entrado na frente, os meninos poderiam estar feridos agora. ━ Ada imaginou ━ Meu Deus, eu nem quero pensar no que poderia acontecer.

━ Como eles descobriram esse lugar? Como? ━ Thomas dizia andando de um lado para o outro ━ Porra, Arthur.

━ Precisamos de um plano Thomas, não da mais pra viver se escondendo desses italianos de merda! ━ exclamei ━ Até quando? A Ana não tinha nada a ver com isso, se ela não sobreviver eu nem sei...

Esme aproximou-se de mim, apoiando minha cabeça em seu ombro, na tentativa de me servir como consolo, sentia o coração dela bater forte, minha esposa nunca tinha passado por esse tipo de situação antes, mesmo vivendo no mesmo
mundo que eu, era compressível.

━ Polly deixa que eu retiro a bala, tenho experiência. ━ Aberama se achegou e começou o processo.

(...)

Poucas horas se passaram desde que Aberama tinha retirado as balas, uma do braço e a outra das costas de Anastácia, ele fez todo o processo de limpeza e logo ela acordou, nos deixando um pouco mais aliviados.

━ O que aconteceu? Polly? ━ Ana questionou um pouco sonolenta, sua pele estava extremamente pálida.

━ Calma, está tudo bem agora. Graças a você os meninos estão salvos, bem. ━ respondeu Polyy com um tom de voz doce ━ Você tem que descansar agora.

━ Que merda, minhas costas... Está tudo doendo, não consigo me mexer. ━ resmungou Anastácia, dando gemidos de dor.

━ Foi o tiro que levou, mas já está tudo bem, tenta relaxar agora. ━ falei enquanto segurava em sua mão ━ A bala não atingiu nenhum órgão importante, então pode ficar despreocupada. Você está bem!

✓ ESPELHOS QUEBRADOS | Thomas Shelby (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora