Malditos fossem aqueles vídeos que viralizaram na internet sobre coisas e pessoas que na verdade eram bolo. Aquela bobagem impregnou as ideias de Tobirama, que por acaso morava com alguém que trabalhava fazendo bolos por encomenda, Izuna, o crush secreto dele. E uma loucura de sonho, onde ele cortava a mão e se revelava um bolo não saiu da cabeça de Tobirama pelo resto do dia. E se tivesse gostando de um bolo esse tempo todo? Não tinha intimidade para chegar tão perto e conferir. O tempo que passou em casa, o observando discretamente pouco ajudava. Muito menos quando percebeu que Izuna estava fazendo objetos de bolo, como nos vídeos que atualmente eram sucesso nas redes sociais, por causa de uma encomenda.
— Amém, internet! — agradecia, pois ganharia muito bem para fazer aquelas coisas detalhadas ao mesmo tempo em que se divertia.
Ao contrário da maioria, Tobirama não gostava de bolo e aqueles vídeos de corte de coisas feitas de bolo lhe causavam agonia, não tinha nada de divertido ou de apetitoso. Mas era estranhamente agradável ver Izuna fazendo o trabalho dele, tão concentrado, cheio de energia. Realmente gostava do que fazia. E as outras pessoas também gostavam, pois nunca faltava encomenda. Todos que Tobirama conhecia diziam que ele tinha sorte, que Izuna era o roommate dos sonhos e que só alguém que não gostasse de bolo para não ter virado degustador oficial dele. Ninguém sabia, mas ele gostaria de virar outra coisa. Guardou segredo sobre aquilo e nunca tentou investir porque as coisas poderiam ficar muito estranhas, mesmo se conseguisse o que queria; havia sempre o depois que talvez fosse melhor que Tobirama nunca soubesse.
Agora era diferente, uma questão estava em pauta: Izuna era um bolo? Como saberia? Tobirama certamente não era o único com essa dúvida depois que aqueles vídeos ficaram famosos. Tudo em volta poderia ser feito de bolo. A diferença é que Tobirama não poderia ficar mais tempo com essa dúvida, não sobre Izuna.
— Você é um bolo? — soou tão sério quanto poderia.
Izuna limpava as mãos e apenas o olhou por uns segundos para conferir se era alguma pegadinha. Ele costumava fazer isso, talvez um trauma porque o gêmeo, Obito, se divertia desde criança pregando peças nele de acordo com o que Izuna uma vez contou assim que Tobirama se mudou para lá. Mas Tobirama sempre falava sério, era ele quem caía no sarcasmo das pessoas – muitas vezes e sem querer no de Izuna. O jeito sarcástico deve ter sido mais uma das características adquiridas por causa de Obito. Melhor que se atracar com ele toda vez que bancava o engraçadinho, o que quase aconteceu quando o irmão gêmeo zombeteiro fez uma única e rápida visita ainda naquele semestre.
— Talvez. — Izuna respondeu igualmente sério, provavelmente tendo se esquecido do fato de que Tobirama entende tudo ao pé da letra. Realmente não tinha aprendido nada com as situações em que seu sarcasmo o colocara ao longo do semestre morando com aquele cara introspectivo que não partilhava do humor diferenciado que usava como defesa automática.
A resposta levou Tobirama a fazer algo inusitado. Simplesmente chegou perto e mordeu a bochecha dele. Um grito e um empurrão vieram imediatamente, pois o ataque foi inesperado para Izuna.
— Tobirama, que porra é essa?! — voltou a gritar, entre irritado e pasmo. Conferia com a ponta dos dedos se a bochecha estava ferida ou foi apenas um susto. Mas só ficou marcada, conseguiu sentir. — Por que você fez isso? Não pode morder as pessoas.
— Você não é um bolo. — constatou o óbvio, como se aquilo fosse o suficiente para explicar a marquinha que tinha deixado na bochecha alheia. — Ainda bem, não gosto de bolo.
— Pelo visto, nem de mim. — Izuna ainda estava irritado enquanto decidia se seria uma boa ideia colocar gelo no local da potente mordida. — Quase leva um pedaço da minha bochecha.
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Você é um bolo?
Fiksi PenggemarEm uma época em que vídeos de coisas feitas de bolo ficaram famosos na internet por impressionar as pessoas, Tobirama também teve a sua imaginação afetada e uma curiosidade surgiu: Izuna era um bolo? Ele precisava tirar essa dúvida.