Hey pretty boy, the end.

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Tempo é algo tão relativo. Às vezes ele pode passar tão rapidamente que mal notamos porém às vezes pode passar tão lentamente que chega a ser angustiante. E Sehun já havia experimentado cada uma das fases relativas desse grande herói e vilão da vida.

Porém agora, Sehun havia perdido a noção do tempo.

𓂃𓈒˒

O quarto era iluminado apenas pelo brilho prateado da lua que entrava pela cortina de tecido fino, enquanto respirações leves poderiam quase ser ouvidas naquele cômodo tão aconchegante e confortável.

O relógio digital mostrava que já havia passado das 05:00 da manhã, e em pouco tempo o sol estaria tomando o lugar da lua e trazendo consigo o seu brilho, este que faria ambos os corpos naquele quarto despertarem. Poderia ser assim, mas na verdade apenas um dos corpos estava perdido nos braços de morfeu.

Sehun não sabe há quanto tempo estava acordado, havia se perdido completamente nos traços de um certo rostinho adormecido. Mas ele não diria que estava perdendo tempo, muito pelo contrário.

Os corpos estavam juntos como se fossem um só, em uma mistura nada harmônica de braços, pernas, e cabelos espalhados. Mas isso não importava, a harmonia não importava quando se tinha Luhan deitado entre seus braços num sono tão profundo e calmo que Sehun se perguntava com o'que o garoto um pouco menor que si estava sonhando e até sentia uma pontinha de inveja dele.

Sehun não conseguia mais sonhar, porque a única pessoa que rodeava seus sonhos se encontrava perdida em seus braços.

Em alguns longos minutos, ele pôde ter breves lembranças do dia que o mais velho se foi, era doloroso demais para si então sua mente deu um jeitinho de apagar pelo menos um pouco daquilo, porém sempre que pensava nisso, era inviável não sentir um leve aperto no peito.

Mas com certeza, uma de sua memória favorita era de quando recebeu uma certa mensagem que fez todo seu mundo virar de cabeça para baixo, e também fez seu coração bater tão forte ao ponto de quase sentir uma pontada ali. Se Oh Sehun tivesse problemas cardíacos, de fato não estaria ali no momento.

"Hey, Sehun?"

"Eu sei que deve estar ocupado, mas tenho uma boa notícia."

"Eu estou voltando pra capital."

Sehun só foi ver essas mensagens depois do seu horário de trabalho do estúdio de dança que dava aulas todos os dias. E porra, ele não poderia descrever a sensação que tomou conta de si quando chegou em casa e viu aquelas três mensagens.

Em menos de duas semanas, o Oh se sentiu mais ansioso do que nunca em toda a sua vida, chegando até à fumar dois maços de cigarros em apenas um dia. Porém foi tudo em vão, pois em alguns dias, ele estava em seu carro dirigindo até o aeroporto da capital para buscar seu Hyung.

E por fim, a sua memória favorita era quando viu Luhan, este que segurava duas malas de rodinhas e com uma bolsa nas costas. Ele estava ainda mais bonito do que da última vez que se viram e isso fez o pobre coraçãozinho do Oh bater rápido. Abençoado seja a entidade que não permitiu que Oh Sehun tivesse problemas cardíacos.

Os cabelos azulados em madeixas longas caiam um pouco nos olhinhos bonitinhos, e o corpo esguio trajava uma calça preta, blusa cinza e um moletom escuro. Sehun sentiu todo seu mundo parar quando seus olhares se encontraram.

E céus, nada nunca iria superar o sorriso bonito que Luhan deu ao mais novo, não perdendo tempo antes de correr para os braços dele, deixando as malas onde estavam.

Sehun não se importou com as pessoas que viam a cena, apenas passou os braços envolta da cintura bonita do mais velho e o segurou com força, como se fosse sumir a qualquer momento, novamente.

ㅡ Luhan... ㅡ Sehun sussurrou baixo, porém foi interrompido pelo indicador do mais velho contra seus lábios.

ㅡ Shhhh... não diz nada... ㅡ O mais velho murmurou e Sehun ficou confuso diante disso.

Porém quando menos esperava, os lábios de Luhan fora de encontro com os seus, num selar lento e leve, deixando bem claro o quanto sentia falta do seu quase namorado.

E naquele dia, Sehun percebeu que toda espera vale a pena quando se trata de Luhan.

O Oh estava tão perdido que mal percebeu quando Luhan despertou, porém o chinês não disse nada. Aproveitou aqueles segundos para observar o rosto bonito de Sehun que era levemente iluminado pelos primeiros raios de sol preguiçosos que começavam a aparecer na janela da cobertura que moravam.

Sehun era tão bonito que Luhan poderia passar horas e horas observando cada um dos detalhes tão marcantes que ele tinha.

Porém logo Sehun pareceu emergir de suas lembranças boas e sua atenção finalmente foi roubada pelos olhinhos sonolentos de seu amado, estes que lhe observavam como se fosse a obra de artes mais preciosa e bonita. E de fato era, pra Luhan.

Eles se encararam por alguns segundos, apenas aproveitando o silêncio que de longe era desconfortável. Nada precisava ser dito, os olhares de ambos já eram o suficiente para saber cada simples coisinha ou os mais complexos sentimentos que existiam entre eles.

Apesar de tudo, nem o tempo poderia fazer tudo o'que sentiam simplesmente sumir. Era tão forte e intenso que nem anos a fio fora o suficiente para fazer o coração de ambos se acalmarem sempre que o simples pensamento sobre o outro invadiram suas cabecinhas ocupadas.

Mesmo em milhões de anos, Sehun ainda saberia ler cada entrelinha apenas pelos olhos expressivos do mais velho e Luhan ainda saberia decifrar cada enigma de Sehun apenas com as palavras silenciosas do Oh.

Sehun amava Luhan e Luhan amava Sehun.

E no silêncio do quarto parcialmente iluminado pelo sol preguiçoso na capital que estava acordando aos poucos, a voz de Sehun se fez presente numa frase que sempre faria o coração de Luhan bater forte, mesmo já tendo ouvido milhares de vezes.

ㅡ Hey, garoto bonito.

Fim.

Hey Pretty BoyOnde histórias criam vida. Descubra agora